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Retrospectiva de Júlio Pomar mostra mais de 100 obras

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Retrospectiva de Júlio Pomar mostra mais de 100 obras

Uma retrospectiva dedicada a Júlio Pomar no Centro de Arte Manuel de Brito (CAMB), em Algés, vai exibir pinturas, desenhos, gravuras, colagens e serigrafias criadas durante seis décadas pelo artista de maior representatividade na colecção do galerista.

A exposição, que será inaugurada a 01 de Junho, pelas 18:30, e aberta ao público no dia seguinte, mantendo-se no CAMB até 13 de Setembro, foi hoje apresentada pelo artista, guiando os jornalistas pelas 111 obras, um número não calculado desde o início, mas que acabou por revelar-se simbólico.

«Foi apenas por acaso», disse à Agência Lusa Maria Arlete Alves da Silva, viúva do coleccionador Manuel de Brito - proprietário da histórica Galeria 111 - e actual responsável pelo CAMB.

Maria Arlete Alves da Silva referiu que entre o vasto acervo reunido ao longo da vida de Manuel de Brito, descobriu, na pesquisa que realizou para esta exposição, quatro desenhos preparatórios da pintura "O Café" (1944), um quadro pintado quando o artista tinha apenas 18 anos.

Júlio Pomar - que reside em Paris desde 1963 e tem agora 83 anos - deparou-se com estas "surpresas" ao longo da exposição, dispersa pelos dois pisos do Palácio dos Anjos, onde está instalado o CAMB.

Esta exposição abarca obras criadas desde os anos 1940 a 2003, percorrendo praticamente todos os momentos artísticos de Júlio Pomar, inspirados por alguns temas específicos: neorealismo, tauromaquia, corridas de cavalos, Maio de 68, e o Brasil, marcado pelos contactos com os índios Xingu.

A obra mais antiga, um desenho de 1943 a tinta da china, está exposto numa sala onde foram colocados vários desenhos do artista plástico e livros que ilustrou.

Retratou a traços negros, entre outros, figuras importantes da cultura portuguesa como Alexandre Herculano, Camilo Castelo Branco, Camões, Bocage, Fernando Pessoa e Almada Negreiros.

No CAMB, o público poderá encontrar algumas raridades, como o primeiro livro que ilustrou: uma versão portuguesa de "Pantagruel", de Rabelais, lançada em 1967 pela Editorial Prelo.

Ao longo do espaço, Júlio Pomar foi recordando as suas várias fases artísticas e, ao mesmo tempo, momentos de uma vida "dividida", como observou, entre Portugal e França. Desde a fase neo-realista do final dos anos 1940, à pintura dos anos 1960, com as corridas de cavalos e as touradas.

Experimentou as colagens, foi usando objectos nas pinturas, que disse não ter premeditado.

"Porquê este apetite pelos objectos? É um complemento e um último desafio, afinal, o excesso necessário. A realidade é sempre excessiva", explicou, sobre as facas, a alça de uma mala, e metade de uma tigela de sopa coladas em algumas pinturas.

"O Veado de Tróia, D. Fuas Roupinho e a Fumadora de ópio" (1986), "Frida Khalo" (1994), "Leda Aprend la Peinture" (2002), são algumas das obras que podem ser apreciadas ao longo da exposição, cuja obra mais recente exposta, "A arca de Noé" (2003), simboliza a salvação da vida animal.

Há ainda uma sala reservada aos desenhos e pinturas de animais - com macacos, corvos, porcos, tigres, hienas, caracóis, burros e mochos - criada a pedido dos serviços educativos, e uma outra sala mais reservada, com pinturas marcadas pelo erotismo e sexualidade.

A última grande restrospetiva de Júlio Pomar foi apresentada em 2008 na Pinacoteca de São Paulo, no Brasil.


Diário Digital / Lusa
 
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