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- Abr 10, 2008
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Editor: AMBAR
Ano de Edição/ Reimpressão: 2008
N.º de Páginas: 164
Idioma: Português
Literatura Juvenil
Sinopse
Como é que Ricardo caiu no buraco de ozono? Ninguém sabe, nem ele próprio. Quer dizer, acabou por saber depois de cair. Numa história em que entra o Major Cunha e Cunhas, que além de major era engenheiro, e além de major e engenheiro, era também inventor, e além de major, engenheiro e inventor, era maluco, segundo diziam os vizinhos, tudo pode acontecer. E aconteceu. Quem sabe explicar melhor os pormenores desta história são os elementos da Brigada Lótus, a quem o major solicitou uma investigação viciada à partida. Mas Ricardo, Francisco e Sofia, auxiliados pelos seus amigos Isa Dora e Tó Baleia não se deixaram levar pelas aparências e desmascararam o major.
Fragmento inicial do livro
"O Major Cunha e Cunhas era além de major, engenheiro, e além de major e engenheiro, era também inventor, e além de major, engenheiro e inventor, era maluco, segundo diziam os vizinhos, para quem estas coisas de ser diferente eram muito complicadas.
No seu currículo de inventor constava, entre outras obras de génio, a invenção de uma Máquina para Armazenar Ideias Durante o Sono, uma Vassoura Computadorizada para Bruxas Modernas, um Escadote Virtual para Chegar à Lua, um Automóvel com Asas Escamoteáveis para Engarrafamentos de Trânsito, um Despertador para não Despertar, além de um divertido Curso de Cambalhotas para Políticos Profissionais e um Manual para Ensinar Papagaios a Cantar Rock Futurista.
Claro que estas eram só algumas das suas formidáveis invenções. Parece que ao longo da vida o Major Cunha e Cunhas recebeu uma série de condecorações, louvores e prémios pelos seus apreciados trabalhos: a Grã-Cruz do Reino dos Elefantes Brancos, a Ordem Superior do Príncipe do Petróleo e Derivados, a Palma de Ouro dos Bons Samaritanos Distraídos e a Comenda Sereníssima dos Eleitos do Céu na Terra. Constava nos meios académicos que era membro da Confraria dos Inventores das Ilhas Esquecidas, da Sociedade dos Irmãos e Compadres de Bonga-Tonga e da Associação Profissional dos Industriosos Industriais das Indústrias de Falências Galopantes.
Como se pode verificar pelo que atrás ficou dito, o Major Cunha e Cunhas era um inventor de elevados pergaminhos. Mas, como qualquer simples mortal, ambicionava ir mais longe. Trabalhava com afinco num projecto classificado como ULTRA-SECRETO (embora toda a gente falasse nele), que o levaria a construir uma Máquina para Reparar o Buraco de Ozono. Era um feito inigualável com o qual pretendia candidatar-se a receber o Prémio Nobel das Invenções.
Ora foi o projecto desse extraordinário invento (o adjectivo é dele) que desapareceu, inexplicavelmente, do seu escritório numa manhã diferente das outras manhãs. Segundo o Major, o desaparecimento do projecto dera-se numa manhã de nevoeiro às cores, o que, por si só, é digno de registo. Perante tão infausto acontecimento, o Major Cunha e Cunhas ficou à beira de um enfarte e de outras complicações de saúde. Levou duas semanas a recuperar do infortúnio, mas no final voltou a ser o que sempre fora: um incorrigível inventor que inventava até a cor do nevoeiro. Adiante.
Aproveitou esse tempo de repouso determinado pelo médico para pensar na forma de recuperar o projecto da Máquina para Reparar o Buraco de Ozono. A sua primeira ideia e a mais legítima foi apresentar queixa na polícia pelo roubo do projecto. Afinal, se havia polícia devia servir para alguma coisa, pensou, enquanto repousava deitado na sua cama com dossel em mogno, na Mansão Improvável, onde morava, nos arredores de Vila Velha. Pensando melhor, no entanto, concluiu que ir à polícia não valia a pena. Ia afastar os polícias das suas ingentes tarefas burocráticas, das montanhas de papéis que tinham de preencher, ordenar, assinar, enviar, recolher, agrafar, empastar, copiar, distribuir, destruir, memorizar, digitalizar. Não era justo. Além disso iria colocar as suas vidas em perigo. Foi então que se lembrou de contactar a Brigada Lótus."
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