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PR vai viajar pelo «Grand Canyon» da Península Ibérica

Satpa

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PR vai viajar pelo «Grand Canyon» da Península Ibérica

Chamam-lhe o «Grand Canyon» da Península Ibérica, mas poucos sabem onde fica, ou que o merecedor de tão grandiosa comparação é o desconhecido Douro Internacional.

O presidente da República, Cavaco Silva, vai mostrá-lo ao país, no domingo, percorrendo os 120 quilómetros por onde se estende o desfiladeiro do rio partilhado por portugueses e espanhóis, ladeado de assombrosas escarpas e santuário de espécies raras.

Embora de dimensões mais reduzidas que o desfiladeiro americano com estatuto de «maravilha do mundo», o estreito que a Natureza rasgou ao longo da fronteira, no Nordeste Transmontano, tem para os especialistas semelhanças dignas de comparação.

«É dos mais extraordinários acidentes geológicos de Portugal», garantiu à Lusa Pedro Castro Henriques, do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB).

De Portugal e da Península Ibérica, segundo vários estudiosos que asseguram tratar-se de um «sítio raro na Europa».

Os espanhóis, que ao longo da história tiveram no Douro a fronteira natural com Portugal, partilham agora com os portugueses este património natural considerado «extraordinário, mas ainda desconhecido».

«Quando se fala de rio Douro, associa-se imediatamente ao Douro Vinhateiro», observou Pedro Castro Rodrigues.

Mas a zona vinhateira faz parte do troço português do Douro, que atravessa o norte do país, de Barca D' Alva ao Porto.

Entre este percurso e o troço exclusivamente espanhol, fica o Douro Internacional, que corre ao longo de 120 quilómetros ao longo da fronteira, desde Miranda do Douro, Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta e Figueira de Castelo Rodrigo (Barca D' Alva).

É das mais recentes áreas protegidas portuguesas e espanholas, tendo recebido a Classificação de Parque Natural do Douro Internacional na margem portuguesa, em Maio de 1998, e de Parque Natural Arribes del Duero, em 2002, na margem espanhola.

classificação destas áreas como protegidas aliviou os receios da ameaça nuclear espanhola, na fronteira, que ainda no ano da criação do parque português, tinha motivado uma manifestação de protesto ibérica em Aldeadavila.

«Em determinados locais, uma pessoa até se sente esmagada pela presença da pedra e pela configuração do próprio vale», contou o técnico do ICNB, referindo-se às escarpas graníticas do assombroso desfiladeiro por onde corre o rio acalmado por cinco barragens portuguesas e espanholas.

Ao longo do Douro Internacional é possível avistar uma diversidade de aves como o milhafre-real, o abutre do Egipto, a águia-real, cegonha preta, falcão peregrino, entre outras.

Mais espécies em perigo como o morcego-de-feradura-mediterrânico, o lobo, gato bravo ou o cágado-de-carapaça-estriada e a víbora-cornuda encontraram refúgio naquele que é considerado «um dos ecossistemas mais completos e ricos da Europa».

Neste ecossistema sempre houve espaço para o Homem, com uma agricultura diversificada, em que predominam o olival, vinha, amendoal, laranjeira.

Nas margens do Douro Internacional são também criadas raças que se tornaram emblemas do Nordeste Transmontano como a bovina Mirandesa, origem da famosa posta de carne, ou o burro mirandês, a única raça asinina portuguesa protegida pela União Europeia.


Diário Digital / Lusa
 

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Conservação da Natureza tem de ser compatível com espécie humana - Cavaco Silva

Ambiente: Conservação da Natureza tem de ser compatível com espécie humana - Cavaco Silva


Miranda do Douro, Bragança, 14 Fev (Lusa) - O presidente da República, Cavaco Silva, alertou hoje, em Miranda do Douro, que a Conservação da Natureza tem de ser compatível com a espécie humana, exortando os poderes públicos a um maior diálogo com as populações.

Cavaco Silva falava no início de um passeio pelo Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), "bem diferente do Douro Vinhateiro", como constatou na primeira visita que faz a esta área protegida, classificada há dez anos.

O chefe de Estado tem ouvido queixas, especialmente dos autarcas relativamente às restrições ambientais "que lhe são impostas e que eles não compreendem".

"Não podemos pensar que a conservação da natureza é um obstáculo ao desenvolvimento humano", defendeu o presidente apelando a uma maior abertura dos responsáveis institucionais para o diálogo.

"Os poderes públicos têm de mostrar uma abertura muito especial para o diálogo e para as explicações", sublinhou.

Para o chefe de Estado, este "é o desafio a que os departamentos públicos da Conservação da Natureza e da Biodiversidade vão ter de dar uma atenção muito grande".

O ministro do Ambiente, Nunes Correia, que acompanha o chefe de Estado nesta visita, garantiu que "esta conciliação é precisamente uma das preocupações fundamentais" da política de conservação.

"Julgo que há muitos progressos que estão a ser feitos e as orientações aos serviços são para a abertura às populações e aos autarcas".

O ministro frisou que "é evidente que tem de haver alguma restrições, mas é possível compatibilizar e fazer da Conservação da Natureza um alavanca para o desenvolvimento".

Cavaco Silva elogiou a "riqueza natural" que é o Douro Internacional, considerado o "Grand Canyon" da península Ibérica, com uma paisagem, fauna e flora únicas e em estado absolutamente selvagem nalgumas zonas.

O que não pode significar a preservação destas riquezas para o presidente da República "é o esquecimento da espécie humana..."

"Estou convencido que a espécie humana pode melhorar a sua condição ao lado da preservação da Águia Real", comparou.

"O grande problema é como conciliar a preservação e conservação da natureza com a melhoria das condições de vida da população e a criação de empregos", reiterou.

Uma das metas que o Instituto da Conservação e Biodiversidade (ICNB) apresentou para reforçar esta relação com as populações locais, diz respeito à agricultura, que constitui a principal aposta para os próximos tempos.

Os ministérios do Ambiente e da Agricultura disponibilizam seis milhões de euros por ano no próximo triénio, para apoiar os agricultores desta área protegida a fazerem uma agricultura mais amiga do ambiente, embora menos rentável.

Os financiamentos são, segundo o Ministério do Ambiente, uma compensação para que possam continuar a sua actividade em simultâneo com a preservação da natureza.

O ICNB tem previsto também para os próximos três anos um investimento de 1,5 milhões de euros, sobretudo para acções de melhoria das condições de visitação do parque, criado há dez anos.

Desde a sua classificação, o parque teve um investimento de apenas três milhões de euros, segundo dados apresentados hoje pelo ICNB.

O parque "extraordinário" foi como Cavaco Silva classificou o Douro Internacional e convidou todos os portugueses a visitá-lo.

"Convido os portugueses a virem aqui, a trazerem os filhos, os netos e mostrar as impressionantes arribas que a água cavou ao longo de milhões de anos", disse.

Um dia inteiro dedicado ao Douro Internacional é a última etapa de uma visita de três dias do chefe de Estado a Trás-os-Montes


HFI.

Lusa/fim
 

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Projecto para o Douro Internacional prevê mais do que cooperação Ibérica

Projecto para o Douro Internacional prevê mais do que cooperação Ibérica

Um rio, dois parques, umaúnicaáreaprotegida

O principal projecto de futuro para o Douro Internacional poderá passar pela junção dos dois parques naturais das margens do rio

Helena Fidalgo (Lusa)



Chamam-lhe o «Grand Canyon» da Península Ibérica, mas poucos sabem onde fica, ou que o merecedor de tão grandiosa comparação é o desconhecido Douro Internacional. O Presidente da República, Cavaco Silva, mostrou-o ontem ao País, percorrendo os 120 quilómetros por onde se estende o desfiladeiro do rio partilhado por portugueses e espanhóis, ladeado de assombrosas escarpas e santuário de espécies raras.
No futuro, os dois parques naturais das margens do rio podem juntar-se num só, criando, desta forma, um única área protegida transfronteiriça. A ideia parece estar agora a ganhar adeptos de ambos os lados da fronteira, dispostos a cumprir o lema de 'um rio uno', 'O futuro passa pela associação com o lado espanhol, nomeadamente pela criação de um parque único internacional', é a opinião de Pedro Castro Henriques, do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB). A mesma opinião tem Júlio Meirinhos, responsável pela delegação da Natureza na região de Turismo Porto/Norte. 'Nós temos, lamentavelmente, ainda grandes coronéis que ainda vêm só do lado cá', considerou Meirinhos, ex-presidente da Câmara de Miranda do Douro, um dos municípios do Douro Internacional.

«La raya del Duero»
Para já, as duas margens do Douro colaboram, mas funcionam em separado, com o Parque Natural do Douro Internacional do lado Português e o Parque Natural Arribes del Duero, no lado espanhol. A área protegida portuguesa foi classificada há dez anos, mas apesar de quatro anos mais jovem, a espanhola ganhou avanço e faz bandeira desta riqueza natural e uma mais valia do facto de a partilhar com Portugal. 'Tierras y gentes de la raya del Duero que compartem algo más que una fronteira', é a frase que salta à vista de quem entra na Casa del Parque, em Fermoselle, um dos dois centros interpretativos espanhóis sobre o parque. No antigo convento franciscano, da localidade com 1800 habitantes, dois guias recebem quem entra explicando e orientando num espaço em que cada recanto reproduz um ambiente diferente do parque. A visita começa com uma reprodução em relevo da 'cicatriz', que representa todo o troço do Douro Internacional na Terra. Além da exibição de um vídeo e de um espaço para a etnografia, a Casa del Parque organiza também eventos para envolver a população local, como exposições ou saídas de campo.

Bemposta sem dinheiro
A menos de 15 quilómetros, do outro lado da fronteira, e à mesma distância do rio, fica Bemposta uma das maiores aldeias portuguesas da região com cerca de 700 habitantes. A entrada em Portugal faz-se pela barragem de Bemposta e logo no final do paredão uma placa indica que se está no Parque Natural do Douro Internacional, assinalado a verde num mapa, com a palavra Espanha ao lado. Passam em Bemposta muito turistas para o parque, como conta o presidente da junta de freguesia, Manuel Folgado, mas quem quiser informação sobre o parque 'vai à junta', Promoção é algo que parece não preocupar muito o autarca, que se queixa de só ainda ter conseguido do parque dinheiro para 'compor a Faia da Água Alta - uma cascata natural- e para compor uma lagoa', 'Não temos dinheiro', repete. Agrada-lhe a ideia de uma autarca espanhola vizinha que quer fazer uma nova ponte para encurtar distância entre os dois povos, mas não sabe 'como é que está isso',
'É um mal muito português não tirar partido. Do lado de lá não têm mais potencialidades, têm é gente que se mexe mais', considera Pedro Castro Henriques do ICNB. Por esta razão, entende que devia avançar o projecto para um parque único 'porque assim seríamos obrigados a acompanhar o passo dos espanhóis', Chama, porém a atenção para as ambições turísticas para esta zona: 'Não podemos fazer um Algarve em todo o lado', afirma. O técnico do ICNB lembra que se trata de uma área sensível e que muita agitação pode trazer perturbação',

Apelo da natureza
O responsável pelo Turismo tem como bom exemplo do que pode ser esta actividade no Douro Internacional o cruzeiro ambiental que percorre um troço junto a Miranda do Douro e que transporta uma média de 65 mil habitantes por ano. A embarcação é o maior operador turístico da região e obedece a uma série de requisitos, nomeadamente restrições ao nível da emissão de poluentes e na entrada em algumas zonas na época de nidificação das aves. Além da vertente turística tem também vocação ambiental com um biólogo a acompanhar visitas de estudo e acções de sensibilização. A observação de aves e os passeios pedestres são outra vertente turística em ascensão. Meirinhos garante existirem unidades hoteleiras lotadas com turistas estrangeiros que passam dias nesta zona a caminhar pelo parque.

CAIXA

Da águia-real ao cágado-de-carapaça-estriada

Ao longo do Douro Internacional é possível avistar uma diversidade de aves como o milhafre-real, o abutre do Egipto, a águia-real, cegonha preta, falcão peregrino, entre outras. Mais espécies em perigo como o morcego-de-feradura-mediterrânico, o lobo, gato bravo ou o cágado-de-carapaça-estriada e a víbora-cornuda encontraram refúgio naquele que é considerado 'um dos ecossistemas mais completos e ricos da Europa', Neste ecossistema sempre houve espaço para o Homem, com uma agricultura diversificada, em que predominam o olival, vinha, amendoal, laranjeira.

O estreito que a Natureza rasgou ao longo da fronteira, no Nordeste Transmontano, parece-se com o «Grand Canyon»

Ivo Pires (Lusa)



Fonte: o primeiro de janeiro
 
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