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Passagens de peões em Belém não são acessíveis a todos

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É dia de reclamar. Em especial contra barreiras arquitectónicas

Passagens de peões em Belém não são acessíveis a todos

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Foto Turistas carregam com carrinho de bebé para chegar à zona ribeirinha de Belém​

Em Lisboa, passar para a zona ribeirinha de Belém pode ser uma dor de cabeça para quem tenha uma cadeira de criança ou dificuldade em subir escadas. Os turistas queixam-se.

Esta sexta-feira é o Dia da Reclamação, criado para as pessoas com deficiência pedirem o livro de reclamações e protestarem contra as barreiras arquitectónicas.

A ideia nasceu nas redes sociais e a queixa pode ser apresentada em qualquer instituto público. As pessoas em causa não se vêem como vítimas de deficiência, mas de discriminação – até porque as barreiras podem atingir qualquer pessoa, como, por exemplo, uma grávida ou alguém que transporte um bebé num carrinho.

O apelo é, para que qualquer pessoa peça o Livro de Reclamações nos serviços públicos que são inacessíveis e que escrevam pelo cumprimento da lei de acessibilidades.

Tem canadianas e quer passar a linha para ir ao Padrão dos Descobrimentos?
A Renascença deslocou-se a uma das mais nobres zonas do país – Belém, em Lisboa –, onde é impossível passar da Praça do Império para a zona ribeirinha sem ser através de escadas. Pelo meio, existe uma linha ferroviária. Os visitantes queixam-se.

“Há falta de acessibilidade. Por exemplo, uma pessoa com cadeira de rodas não consegue mobilizar-se para o outro lado”, afirma uma mulher.

“Cheguei até aqui com muitas dificuldades, não há qualquer acesso para chegar aqui além de escadas e com um bebé pequeno é muito difícil”, descreve, por seu lado, um turista inglês.

“É uma situação que poderia ser revista”, defende um brasileiro.

Desculpas não são válidas, diz Associação Portuguesa Deficientes
Há muito que a Associação Portuguesa de Deficientes procura mudar a situação em Belém, mas sem resposta da Câmara. E as soluções são várias, defende.

“Desde o elevador à plataforma elevatória, existem algumas soluções. Depois é optar a que se enquadra melhor em termos de estética, de espaço, de custo, de benefício”, refere Bruno Lopes, dirigente da associação.

“É uma situação que já foi reportada e houve uma proposta em orçamento participativo, mas ainda não há qualquer alteração e pensamos que é relevante para o turismo sénior e acessível, para chegarem a um dos monumentos mais emblemáticos de Portugal e de Lisboa”, acrescenta.

A autarquia alega que uma eventual obra, além de cara, ficaria sujeita a vandalismo – um argumento que Bruno Lopes não valida.

“Basta um autarca dirigir-se àquele local com um carrinho de bebés ou com uma grávida ou uma pessoa de terceira idade ou que tenha partido o pé ou o joelho e depara-se com aquela situação. É tão escandaloso que salta à vista de toda a gente o falta ali fazer”, sustenta.

Certo é que, até agora, nada foi feito. A Renascença contactou de forma repetida a Câmara de Lisboa, ao longo dos últimos dias, sem que a autarquia fosse capaz de explicar a ausência de uma passagem em rampa ou com elevador que permita a todos aceder à zona ribeirinha de Belém.

RR

Fonte: deficiente-forum.com - Portal
 
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