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Saramago a favor de exumação de restos mortais de García Lorca

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Saramago a favor de exumação de restos mortais de García Lorca


José Saramago tomou posição na polémica em torno da exumação dos restos mortais de Federico García Lorca, escrevendo no seu «blog» que as razões invocadas pela família do poeta para a evitar são «sem dúvida respeitáveis» mas «perderam peso».

O escritor recorda que os argumentos apresentados pelos familiares do poeta se relacionavam, «todos eles, em maior ou menor grau», com questões que se podem classificar como «de decoro social, como a curiosidade malsã dos meios de comunicação social, o espectáculo em que se iria tornar o levantamento das ossadas».

Na sua opinião, tais argumentos «perderam peso perante a simplicidade com que a neta de Dióscoro Galindo respondeu quando, em entrevista numa estação de rádio, lhe perguntaram aonde levaria os restos do seu avô, se viessem a ser encontrados: 'Ao cemitério de Pulianas'».

Pulianas, na provincia de Granada, é - esclarece o escritor - a aldeia onde Dióscoro Galindo trabalhava e a sua família continua a morar. Só as páginas dos livros se viram, as da vida, não«.

A família de Lorca anunciou, entretanto, que vai deixar de opor-se à abertura da vala comum onde o poeta está enterrado, mas continua a rejeitar que o processo se transforme num »espectáculo mediático«.

Num comunicado, os familiares do poeta disseram respeitar a vontade, expressa por familiares de outras vítimas enterradas no local, de exumar os restos mortais, um pedido já apresentado em tribunais de Madrid.

Manifestaram igualmente o seu apoio à iniciativa de investigar e dar a conhecer a identidade e as circunstâncias da morte de todos os assassinados pelo franquismo.

Para o romancista de »O ensaio sobre a cegueira«, o resgate dos restos de Federico García Lorca, »enterrado como milhares de outros no barranco de Viznar, na província de Granada« converteu-se »rapidamente em autêntico imperativo nacional«.

»Um dos maiores poetas de Espanha, o mais universalmente conhecido - acrescenta -, está ali, naquele páramo, aliás em um lugar acerca do qual existe praticamente a certeza de ser a fossa onde jaz o autor do Romancero Gitano, junto com três outros fuzilados, um professor primário chamado Dióscoro Galindo e dois bandarilheiros anarquistas, Joaquín Arcollas Cabezas e Francisco Galadí Melgar«.


Diário Digital / Lusa
 
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