- Entrou
- Set 24, 2006
- Mensagens
- 9,473
- Gostos Recebidos
- 1
Literatura: Poeta argentino Juan Gelman solidariza-se com Ernesto Cardenal
Manágua, 09 Set (Lusa) - O poeta argentino Juan Gelman, Prémio Cervantes 2007, exprimiu o seu repúdio pela condenação do poeta e sacerdote nicaraguense Ernesto Cardenal, acusado de injuriar um empresário alemão.
"Por fim posso exprimir o meu repúdio por este acto contra Ernesto Cardenal da parte de pessoas que de sandinistas já não têm nada e não chegam sequer ao calcanhar do grande poeta, do grande humanista, do grande religioso", lê-se numa mensagem de Gelman difundida por correio electrónico.
"Posso agora declarar publicamente - acrescenta o poeta - que me alegra ter rejeitado a Ordem de Ruben Darío que Daniel (Ortega) e Rosario (Murillo)- segundo me disse por telefone o embaixador da Nicarágua em Cuba - queriam outorgar-me".
"Esses nomes, Rubén Darío, Ernesto Cardenal, continuarão vivos quando se extinguir a infâmia", diz a concluir a mensagem.
A 22 de Agosto último, o juiz David Rojas, de Manágua, de tendência sandinista, condenou Cardenal a pagar uma multa de 20.000 córdobas (1.025 dólares) por injúrias ao empresário alemão Inmanuel Zerger, com quem está envolvido num antiga disputa de terras.
Cardenal, de 83 anos, não cumpriu a sentença, qualificando-a de "injusta e ilegal" e uma "vingança" de Ortega.
O poeta, que recebeu entretanto o apoio de um grande número de intelectuais de todo o mundo, foi ministro da Cultura no primeiro governo sandinista (1979-1990) e proposto em 2005 e em 2007 como candidato ao Prémio Nobel de Literatura.
A sua inimizade com Ortega começou quando ambos militavam no sandinismo, pelos "pactos" do hoje presidente da Nicarágua com os liberais e o ex-governante Arnoldo Alemán, condenado por corrupção.
O processo judicial está actualmente a cargo do juiz Ronaldo Morán, que ordenou o congelamento de três contas bancárias de Cardenal e talvez julgue o caso esta semana.
A justiça nicaraguense não emitiu qualquer medida cautelar contra o poeta, que se pode movimentar livremente e mesmo viajar para o estrangeiro.
RMM.
© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
Manágua, 09 Set (Lusa) - O poeta argentino Juan Gelman, Prémio Cervantes 2007, exprimiu o seu repúdio pela condenação do poeta e sacerdote nicaraguense Ernesto Cardenal, acusado de injuriar um empresário alemão.
"Por fim posso exprimir o meu repúdio por este acto contra Ernesto Cardenal da parte de pessoas que de sandinistas já não têm nada e não chegam sequer ao calcanhar do grande poeta, do grande humanista, do grande religioso", lê-se numa mensagem de Gelman difundida por correio electrónico.
"Posso agora declarar publicamente - acrescenta o poeta - que me alegra ter rejeitado a Ordem de Ruben Darío que Daniel (Ortega) e Rosario (Murillo)- segundo me disse por telefone o embaixador da Nicarágua em Cuba - queriam outorgar-me".
"Esses nomes, Rubén Darío, Ernesto Cardenal, continuarão vivos quando se extinguir a infâmia", diz a concluir a mensagem.
A 22 de Agosto último, o juiz David Rojas, de Manágua, de tendência sandinista, condenou Cardenal a pagar uma multa de 20.000 córdobas (1.025 dólares) por injúrias ao empresário alemão Inmanuel Zerger, com quem está envolvido num antiga disputa de terras.
Cardenal, de 83 anos, não cumpriu a sentença, qualificando-a de "injusta e ilegal" e uma "vingança" de Ortega.
O poeta, que recebeu entretanto o apoio de um grande número de intelectuais de todo o mundo, foi ministro da Cultura no primeiro governo sandinista (1979-1990) e proposto em 2005 e em 2007 como candidato ao Prémio Nobel de Literatura.
A sua inimizade com Ortega começou quando ambos militavam no sandinismo, pelos "pactos" do hoje presidente da Nicarágua com os liberais e o ex-governante Arnoldo Alemán, condenado por corrupção.
O processo judicial está actualmente a cargo do juiz Ronaldo Morán, que ordenou o congelamento de três contas bancárias de Cardenal e talvez julgue o caso esta semana.
A justiça nicaraguense não emitiu qualquer medida cautelar contra o poeta, que se pode movimentar livremente e mesmo viajar para o estrangeiro.
RMM.
© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.