Tipos De Poda
Primeira: PODA DE FORMAÇÃO:
Que tem por fim proporcionar à planta uma altura de tronco (do solo às primeiras ramificações da copa) e uma estrutura de ramos adequados à exploração frutícola. Se a poda de formação for correta, a copa se disporá com harmonia, simetricamente, proporcionando uma distribuição equilibrada da frutificação, com arejamento e iluminação convenientes.
Pode-se chamar a poda de formação de condução da planta, podendo ser considerada como uma poda de educação, sendo executada normalmente no viveiro, com objetivo de formar mudas com porte, altura e brotações bem distribuídas. Podendo formar mudas em haste única, comum em macieira e pereira, onde todas as brotações laterais são eliminadas no viveiro. Já em mudas que formam uma copa maior como as cítricas, de goiabeira e caquizeiro na formação da muda a copa é distribuída no tronco em três a quatro brotações espaçadas entre si em 3 a 5 cm.
Existe também a poda realizada por ocasião do transplante (desplantio) antes da muda ser levada para o plantio definitivo, denominada de poda de transplantação, que se faz eliminando as brotações excessivas e, de acordo com a espécie e a forma de copa que se deseja, deixa-se três a quatro ramos bem distribuídos e fazendo o desponte de ramos longos, com o cuidado de executar o corte deixando uma gema vegetativa voltada para fora da copa inicial. Cortam-se também as raízes muito longas, quebradas e tortas, buscando o equilíbrio entre a copa e o sistema radicular.
A poda de formação propriamente dita será executada após o estabelecimento da fruteira no campo. É executada nos primeiros anos de vida da planta. Visa garantir uma estrutura forte e equilibrada, com ramos bem distribuídos, para sustentar as safras e facilitar o manejo e a colheita. Normalmente conduz-se a planta com três ou quatro pernadas formadas, desbrotadas até a planta atingir um metro de altura, permitindo daí em diante que as brotações das gemas laterais preencham os vazios da copa, assumindo assim a forma de copa desejada para cada espécie frutífera em particular.
As formas das árvores podem ser naturais ou artificiais. As naturais têm o seu emprego nas espécies de folhas persistentes (citros, mangas, abacates, cajus, etc.) quando praticamente não há necessidade de intervenção do homem, devido ao hábito de vegetação e frutificação dessas plantas. Porém, as espécies de folhas caducas, dada a formação de suas gemas frutíferas, exigem podas anuais para maior rendimento. Essas plantas adquirem, portanto, por meio de podas constantes, formas artificiais (Simão, 1998).
As formas artificiais são divididas em haste apoiada e livre.
As hastes livres são utilizadas para os vegetais que sustentam por si só a sua copa, e as apoiadas quando há necessidade de se tutorar a planta para que ela adquira uma forma compatível com o tipo de exploração, como por exemplo a videira.
As formas apoiadas podem ser conduzidas em cordões ou palmetas.
Na condução em cordões, as plantas são apoiadas sobre paliçada, latada ou cerca.
As principais formas de cordão são: vertical, oblíqua e horizontal.
Palmeta é a forma de condução da planta de modo que os ramos sejam distribuídos opostamente em série, de dois em dois.
A condução em palmeta pode ser de diversos tipos: U simples, U duplo, candelabro, verrier, ramos horizontais e ramos oblíquos.
As formas em haste livre podem apresentar os seguintes tipos: pirâmide, fuso, vaso e guia modificado.
O emprego de um ou outro tipo, quanto ao porte, depende da finalidade e também dos agentes externos, como vento por exemplo.
A forma de vaso é bastante simples e a que menos contraria os hábitos da planta.
Figura 1. Poda de formação na forma de vaso (A e B) e guia modificado (C).
Fonte: Simão (1998).
Figura 2. Poda de formação vista de cima: a) pernada; B) braços; C) ramos.
Fonte: Simão (1998).
Segunda: PODA DE FRUTIFICAÇÃO:
A poda de frutificação é iniciada após a copa da planta encontrar-se formada. Tem por fim regularizar e melhorar a frutificação, quer refreando o excesso de vegetação da planta, quer pelo contrário, reduzindo os ramos frutíferos, para que haja maior intensidade de vegetação, evitando-se, dessa maneira, a superprodução da planta, que abaixa a qualidade da fruta e acarreta a decadência rápida das árvores. Desse modo, a poda de frutificação é a controladora da produção, uniformizando-a, regularizando-a, dando-lhe mais qualidade e mais consistência. Geralmente as plantas de clima temperado necessitam deste tipo de poda, dentre elas pode-se citar: figueira, macieira, marmeleiro, pessegueiro, videira, entre outras fruteiras.
Terceira: PODA DE REJUVENESCIMENTO, REGENERAÇÃO E TRATAMENTO:
Tem por fim livrar as plantas frutíferas dos seus ramos doentes, praguejados, improdutivos e decrépitos ou, se mais energicamente executada, reformar inteiramente a copa, renovando-a a partir das ramificações principais, eliminando focos de doenças e de pragas, reconstituindo a ramagem já estéril, reativando assim a produtividade perdida. Esse tipo de poda radical é freqüentemente usado no transplante de grandes árvores frutíferas adultas e no rejuvenescimento de pomares abandonados, mas de vigor ainda razoável, apresentando troncos íntegros. É ainda o tipo de poda que se aplica às fruteiras intensamente parasitadas por brocas, cochonilhas, ervas-de-passarinho, algas, fungos, ácaros e outras pragas e moléstias da parte aérea, mas cuja eliminação se justifique, por se tratar de plantas da valor. Normalmente, são cortadas as pernadas principais, a 40 cm do solo e com isso, deve-se iniciar o processo de formação da planta novamente. Esses cortes são maiores no inverno, e logo após, recomenda-se a aplicação de uma pasta fungicida, normalmente cúprica, no local do corte o que facilita a cicatrização e minimiza o efeito do ataque de fungos.
Quarta: PODA DE LIMPEZA:
É uma poda leve, quase simples visita geral a que anualmente se procede nos pomares, com a tesoura de poda em punho, consistindo na retirada dum eventual ramo doente, quebrado, seco, praguejado, mal localizado ou inconveniente. É poda sumária, aplicada às plantas adultas daquelas frutíferas que requerem pouca poda, como laranjeiras, abacateiros, jabuticabeiras, mangueiras e outras tropicais. Geralmente, todas as fruteiras necessitam deste tipo de poda. É um tipo de poda executada normalmente em períodos de baixa atividade fisiológica da planta, ou seja, durante o inverno ou, como nas cítricas, logo após sua colheita.
Após a poda de limpeza, geralmente se faz um tratamento químico (normalmente cúprico) das partes cortadas para reduzir a aparecimento de doenças.