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Rivais entre iguais-irmãos

estela

GF Ouro
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Os conflitos entre irmãos são frequentes e até naturais, sobretudo entre sexos e idades diferentes. Exigindo dos pais uma boa gestão de emoções e comportamentos.

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"Mãe, ele está a mexer nas minhas coisas!" - esta é uma queixa frequente nas casas onde há mais do que uma criança. Normalmente feita pelo filho mais velho, é apenas um exemplo dos conflitos entre irmãos, motivados pela diferença de idades e de sexos, logo de interesses, ou até pela necessidade de chamar a atenção.

É uma espécie de rivalidade que começa a desenhar-se no momento em que é anunciada uma nova gravidez. O nascimento de um irmão desencadeia no mais velho uma avalanche de emoções, muitas delas contraditórias. Da alegria ao ciúme, passando pelo ressentimento, tudo é possível.

Os mais novos, incapazes de exteriorizar os seus sentimentos, podem regredir nos comportamentos, voltando a chuchar no dedo por exemplo. E os que são mais velhos podem ser tentados a testar a paciência dos pais, com recusas e atitudes agressivas.

E é natural que assim seja. Para um filho único, o nascimento de um irmão, mesmo desejado, é um sinal de ameaça: é natural que haja receio de ficar em segundo plano nas atenções e mimos dos pais e dos restantes membros da família; é natural que haja receio de perder privilégios (o espaço, os brinquedos...).

Atenuar estes receios é a tarefa que recai sobre os pais, que devem ter a preocupação de envolver o filho nos preparativos para receber o bebé. E há muitas formas de o fazer: partilhando a decoração do quarto e a compra de roupas e outros acessórios, deixando-o participar na escolha do nome, mostrando-lhe as ecografias.

E, paralelamente, revisitando com ele os tempos de bebé, através de uma viagem por fotografias, filmes e demais recordações como o nascimento do primeiro dente, a primeira palavra... É, além disso, importante manter, tanto quanto possível, a rotina da família até o bebé nascer, acompanhando o filho mais velho nas suas actividades, dentro e fora de casa.

Afinal, mudanças haverá e muitas no regresso da maternidade, a implicar ajustes por parte de todos. Uma vez em casa, é preciso sensibilidade para lidar com as emoções e comportamentos do filho mais velho. Sabendo que ele pode não manifestar interesse pelo bebé, mantendo-se à margem da natural excitação que envolve um nascimento. Se assim acontecer, é melhor não insistir, dando-lhe espaço e tempo. Mas sem deixar que se isole e não lhe negando atenção. O mais provável é que, a pouco e pouco, se vá aproximando e rendendo ao novo membro da família.

Uma forma de o ajudar a adaptar-se é, mais uma vez, envolvê-lo. Desta vez nos cuidados com o bebé. Muitas crianças querem participar e, dependendo da idade, podem mudar a fralda, dar biberão, ajudar a vestir ou a dar banho. Ou, simplesmente, empurrar o carrinho...

Um recém-nascido exige muito das energias dos pais. Mas é preciso não descurar o outro filho, reservando tempo para estar com ele, para brincar e conversar, para tentar perceber como está a viver esta fase. Para que ele não se sinta excluído nem negligenciado e saiba, pelo contrário, que o amor dos pais não tem limites, chega para todos.

Aqui os restantes familiares e amigos também têm um papel. É natural que nos primeiros tempos as atenções se centrem no bebé e que as visitas após o regresso a casa sejam acompanhadas de prendas. Há um gesto simples mas valioso para prevenir ciúmes e tristezas: levar também uma lembrança para o irmão mais velho.
 

estela

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Conflitos à medida da idade

A rivalidade entre irmãos começa, de facto, ainda antes do nascimento de um segundo filho. E mantém-se ao longo da infância e da adolescência, assumindo contornos diferentes em função das idades.

Entre irmãos e irmãs há sempre algum grau de ciúme, inveja e competição, mas aquilo por que lutam vai sendo influenciado por diversos factores. A começar pelas necessidades de cada um. É natural que interfiram no modo com se relacionam. O melhor exemplo é o das crianças mais pequenas, que protegem os seus brinquedos e demais pertences como verdadeiros tesouros, recusando partilhá-los e podendo até reagir agressivamente se um irmão mais novo tentar mexer-lhes.

Em idade escolar, as crianças começam a desenvolver o conceito de equidade e justiça, pelo que podem não perceber o tratamento diferenciado que é dado ao irmão mais novo, confundindo-o com tratamento privilegiado. Já os adolescentes, em busca da sua identidade e autonomia, facilmente se ressentem quando são obrigados a participar nas tarefas domésticas ou a tomar conta dos irmãos mais novos.

Também o temperamento individual influencia as relações entre irmãos: uma criança que seja particularmente carinhosa e que procure com frequência o conforto dos pais pode ser mal recebida por irmãos que não tenham a mesma atitude, levando-os a exigir um maior grau de atenção.

Há ainda que considerar situações muito específicas como a doença. É natural que a criança que está doente receba cuidados particulares, requerendo mais tempo e disponibilidade dos pais, o que pode desencadear comportamentos menos cordatos das outras crianças, desejosas de chamar a atenção.

O grau de conflitualidade entre irmãos tem muito a ver com o modo como os próprios pais se relacionam um com o outro. Se as crianças assistirem com frequência a reacções agressivas é provável que imitem os adultos, adoptando as mesmas tácticas na hora de resolver diferendos com os irmãos.

Os pais são, nesta matéria como em todas, o exemplo que os filhos seguem. E nestas idades copiam comportamentos, só mais tarde adquirindo a capacidade para se distanciarem e actuarem pela sua própria cabeça, porventura em oposição aos pais.
 

estela

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O que fazer?


Não é certamente fácil para os pais assistirem a uma briga entre irmãos, mesmo que não haja agressão física. E a primeira tentação é intervir. Mas é preciso resistir a esta tentação sempre que possível, reservando-a para as situações em que haja perigo de danos físicos.

Se o pai ou a mãe reagirem habitualmente, no conflito seguinte as crianças vão ficar à espera que aconteça o mesmo, em vez de aprenderem a resolver os conflitos por si próprias. Além de que há o risco de, ao intervir, o adulto dar a ideia de que está a proteger um dos filhos, o que pode gerar mais ressentimento de um filho para com o outro. E o filho que foi "salvo" ganha uma espécie de confiança que o torna mais ousado, pois sente que saiu impune.

Os conflitos entre irmãos podem ser apenas verbais, com insultos a serem esgrimidos de lado a lado. Aqui o papel dos pais deve ser no sentido de deixar claro que insultos e palavrões não são permitidos.

Nem sempre a violência física ocorre, mas há situações em que pode mesmo ser necessário separar os irmãos. Se assim for, é importante mantê-los à distância até que estejam calmos, sob pena de o conflito se reacender. Há ainda que evitar procurar culpados: para brigar são precisos pelo menos dois... Finalmente, é útil encontrar uma estratégia que permita aos dois contendores sair a ganhar, para que nenhum sinta que perdeu.

Em matéria de conflitos entre irmãos, o ideal é que aprendam a geri-los por si próprios, aprendendo a valorizar a opinião do outro e a controlar os seus próprios impulsos. Trata-se, afinal, de negociar e chegar a compromissos. Como terão de fazer ao longo da vida...



Antes que briguem...

Não é possível evitar, por completo, os conflitos e rivalidades entre irmãos. Mas é possível minimizar o risco:
• Defina as regras do que é aceitável como comportamento e estabeleça consequências para quem as violar;
• Transmita a ideia de que nem tudo tem de ser igual para todos - há momentos em que um filho tem maiores necessidades do que o outro;
• Dê atenção aos interesses e necessidades de cada filho - reserve tempo para cada um;
• Procure criar um espaço para cada filho, onde possa divertir-se, estudar, receber os amigos sem interferência dos irmãos;
• Estabeleça um horário para o usufruto das actividades mais disputadas - a televisão, o computador, a consola de jogos;
• Faça programas em família - ajudam a aliviar a tensão;
• Demonstre que o amor dos pais não tem limites nem distingue filhos.
 
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