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Prevenir a Pneumonia

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Prevenir a Pneumonia

É a sexta causa de morte mais comum nos países desenvolvidos e a mais fatal das doenças respiratórias, sobretudo nos idosos.
Em tempo de frio, saiba quais os sintomas e como
se proteger.


Embora ninguém esteja livre de ter uma pneumonia, a incidência desta doença verifica-se, sobretudo, em idades extremas, ou seja, na po-pulação mais nova e nos mais idosos. As pessoas com doenças crónicas e os fumadores também são doentes de risco, pois são aqueles que com maior facilidade podem contrair a doença.

Segundo o Observatório Nacional das Doenças Respiratórias, no ano passado morreram cerca de seis mil portugueses vítimas de pneumonia. Na realidade, o número de mortos não aumentou. O que aumentou foram os internamentos – em cerca de mais dois mil casos –, o que sugere um agravamento da doença devido ao aumento da idade dos doentes, na sua maioria com mais de 65 anos. “Desde sempre que a primeira causa de morte, sobretudo hospitalar, de doenças respiratórias é a pneumonia, porque as pessoas mais idosas que têm doenças respiratórias são muito mais vulneráveis”, revela-nos a especialista Maria da Graça Freitas, responsável pelo serviço de Pneumologia do Hospital da Luz.

A pneumonia é uma infecção com inflamação dos pulmões e pode ser causada por vários microrganismos diferentes, incluindo vírus, bactérias, parasitas ou fungos. “O modo como a infecção é adquirida e se desenvolve varia com os diferentes agentes responsáveis. A grande maioria das pneumonias é provocada por bactérias, embora aproximadamente 10 por cento possam ser provocadas por vírus. Das bactérias, o microrganismo mais frequente é o pneumococo, que pode habitar na garganta das pessoas, mesmo nas saudáveis”, explica Filipe Froes, pneumologista do Hospital Pulido Valente.

Para além das pneumonias adquiridas nas comunidades, há ainda a acrescentar as adquiridas em meio hospitar.

A maior incidência de pneumonia é durante o Inverno, atingindo sobretudo a população masculina. Normalmente, a doença desenvolve-se quando há uma falha nos mecanismos de defesa do organismo devido à exposição à humidade, variações bruscas de temperatura ou debilidade consequente de outras doenças, sobretudo do alcoolismo. No que respeita ao contágio, este pode acontecer pela proximidade com portadores de doença, através da expectoração ou outras secreções respiratórias.

Em circunstâncias normais, as vias respiratórias têm mecanismos eficazes de protecção contra infecções por microrganismos. Quando se está constipado, a filtração que normalmente ocorre no nariz e a imunidade do organismo podem ficar prejudicadas, facilitando o aparecimento de uma pneumonia. Quando há supressão dos reflexos também há um maior risco de surgir uma pneumonia. Doentes alcoólicos, doentes que usam sedativos, que sofreram uma perda de consciência por causa de uma crise convulsiva ou são portadoras de sequelas neurológicas são doentes de risco.

Todos podemos trabalhar no sentido da prevenção.
Evitando hábitos pouco saudáveis.


A instalação da pneumonia é repentina, os sintomas e sinais são febre alta, arrepios, dor torácica, respiração difícil e tosse com catarro. Outra alteração que pode ocorrer é o aparecimento de lesões de herpes nos lábios, por debilidade do sistema imunológico. Em alguns casos, também pode ocorrer dor abdominal, vómitos, náuseas e dor de garganta, espirros, tosse. Estas manifestações desaparecem em poucos dias, persistindo a sede e a falta de apetite até aos últimos dias de tratamento. Os líquidos em geral contribuem para baixar a febre e soltar a expectoração. Durante qualquer fase da doença, o repouso é essencial.

Segundo o pneumologista Filipe Froes, “nos doentes mais idosos ou mais debilitados, a pneumonia pode-se apresentar de uma forma menos evidente, sem febre, mas com prostração ou descompensação de outras doenças associadas, como, por exemplo, a diabetes ou a insuficiência cardíaca”. Maria da Graça Freitas acrescenta que “essas pneumonias são sempre complicadas porque muitas vezes são doentes com alterações cardíacas, hepáticas ou renais associadas e exigem internamento”. Nas crianças, os sintomas podem ser vagos, como a diminuição do apetite, choro e febre.

O diagnóstico pode ser feito com base no exame físico do paciente, mas os exames complementares, nomeadamente a radiografia do tórax e análises, são importantes para confirmar o diagnóstico e para definir o tratamento mais adequado.

No caso de formas menos graves de pneumonia, os doentes podem ser tratados em casa, com a medicação indicada pelo médico especialista. Também se recomenda repouso e alimentação equilibrada, para evitar a recaída que pode ser perigosa.

Mas o melhor é mesmo prevenir. “Aconselhamos a vacinação antigripal, recomendada para a população de risco e para determinados grupos profissionais, por exemplo, profissionais de saúde ou profissionais que lidam com o público em geral”, defende Maria da Graça Freitas. Existe ainda a vacina pneumocócica, que tem a duração de aproximadamente cinco anos e que não previne a pneumonia em si, mas algumas complicações graves que ocorrem com frequência na que é provocada pelo pneumococo.

Evitemos hábitos pouco saudáveis, como o consumo de tabaco e excesso de álcool. Finalmente, a manutenção de um estado nutricional adequado e o controlo das doenças crónicas também contribuem para prevenir a doença.


Por Sofia Francisco
em: Máxima
 
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