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O guitarrista e compositor Pedro da Silva vai tocar flamenco e guitarra portuguesa no Museu de Arte Moderna, a propósito da nova exposição de Picasso, depois de os curadores terem apreciado os paralelos entre ambos, artísticos e ibéricos.
«Fizeram um paralelo entre a minha visão das guitarras e a visão de Picasso e os temas espanhóis que ele usava», disse Pedro da Silva, radicado há 15 anos em Nova Iorque, um dos músicos convidados para actuar em concertos à margem da exposição Picasso: Guitarras 1912-1914 , que abre no MoMA no domingo.
«É uma coisa parecida: estou fora do meu país e a inspirar-me nele e a levar a técnica da guitarra portuguesa e o género de musica que se escreve para além do normal», relata o músico de 34 anos, que actua no próximo dia 23.
A primeira metade do programa será em guitarra clássica e a segunda em guitarra portuguesa, adiantou Pedro da Silva, que é também professor de composição na New York University.
Na apresentação da exposição, o MoMA descreve-o como um músico «eclético e versátil, que compõe em praticamente qualquer estilo (clássica contemporânea, étnica, filme, rock, jazz e electrónica), toca 18 instrumentos» e apresenta «intrincadas composições de flamenco e guitarra português».
Depois de ter vivido tocando apenas dois fados até Maio do ano passado, o músico tem vindo a dedicar-se crescentemente ao fado no último ano, e, juntamente com a jovem fadista Nathalie Pires, é presença regular no restaurante Pão às quartas-feiras, que apelida de «única casa de fados de Nova Iorque».
Mas foi uma actuação na conhecida sala de espectáculos nova-iorquina Le Poisson Rouge, em que interpretou uma peça escrita pela mulher, a argentina Lucia Caruso, que motivou o convite para a primeira colaboração com o MoMA.
«A minha mulher está apaixonada por Portugal e escreveu uma peça de 11 minutos para coro, orquestra de câmara e guitarra portuguesa, baseada num excerto dos Lusíadas que fala sobre Sintra», afirma Pedro da Silva.
«Estamos sempre a tentar fazer que a guitarra portuguesa seja conhecida no mundo», adianta o músico português, que criou com a mulher uma orquestra de câmara de 12 a 25 elementos, Manhattan Camerata.
O músico elege entre as suas principais referências na música portuguesa Carlos Paredes - número um - e guitarristas de fado contemporâneos como José Manuel Neto, Custódio Castelo, Pedro Caldeira Cabral e Ricardo Rocha.
Apesar da ligação à música portuguesa, Silva nasceu nos Estados Unidos, onde o pai diplomata - Francisco Henriques da Silva - estava colocado, e só viveu quatro anos e meio em Portugal, que hoje visita pelo menos uma vez por ano.
«Mas normalmente digo que sou de Lisboa. Toda a minha vida sempre foi a base. E os meus pais sempre obrigaram que eu e a minha irmã falássemos português entre os dois. Graças a isso, sinto-me identificado com o país», adianta.
Doutorado em composição pela NYU, Pedro da Silva foi convidado a integrar o corpo docente da universidade, e foi ganhando raízes numa cidade onde «há musica todo o tempo».
«Só ópera há duas grandes todos os dias, excepto ao domingo, a 20 metros uma da outra, e estão sempre cheias com milhares e milhares de pessoas. É absolutamente incrível. Só numa cidade como esta se encontram oportunidades assim», afirma.
Lusa / SOL
«Fizeram um paralelo entre a minha visão das guitarras e a visão de Picasso e os temas espanhóis que ele usava», disse Pedro da Silva, radicado há 15 anos em Nova Iorque, um dos músicos convidados para actuar em concertos à margem da exposição Picasso: Guitarras 1912-1914 , que abre no MoMA no domingo.
«É uma coisa parecida: estou fora do meu país e a inspirar-me nele e a levar a técnica da guitarra portuguesa e o género de musica que se escreve para além do normal», relata o músico de 34 anos, que actua no próximo dia 23.
A primeira metade do programa será em guitarra clássica e a segunda em guitarra portuguesa, adiantou Pedro da Silva, que é também professor de composição na New York University.
Na apresentação da exposição, o MoMA descreve-o como um músico «eclético e versátil, que compõe em praticamente qualquer estilo (clássica contemporânea, étnica, filme, rock, jazz e electrónica), toca 18 instrumentos» e apresenta «intrincadas composições de flamenco e guitarra português».
Depois de ter vivido tocando apenas dois fados até Maio do ano passado, o músico tem vindo a dedicar-se crescentemente ao fado no último ano, e, juntamente com a jovem fadista Nathalie Pires, é presença regular no restaurante Pão às quartas-feiras, que apelida de «única casa de fados de Nova Iorque».
Mas foi uma actuação na conhecida sala de espectáculos nova-iorquina Le Poisson Rouge, em que interpretou uma peça escrita pela mulher, a argentina Lucia Caruso, que motivou o convite para a primeira colaboração com o MoMA.
«A minha mulher está apaixonada por Portugal e escreveu uma peça de 11 minutos para coro, orquestra de câmara e guitarra portuguesa, baseada num excerto dos Lusíadas que fala sobre Sintra», afirma Pedro da Silva.
«Estamos sempre a tentar fazer que a guitarra portuguesa seja conhecida no mundo», adianta o músico português, que criou com a mulher uma orquestra de câmara de 12 a 25 elementos, Manhattan Camerata.
O músico elege entre as suas principais referências na música portuguesa Carlos Paredes - número um - e guitarristas de fado contemporâneos como José Manuel Neto, Custódio Castelo, Pedro Caldeira Cabral e Ricardo Rocha.
Apesar da ligação à música portuguesa, Silva nasceu nos Estados Unidos, onde o pai diplomata - Francisco Henriques da Silva - estava colocado, e só viveu quatro anos e meio em Portugal, que hoje visita pelo menos uma vez por ano.
«Mas normalmente digo que sou de Lisboa. Toda a minha vida sempre foi a base. E os meus pais sempre obrigaram que eu e a minha irmã falássemos português entre os dois. Graças a isso, sinto-me identificado com o país», adianta.
Doutorado em composição pela NYU, Pedro da Silva foi convidado a integrar o corpo docente da universidade, e foi ganhando raízes numa cidade onde «há musica todo o tempo».
«Só ópera há duas grandes todos os dias, excepto ao domingo, a 20 metros uma da outra, e estão sempre cheias com milhares e milhares de pessoas. É absolutamente incrível. Só numa cidade como esta se encontram oportunidades assim», afirma.
Lusa / SOL