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Peça de Luís de Freitas Branco gravada pela 1ª vez em CD

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Peça de Luís de Freitas Branco gravada pela 1ª vez em CD

A peça «Depois de Uma Leitura de Guerra Junqueiro», de Luís de Freitas Branco, é gravada pela primeira vez em CD, interpretada pela Sinfónica da RTE, dirigida por Álvaro Cassuto.

O CD, editado pela Naxos, é apresentado quinta-feira à tarde, dia 25 de Fevereiro, na Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), e, além de «Depois de Uma Leitura de Guerra Junqueiro», inclui a Sinfonia nº 2 e «Paraísos Artificiais».

O álbum foi gravado pela RTE - National Symphony Orchestra, dirigida por Álvaro Cassuto, no National Concert Hall em Dublin, em Setembro do ano passado. «O projecto da Naxos é editar em CD cada uma das quatro sinfonias de Freitas Branco que foi um proeminente compositor», disse o maestro.

Álvaro Cassuto salientou «a importância destas gravações para um conhecimento internacional da música portuguesa, pois além do suporte em CD, estará disponível também na Internet para fazer 'download'».Desta série foi editado em Agosto o primeiro CD, que inclui também uma primeira gravação mundial, a de «Scherzo fantastique» (1907), além da Sinfonia nº1 (1924) e da Suite Alentejana Nº1 (1917).Para Abril está previsto a gravação do terceiro CD, que incluirá a Terceira Sinfonia e a Suite Alentejana nº2, adiantou Cassuto.

O CD que será apresentado quinta-feira obteve já nota máxima na revista Classics Today, para quem «Álvaro Cassuto é o intérprete ideal da música do seu compatriota e o som que a Naxos produz em Dublin mantém-se entre os mais requintados disponíveis nesta etiqueta».

A terminar, o crítico David Hurwitz atesta: «Excelente sob todos os pontos de vista!».Referindo-se à orquestra irlandesa, Cassuto explicou à Lusa que «a sua escolha deveu-se ao facto de um CD gravado por esta orquestra, com uma sinfonia de Joly Braga Santos, ter ganho o Prémio MIDEM, há uns anos, além do anterior CD ter recolhido também excelentes críticas nas revistas da especialidade».

O maestro sublinhou ainda que «é através destas gravações disponíveis em todo o mundo que se pode e deve divulgar os compositores portugueses».

«Já não chega tocar numa ou outra sala para dar a conhecer a excelência dos compositores portugueses, em CD fica disponível para todos», referiu. David Hurwitz afirma que «Freitas Branco não esconde as suas influências, ele deleita-se com elas, e isto confere à sua música uma autenticidade e um foco que torna a questão da pura originalidade basicamente irrelevante».

O crítico aponta Franck, Richard Strauss, Indy, Debussy, e Ravel como compositores que influenciaram a música de Freitas Branco. Alexandre Delgado, um dos autores da primeira biografia do compositor, afirmou que este foi o introdutor do modernismo na música portuguesa, sobretudo a partir do poema sinfónico «Paraísos Artificiais» (1910), que é incluído neste CD.

Freitas Branco «cultivou os mais diversos estilos, revelando diferentes personalidades, fenómeno de certo modo comparável aos heterónimos de Fernando Pessoa», acrescentou. Entre as obras mais vanguardistas de Luís Freitas Branco, Delgado destacou os «Dois poemas de Mallarmé» para canto e piano (1913), cuja estreia discográfica está prevista para o próximo CD, e o poema sinfónico «Vathek» (1914).


Diário Digital / Lusa
 
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