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Pesca a peixes migradores Criticamente em Perigo está “incontrolável”, alerta a Querc

ecks1978

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Out 29, 2007
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É em plena época de migração, quando os peixes abandonam o mar e sobem os rios para a desova, que a Quercus lançou um repto aos ministérios da Administração Interna e do Ambiente para promoverem uma fiscalização sistemática e coordenada. Tudo porque a pesca a estas espécies Criticamente em Perigo está “incontrolável”.

De Janeiro a Maio/Junho, espécies migradoras como a lampreia-marinha, a enguia, o salmão, a truta-marisca e o sável sobem os rios até aos locais de desova. Estas zonas são as escolhidas para a pesca ilegal a estes peixes reprodutores, constata Paulo Lucas, do Grupo de Trabalho da Quercus dedicado à Conservação e Biodiversidade.

“A situação está incontrolável. Há ilegalidades a ocorrer por todo o país”, contou ao PÚBLICO. Actualmente apenas existem “acções pontuais de fiscalização” por várias entidades, desde a GNR, à Polícia Marítima, a elementos das Administrações das Regiões Hidrográficas e ao Instituto da Conservação e da Biodiversidade (ICNB).

“Lançámos um repto aos ministérios da Administração Interna e do Ambiente para se articularem” e promoverem “uma dinâmica anual de fiscalização, coordenada e sistemática” nos principais rios do país, disse Paulo Lucas. “Era bom que todos os anos as autoridades soubessem que, nesta época das migrações, este é um problema que existe”. Aliás, este modelo é o único que permite “bons resultados na recuperação das populações destas espécies”.

A pesca ilegal e a sobre-pesca são, para a Quercus, dois dos problemas destas espécies com resolução mais viável e com baixos custos. “O grande problema dos peixes migradores são os represamentos mas o problema da pesca é um que tem solução a baixo custo e que, efectivamente, pode ser resolvido. Com as barragens já é mais complicado”, notou.

Dados recentes citados pela Quercus apontam para que em Portugal existam cem grandes barragens e 800 de média e pequena dimensão. Estão previstas ou em construção mais onze. Estes represamentos ocupam 90 por cento dos troços dos principais rios.

Os peixes de rio (dulciaquícolas) e migradores estão hoje ao primeiro lugar da lista vermelha dos vertebrados de Portugal. Sessenta e três por cento das espécies tem categoria de ameaça. Oito estão "Criticamente em Perigo".

O esturjão está extinto no país, o saramugo sobrevive marcado por 20 anos de declínio e o salmão e a truta-marisca viram a sua população diminuir 98 por cento num lapso de dez a 20 anos. Não se prevê o fim desta tendência nos próximos dez a 15 anos.

Num contributo para recuperar cinco espécies “Criticamente em Perigo” e endémicas de Portugal – ou seja, que não existem em mais rio nenhum do planeta -, a Quercus tem a decorrer desde 2008 um projecto de reprodução em cativeiro, com apoios públicos e privados.

Espécies do projecto de reprodução em cativeiro:

Boga do sudoeste (Chondrostoma almacai): ocorre nas bacias hidrográficas dos rios Mira e Arade.

Boga-portuguesa (Chondrostoma lusitanicum): ocorre nas bacias hidrográficas do Tejo e Sado.

Escalo do Arade (Squalius aradensis): ocorre na bacia hidrográfica do Arade e em quatro pequenas bacias no Algarve (ribeiras da Quarteira, de Seixe, de Aljezur e do Alvor).

Escalo do Mira (Squalius torgalensis): ocorre na bacia hidrográfica do Mira.

Boga do Oeste (Achondrostoma occidentale) (ou Ruivaco do Oeste): ocorre nas bacias do Oeste.
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