Rapazes aumentam riscos

[estela]

O facto de os bebés serem do sexo feminino ou masculino, no caso dos gémeos, afecta o desenrolar da gravidez e o parto. Aspectos como o tamanho dos bebés e a data do parto são condicionados por esse factor.

Em termos de peso à nascença e de outros factores importantes para a saúde, têm mais vantagens os bebés que partilham o útero da mãe com uma irmã gémea do que aqueles a quem calhou um irmão, quer sejam eles próprios rapazes ou raparigas.

Foi essa a principal conclusão de um estudo realizado na Universidade de Tel Aviv, em Israel e publicado no número de Novembro da revista científica Obstetrics & Gynecology. Um bebé do sexo masculino afecta negativamente o seu irmão, provavelmente devido a trocas hormonais interfetais. Este processo não é, contudo, ainda completamente conhecido e são precisos mais estudos que possam explicá-lo.

O estudo avaliou dados de 2704 gravidezes gemelares, em que existiam duas placentas. Anteriores estudos não tinham feito esta triagem entre gravidezes com placenta única ou com duas placentas o que pode ter atenuado os efeitos que o sexo dos gémeos pode ter. Mas já havia evidências de que os rapazes têm mais probabilidades de nascer de parto prematuro.

Cerca de 16 por cento das gravidezes eram de duas raparigas, 70 por cento rapaz-rapariga, e 14 por cento eram de dois rapazes. Verificou-se que o parto pré-termo foi mais frequente nos casos em que os bebés eram dois rapazes. Entre as gravidezes de dois rapazes, 9,2 por cento acabou num parto antes das 31 semanas de gestação, enquanto que nos pares rapaz-rapariga essa percentagem foi de 7,5. Nos pares femininos, o parto antes das 31 semanas aconteceu apenas em 5,5 por cento dos casos.

O peso à nascença foi superior, em média, para os rapazes, mas estes registaram peso inferior quando estavam em pares de dois rapazes do que quando tinham uma irmã gémea. Os rapazes também revelaram um crescimento mais lento nos pares rapaz-rapaz do que nos pares rapaz-rapariga.

Por seu lado, as raparigas demonstraram ter menos problemas respiratórios e neurológicos quando tinham uma irmã gémea do que as que tinham um irmão.




In:IOLMae