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Recuperação de espécies é difícil, mas possível
Garial: crocodilo indiano foi incluído em projeto de recuperação
Apesar da situação preocupante, ainda se pode fazer muito para combater a extinção. Seja em grandes atitudes tomadas por governos e ONGs, como programas de recuperação, seja em pequenas medidas no dia-a-dia.
- Há toda uma gama de soluções, muitas coisas que os governos e as pessoas podem fazer. As pessoas têm de ter mais consciência. Por exemplo pensar no seu consumo de energia, o quanto usam e o quanto precisam realmente usar - defende Craig Taylor-Hilton, da World Conservation Union, ONG que realiza a lista mais respeitada sobre ameaças de extinção .
- Obviamente, não se pode colocar tudo sob proteção. As pessoas têm de viver em algum lugar, têm de comer, criar seus animais, fazer uso da agricultura. Mas pode-se viver de uma maneira sustentável.
Recuperação
As ações de recuperação de espécies são muito delicados e difíceis. Hilton-Taylor conta um caso positivo, do Perequito das Ilhas Mauricio [no Oceano Índico], que estava criticamente ameaçado de extinção por perda de habitat devido a desmatamentos. Nos anos 1980, segundo a IUCN, havia cerca de 10 periquitos na ilha. Na década de 1990, o número triplicou, mas a espécie ainda estava sob ameaça.
Os animais foram levados para criadouros em zoológicos e se reproduziram. Depois, devolvidos ao habitat natural, foram tratados em estações de alimentação, algumas áreas foram protegiadas e hoje já há mais de 300 periquitos na ilha.
Nos EUA, a ONG Centro de Diversidade Biológica obriga legalmente o governo a manter esse tipo de plano de recuperação .
Na Índia, entretanto, houve um caso de fracasso nas tentativas de reverter a extinção. O garial, uma espécie de crocodilo, viu o número de sua população cair muito. O estudioso diz que a causa foi o impacto da atuação humana, sobretudo da agricultura e da caça.
- Houve um sucesso inicial na reprodução em cativeiros desses bichos. Mas quando voltaram ao ambiente, e foram devolvidos milhares de animais, talvez 10 mil crocodilos, eles voltaram a morrer porque as causas principais da ameaça de extinção não foram tratadas. É uma pena porque grandes somas de dinheiro são gastas nesses programas, e houve a procriação, mas o problemas não foi resolvido em sua raiz. Hoje, os números da espécie continuam caindo.
Reaparecimento
Apesar de os levantamentos e buscas dos conservacionistas serem exaustivos antes de se declarar uma espécie em extinção (clique aqui e entenda as categorias), há casos de animais e plantas que depois de entrarem na lista de extintos reaparecem na natureza, sem nenhuma ação do homem. O evento é sempre celebrado pelos ambientalistas.
No Brasil, um caso é o do tiê-bicudo, reencontrado em 2004, mas cujo reaparecimento só foi confirmado dois anos depois. Isso porque não havia certeza sobre o pássaro. Foi necessário comparar sua descrição com a de registros de um museu francês. Há 66 anos, a ave era considerada extinta.
Nos EUA, o pica-pau-bido-de-marfim também ficou desaparecido por mais de seis décadas. Depois do relato de um pica-pau diferente e muito maior do que os outros visto num parque nacional no delta do rio Mississipi, pesquisadores organizaram diversas expedições. Ainda não conseguiram encontrar outros exemplares da espécie. Mas tiveram acesso a um vídeo de segundos do pássaro. As buscas continuam.
Globo Online