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Esgotados ou indisponíveis há anos, os poemas de Eugénio de Andrade vão regressar em força às livrarias. O acordo estabelecido entre os herdeiros e a editora Modo de Ler vai permitir, já a partir do próximo mês, a reedição da obra completa do poeta.
As capas mantêm a sobriedade de sempre, mas é impossível não detectar as ligeiras diferenças introduzidas: o branco deu lugar a matizes mais quentes e há ainda subtis desenhos que aludem à comunhão íntima com a natureza que caracterizava o universo poético do autor de "Com o sol em cada sílaba".
José da Cruz Santos, editor da Modo de Ler, acredita que "Eugénio decerto gostaria muito" do novo grafismo, a cargo do designer Rui Mendonça.
A reacção dos herdeiros do poeta, "muito positiva", vem reforçar a crença do editor de que "é chegada a altura de resgatar o Eugénio do limbo do esquecimento em que infelizmente caiu nos últimos anos".
Vários acontecimentos recentes contribuíram para o desaparecimento das obras do poeta dos escaparates das livrarias: além das falências da Quasi e da Campo das Letras - editoras que contavam nos respectivos catálogos com largos títulos do autor -, a Fundação Eugénio de Andrade enfrenta sérias dificuldades financeiras que limitaram de forma flagrante a sua actividade regular e aguarda apenas o parecer do Ministério da Presidência para ser oficialmente extinta.
A um escasso ano de completar meio século de actividade como editor, Cruz Santos fala com entusiasmo da nova e exigente empreitada literária que tem em mãos. Durante os próximos anos, propõe-se editar dezenas de livros: além dos 29 títulos da obra canónica, estão previstos álbuns, antologias e edições especiais ou inéditas que, acredita, "vão reavivar o interesse" em torno da obra.
"Era muito difícil resistir a este apelo", confidencia Cruz Santos, cuja relação de amizade com o poeta remonta à década de 50. Desde 1966, publicou mais de meia centena de títulos, além da promoção de várias homenagens, incluindo a do 80º aniversário do nascimento. Tamanhos esforços levaram mesmo a que Eduardo Lourenço o considerasse "o São Paulo de Eugénio".
Depois da publicação dos dois volumes que reúnem a poesia e a prosa, em Abril é a vez de sair "Antologia mínima", constituída por 20 poemas escolhidos por Eugénio de Andrade, que os manuscreveu para serem reproduzidos em fac-símile. A edição conta também com duas dezenas de pinturas de Cristina Valadas.
Para assinalar a data de nascimento do poeta, a Fundação Eugénio de Andrade promove hoje, às 17.30 horas, nas suas instalações, um encontro que vai reunir jovens autores.
Jornal de notícias
As capas mantêm a sobriedade de sempre, mas é impossível não detectar as ligeiras diferenças introduzidas: o branco deu lugar a matizes mais quentes e há ainda subtis desenhos que aludem à comunhão íntima com a natureza que caracterizava o universo poético do autor de "Com o sol em cada sílaba".
José da Cruz Santos, editor da Modo de Ler, acredita que "Eugénio decerto gostaria muito" do novo grafismo, a cargo do designer Rui Mendonça.
A reacção dos herdeiros do poeta, "muito positiva", vem reforçar a crença do editor de que "é chegada a altura de resgatar o Eugénio do limbo do esquecimento em que infelizmente caiu nos últimos anos".
Vários acontecimentos recentes contribuíram para o desaparecimento das obras do poeta dos escaparates das livrarias: além das falências da Quasi e da Campo das Letras - editoras que contavam nos respectivos catálogos com largos títulos do autor -, a Fundação Eugénio de Andrade enfrenta sérias dificuldades financeiras que limitaram de forma flagrante a sua actividade regular e aguarda apenas o parecer do Ministério da Presidência para ser oficialmente extinta.
A um escasso ano de completar meio século de actividade como editor, Cruz Santos fala com entusiasmo da nova e exigente empreitada literária que tem em mãos. Durante os próximos anos, propõe-se editar dezenas de livros: além dos 29 títulos da obra canónica, estão previstos álbuns, antologias e edições especiais ou inéditas que, acredita, "vão reavivar o interesse" em torno da obra.
"Era muito difícil resistir a este apelo", confidencia Cruz Santos, cuja relação de amizade com o poeta remonta à década de 50. Desde 1966, publicou mais de meia centena de títulos, além da promoção de várias homenagens, incluindo a do 80º aniversário do nascimento. Tamanhos esforços levaram mesmo a que Eduardo Lourenço o considerasse "o São Paulo de Eugénio".
Depois da publicação dos dois volumes que reúnem a poesia e a prosa, em Abril é a vez de sair "Antologia mínima", constituída por 20 poemas escolhidos por Eugénio de Andrade, que os manuscreveu para serem reproduzidos em fac-símile. A edição conta também com duas dezenas de pinturas de Cristina Valadas.
Para assinalar a data de nascimento do poeta, a Fundação Eugénio de Andrade promove hoje, às 17.30 horas, nas suas instalações, um encontro que vai reunir jovens autores.
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