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Se pudesse, escolheria o sexo do seu bebé? E a cor dos olhos?

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Se a escolha do sexo de um filho, quando não envolve questões de saúde, ainda é polémica, imagine a escolha da cor do cabelo, da pele ou dos olhos. Nos EUA, o serviço está disponível.

Escolher a cor dos olhos ou do cabelo de um filho é um serviço que foi disponibilizado na Clínica Fertility Institutes, em Los Angeles, nos EUA, há cerca de dois meses. A polémica instalou-se ao tornar-se conhecida esta possibilidade, no site da Clínica, havendo vários especialistas em reprodução medicamente assistida a criticar esta nova oportunidade de negócio.

De tal forma que a Clínica recuou com as suas intenções, retirando o serviço do seu «cardápio», no passado dia 2. O impacto social negativo foi maior do que qualquer potencial benefício, pode ler-se no site.

A Clínica Fertility Institutes, dirigida por Jeff Steinberg, um dos pioneiros nos tratamentos de reprodução medicamente assistida, permite aos pais a escolha do sexo dos bebés.

A técnica que permite fazer estas selecções já é usada há alguns anos, também em Portugal, nos casos em que há certas doenças genéticas nos pais. Com o diagnóstico genético pré-implantatório pode evitar-se que um filho nasça, por exemplo, com Paramiloidose (a «doença dos pezinhos»), ou Fibrose Quística.

O serviço de selecção da cor dos olhos, do cabelo ou da pele estava disponível, segundo responsáveis da clínica, para os casais que se submeteram a tratamentos de selecção genética devido a problemas de saúde. E não é garantida a satisfação absoluta para características como a cor do cabelo e dos olhos.

A selecção do sexo do bebé também começou por ser um serviço disponível para quem se submetia a selecção genética para evitar doenças, mas hoje é acessível, naquela clínica, a qualquer casal.

Para Steinberg trata-se apenas de pôr em prática uma possibilidade que há muito a ciência descobriu. Mas há muitos especialistas da área da reprodução medicamente asistida e também de outras áreas da medicina ou da bioética, a pôr em causa esta opção: por poder conduzir a desvios nos padrões naturais de diversidade; por poder levar à produção de mais embriões do que os necessários para se fazer a selecção; ou por se passar a olhar para um bebé, um ser humano, como um produto de consumo, do qual podemos escolher as características.

E você? Se pudesse, escolheria o sexo do seu bebé? E a cor dos olhos?
 
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