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- Abr 25, 2007
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Depois de tantos meses de espera, aproxima-se o grande momento. Tudo está a postos: em casa o berço aguarda o seu novo ocupante, as gavetas estão cheias de roupinhas minúsculas e fraldas e a mulher está, se possível, ainda mais atenta ao seu corpo, na expectativa do aparecimento dos primeiros sinais de parto. No entanto, há já algum tempo que o processo que culmina no nascimento começou, mesmo que ela ainda não tenha dado conta de nada.
Tal como não existem duas mulheres iguais, ou dois bebés iguais, também não existem dois partos iguais. Os patamares físicos são incontornáveis, mas é a forma como a mulher e o seu bebé os experimentam que faz com que cada nascimento se torne único e irrepetível.
Na equação do parto pesam também outras condições, para além da biologia. A começar pela personalidade e atitude da mãe e a terminar nas circunstâncias em que tudo acontece. As variáveis são tão grandes que, para efeito desta visita guiada pelo parto, temos de nos limitar aos fenómenos que acontecem nos partos naturais, ou seja, os que começam espontaneamente, decorrem sem intervenções médicas – como as analgesias ou a cesariana – e culminam na expulsão vaginal sem fórceps nem ventosas. Uma combinação que é cada vez mais rara, mas que ainda existe.
Alarmes falsos
Na recta final da gravidez, ou seja no terceiro trimestre, é habitual que a mulher sinta algum desconforto, que muitas comparam às dores do período menstrual. São as contracções de Braxton-Hicks e não significam que o bebé esteja prestes a conhecer o mundo, já que são apenas sinais de que o corpo se está a preparar para a hora H.
A mãe:
• As contracções de Braxton-Hicks são desconfortáveis, mas não especialmente dolorosas. Para as mães de primeira viagem é complicado distingui-las das contracções «verdadeiras» mas, por vezes, nem as mulheres mais experientes sabem quando se tratam de umas e outras. O importante é ficar atenta à regularidade e às sensações;
• As também chamadas «contracções de treino» aparecem e desaparecem de forma repentina, não são ritmadas e não aumentam de intensidade conforme o tempo vai passando;
• Podem assemelhar-se a cólicas menstruais ou intestinais;
• Podem aparecer numa fase de maior cansaço e desaparecer com os movimentos físicos;
• A partir do sétimo mês, poderá começar a sentir que os intestinos endurecem subitamente, sem dor e de forma irregular.
O bebé
• Como tem cada vez menos espaço, o bebé mexe-se cada vez menos. Mas é importante que o sinta movimentar-se de forma regular, mesmo que os pontapés já não sejam tão exuberantes;
• Numa primeira gravidez, o bebé começa a encaixar-se na pélvis. Na esmagadora maioria dos casos (cerca de 95 por cento dos partos) é a cabeça que se posiciona, mas também pode avançar com os pés, as nádegas ou os ombros. Nestas últimas circunstâncias, o obstetra fará uma avaliação da posição e se ela não se modificar até ao parto deverá propor uma alternativa à expulsão vaginal, caso receie complicações.
Latência ou pré-parto
Período prodrómico. É este o nome que os especialistas dão à fase em que os sinais de parto são cada vez mais presentes mas em que o processo de saída do bebé ainda não teve início. Este período pode anteceder o trabalho de parto em vários dias ou mesmo semanas e é marcado pelo encurtamento do colo do útero, mais marcante nas mulheres que vão ser mães pela primeira vez (primíparas). Nas outras (multíparas), o encurtamento ocorre mais ou menos em simultâneo com a dilatação.
A mãe
• A mulher pode sentir que o ventre ficou mais baixo e também sentir-se pesada e com mal-estar nessa zona. Se, por um lado, a respiração se torna mais fácil, poderá ter a necessidade de urinar mais frequentemente;
• Também pode experimentar algum desconforto lombar e dores nos ossos da bacia;
• Pode dar-se o desprendimento do tampão ou rolhão mucoso. Este é composto pela secreção gelatinosa que se tinha acompanhado no canal uterino, muitas vezes acompanhada por uma pequena perda de sangue;
• O colo do útero desloca-se para uma posição mais avançada e central relativamente ao canal de parto. É o amadurecimento ou apagamento do colo;
• As primeiras contracções surgem, habitualmente, com intervalos que podem ser regulares ou irregulares e irem dos 20 aos 5 minutos;
• As contracções costumam durar entre 30 a 45 segundos e são de intensidade variável. Algumas mulheres dizem nem sequer sentir dor, enquanto para outras as sensações dolorosas começam a marcar presença;
• Pode dar-se o rompimento da bolsa amniótica, ou seja, das «águas» com cor límpida. É mais um sinal de que o nascimento está iminente. Caso o líquido seja turvo, é conveniente a mulher ser observada pelo médico o mais depressa possível;
• O colo do útero começa a dilatar, até atingir quatro centímetros. Antes disso, e se todos os sinais são normais, não existem vantagens em ir a correr para a maternidade, pois ainda é muito cedo para o bebé nascer. É importante procurar manter a calma e poupar forças para o que aí vem.
O bebé
• Nos casos em que a mulher já experimentou um parto, é frequente que só agora o bebé se encaixe na pélvis. É o resultado de as paredes do útero da mãe não estarem tão tonificadas, exercerem menos pressão e não terem, até essa altura, «empurrado» o feto para baixo;
Dilatação ou trabalho de parto activo
Como o próprio nome indica, é a fase em que o colo do útero alarga a partir dos quatro centímetros para permitir a passagem do bebé e que culmina no início da expulsão. Há especialistas que denominam esta etapa como «trabalho de parto transaccional» – entre a latência e o nascimento propriamente dito. A dilatação progride em média um centímetro por hora. Quando pouco ou nada acontece depois de 20 horas nas primíparas ou 14 horas nas multíparas é feita uma avaliação para determinar se o início da fase activa foi bem determinado, já que é possível que tenha sido confundido com as contracções da fase latente, também chamada de «trabalho de parto falso».
A mãe
• As contracções uterinas tornam-se mais intensas e frequentes e duram mais tempo: entre 40 a 60 segundos. Quando chegam a intervalos de quatro em quatro durante uma hora seguida é tempo de a mulher se deslocar para o local que escolheu para o parto;
• A dilatação do colo do útero prossegue até se completar, aos dez centímetros. É acompanhada por contracções cada vez mais frequentes e a sensação dolorosa intensifica-se e expande-se;
• Não existe um período de tempo «normal» para a dilatação. No entanto, apontam-se cinco horas para as primíparas e duas a três horas nas multíparas como um intervalo habitual;
• A bolsa amniótica pode romper-se apenas nesta fase, dada a forte pressão a que é submetida. Caso isso não aconteça, o obstetra pode optar por rompê-la artificialmente;
• A mulher pode sentir dores nas costas, mal-estar nas pernas, fadiga e aumento da secreção mucosa manchada de sangue;
• A mãe poderá sentir vontade de começar a fazer força para baixo, ou como se fosse evacuar. Mas há vantagens em não ceder à tentação nesta altura, já que fazer força no colo do útero ainda não completamente dilatado pode causar endurecimento cervical e retardar o parto. No entanto, muitas vezes este é o sinal de que a dilatação está completa.
O bebé
• A parte que se apresenta – cabeça, nádegas ou pés – adapta-se e encaixa-se ao colo do útero. É agora impossível empurrá-lo para cima;
• O bebé começa a descer pelo canal de parto. São cerca de dez centímetros que ligam a sua casa dos últimos meses ao mundo que está prestes a conhecer. Durante o percurso, tem de se adaptar constantemente aos obstáculos e irregularidades que vai encontrando, aproveitando o diâmetro máximo da pélvis da mãe.
Expulsão
São minutos – de 45 a 60 num primeiro parto e de 15 a 20 nos seguintes – que, para a mãe, parecem horas. Mas é nesta fase que ela tem o verdadeiro poder de ajudar o seu filho a nascer, através da força que faz em cada contracção. O parto aproxima-se cada vez mais da recta final e culmina com a saída do bebé.
A mãe
• Ao chegar aos dez centímetros de dilatação, o canal de parto fica totalmente aberto;
• Quando a dilatação está completa, em algumas mulheres pode observar-se a fase latente»: um período de pausa, com contracções mais suaves e distanciadas, que lhe permite descansar um pouco;
• Às contracções soma-se a força que a mulher exerce ao empurrar com a musculatura abdominal. É a pressão do bebé no canal de parto que causa a vontade de fazer força;
• A mulher pode experimentar um leque variado de sensações. Desde uma sensação de energia renovada pois sente que o pior já está para trás; alívio por poder finalmente fazer força sem constrangimentos; ou fadiga, frustração ou desalento nos casos em que os minutos passam sem que o bebé nasça;
• A duração desta fase é, mais uma vez, muito variável e depende de um bom número de condicionantes. O importante é que o bebé vá transitando pelo canal de parto a uma velocidade regular e vigiada;
• Quando o bebé nasce, não é incomum que a mulher se sinta, em primeiro lugar, aliviada com o fim do sofrimento físico. Esta reacção é natural e muito dificilmente vai interferir com o processo de vinculação entre a mãe e o filho.
O bebé
• Na apresentação de cabeça, o bebé flecte o pescoço, apoiando o queixo no peito e colocando a nuca na direcção da saída;
• No início do canal de parto, aproveita o espaço para poder avançar, adaptando-se ao diâmetro oblíquo da pélvis;
• Chegado ao meio do canal, dá uma pequena volta, para manter o caminho o mais amplo possível;
• A nuca do bebé encontra-se então por debaixo da púbis materna e começa a assomar pelos órgãos genitais da mãe.
• O bebé coroa, ou seja, é possível ver a cabeça à entrada da vulva da mãe;
• Com um rápido movimento de extensão, a cabeça ergue-se e sai, com a nuca dirigida para cima. Em seguida, o bebé efectua outra volta com o corpo para que os ombros passem. O resto do corpo sai depressa, sem encontrar mais resistência;
• O recém-nascido permanece ligado à mãe pelo cordão umbilical, que continua a pulsar, embora cada vez mais lentamente;
• O bebé inspira pela primeira vez.
Pós-parto
A mãe
• A mulher pode experimentar contracções que, habitualmente, não são dolorosas;
• A fricção da placenta nas paredes do útero leva a que se comece a desprender e acabe por ser expulsa, juntamente com as membranas que envolviam o bebé e uma pequena hemorragia. É a dequitadura ou alumbramento;
• Depois de vazio, o útero contrai-se rapidamente e trava a hemorragia. Chama-se a esta fase o miométrio;
• O útero contrai-se cada vez mais, até formar uma consistência dura e compacta e forma o «globo de segurança»;
• Todo este processo deve estar concluído entre 20 a 30 minutos depois do nascimento. É importante confirmar que a placenta saiu inteira e que não restam fragmentos dentro do útero.
• Se o períneo rasgou,este é o momento em que os tecidos são cosidos;
• Podem surgir contracções dolorosas aquando da amamentação. São um sinal de que o corpo está a começar a regressar ao normal;
O bebé
• É feito o corte do cordão umbilical, com duas pinças. Uma é colocada a poucos centímetros do corpo do bebé e outra um pouco mais afastada. O corte é feito entre as duas. Por norma, não se espera que o cordão deixe de pulsar para realizar o corte, mas a Organização Mundial de Saúde defende este compasso de espera, pelos benefícios a nível da oxigenação do sangue do bebé e o aumento das reservas de ferro;
• A circulação do bebé adapta-se ao novo sistema de respiração, a nível pulmonar;
• É realizado o teste de Apgar, após o nascimento. São avaliados os batimentos cardíacos, cor da pele, tonicidade muscular, respiração e intensidade do choro e respostas a estímulos. A cada um destes itens é dado uma nota de 0 a 2 e quanto maior for a soma dos valores, melhores são as condições físicas do bebé. Após cinco minutos o teste é repetido e o bebé deverá alcançar nota 7 para garantir que não necessita de cuidados mais aprofundados. Caso não atinja esse patamar, o teste é repetido passados dez minutos.
Tal como não existem duas mulheres iguais, ou dois bebés iguais, também não existem dois partos iguais. Os patamares físicos são incontornáveis, mas é a forma como a mulher e o seu bebé os experimentam que faz com que cada nascimento se torne único e irrepetível.
Na equação do parto pesam também outras condições, para além da biologia. A começar pela personalidade e atitude da mãe e a terminar nas circunstâncias em que tudo acontece. As variáveis são tão grandes que, para efeito desta visita guiada pelo parto, temos de nos limitar aos fenómenos que acontecem nos partos naturais, ou seja, os que começam espontaneamente, decorrem sem intervenções médicas – como as analgesias ou a cesariana – e culminam na expulsão vaginal sem fórceps nem ventosas. Uma combinação que é cada vez mais rara, mas que ainda existe.
Alarmes falsos
Na recta final da gravidez, ou seja no terceiro trimestre, é habitual que a mulher sinta algum desconforto, que muitas comparam às dores do período menstrual. São as contracções de Braxton-Hicks e não significam que o bebé esteja prestes a conhecer o mundo, já que são apenas sinais de que o corpo se está a preparar para a hora H.
A mãe:
• As contracções de Braxton-Hicks são desconfortáveis, mas não especialmente dolorosas. Para as mães de primeira viagem é complicado distingui-las das contracções «verdadeiras» mas, por vezes, nem as mulheres mais experientes sabem quando se tratam de umas e outras. O importante é ficar atenta à regularidade e às sensações;
• As também chamadas «contracções de treino» aparecem e desaparecem de forma repentina, não são ritmadas e não aumentam de intensidade conforme o tempo vai passando;
• Podem assemelhar-se a cólicas menstruais ou intestinais;
• Podem aparecer numa fase de maior cansaço e desaparecer com os movimentos físicos;
• A partir do sétimo mês, poderá começar a sentir que os intestinos endurecem subitamente, sem dor e de forma irregular.
O bebé
• Como tem cada vez menos espaço, o bebé mexe-se cada vez menos. Mas é importante que o sinta movimentar-se de forma regular, mesmo que os pontapés já não sejam tão exuberantes;
• Numa primeira gravidez, o bebé começa a encaixar-se na pélvis. Na esmagadora maioria dos casos (cerca de 95 por cento dos partos) é a cabeça que se posiciona, mas também pode avançar com os pés, as nádegas ou os ombros. Nestas últimas circunstâncias, o obstetra fará uma avaliação da posição e se ela não se modificar até ao parto deverá propor uma alternativa à expulsão vaginal, caso receie complicações.
Latência ou pré-parto
Período prodrómico. É este o nome que os especialistas dão à fase em que os sinais de parto são cada vez mais presentes mas em que o processo de saída do bebé ainda não teve início. Este período pode anteceder o trabalho de parto em vários dias ou mesmo semanas e é marcado pelo encurtamento do colo do útero, mais marcante nas mulheres que vão ser mães pela primeira vez (primíparas). Nas outras (multíparas), o encurtamento ocorre mais ou menos em simultâneo com a dilatação.
A mãe
• A mulher pode sentir que o ventre ficou mais baixo e também sentir-se pesada e com mal-estar nessa zona. Se, por um lado, a respiração se torna mais fácil, poderá ter a necessidade de urinar mais frequentemente;
• Também pode experimentar algum desconforto lombar e dores nos ossos da bacia;
• Pode dar-se o desprendimento do tampão ou rolhão mucoso. Este é composto pela secreção gelatinosa que se tinha acompanhado no canal uterino, muitas vezes acompanhada por uma pequena perda de sangue;
• O colo do útero desloca-se para uma posição mais avançada e central relativamente ao canal de parto. É o amadurecimento ou apagamento do colo;
• As primeiras contracções surgem, habitualmente, com intervalos que podem ser regulares ou irregulares e irem dos 20 aos 5 minutos;
• As contracções costumam durar entre 30 a 45 segundos e são de intensidade variável. Algumas mulheres dizem nem sequer sentir dor, enquanto para outras as sensações dolorosas começam a marcar presença;
• Pode dar-se o rompimento da bolsa amniótica, ou seja, das «águas» com cor límpida. É mais um sinal de que o nascimento está iminente. Caso o líquido seja turvo, é conveniente a mulher ser observada pelo médico o mais depressa possível;
• O colo do útero começa a dilatar, até atingir quatro centímetros. Antes disso, e se todos os sinais são normais, não existem vantagens em ir a correr para a maternidade, pois ainda é muito cedo para o bebé nascer. É importante procurar manter a calma e poupar forças para o que aí vem.
O bebé
• Nos casos em que a mulher já experimentou um parto, é frequente que só agora o bebé se encaixe na pélvis. É o resultado de as paredes do útero da mãe não estarem tão tonificadas, exercerem menos pressão e não terem, até essa altura, «empurrado» o feto para baixo;
Dilatação ou trabalho de parto activo
Como o próprio nome indica, é a fase em que o colo do útero alarga a partir dos quatro centímetros para permitir a passagem do bebé e que culmina no início da expulsão. Há especialistas que denominam esta etapa como «trabalho de parto transaccional» – entre a latência e o nascimento propriamente dito. A dilatação progride em média um centímetro por hora. Quando pouco ou nada acontece depois de 20 horas nas primíparas ou 14 horas nas multíparas é feita uma avaliação para determinar se o início da fase activa foi bem determinado, já que é possível que tenha sido confundido com as contracções da fase latente, também chamada de «trabalho de parto falso».
A mãe
• As contracções uterinas tornam-se mais intensas e frequentes e duram mais tempo: entre 40 a 60 segundos. Quando chegam a intervalos de quatro em quatro durante uma hora seguida é tempo de a mulher se deslocar para o local que escolheu para o parto;
• A dilatação do colo do útero prossegue até se completar, aos dez centímetros. É acompanhada por contracções cada vez mais frequentes e a sensação dolorosa intensifica-se e expande-se;
• Não existe um período de tempo «normal» para a dilatação. No entanto, apontam-se cinco horas para as primíparas e duas a três horas nas multíparas como um intervalo habitual;
• A bolsa amniótica pode romper-se apenas nesta fase, dada a forte pressão a que é submetida. Caso isso não aconteça, o obstetra pode optar por rompê-la artificialmente;
• A mulher pode sentir dores nas costas, mal-estar nas pernas, fadiga e aumento da secreção mucosa manchada de sangue;
• A mãe poderá sentir vontade de começar a fazer força para baixo, ou como se fosse evacuar. Mas há vantagens em não ceder à tentação nesta altura, já que fazer força no colo do útero ainda não completamente dilatado pode causar endurecimento cervical e retardar o parto. No entanto, muitas vezes este é o sinal de que a dilatação está completa.
O bebé
• A parte que se apresenta – cabeça, nádegas ou pés – adapta-se e encaixa-se ao colo do útero. É agora impossível empurrá-lo para cima;
• O bebé começa a descer pelo canal de parto. São cerca de dez centímetros que ligam a sua casa dos últimos meses ao mundo que está prestes a conhecer. Durante o percurso, tem de se adaptar constantemente aos obstáculos e irregularidades que vai encontrando, aproveitando o diâmetro máximo da pélvis da mãe.
Expulsão
São minutos – de 45 a 60 num primeiro parto e de 15 a 20 nos seguintes – que, para a mãe, parecem horas. Mas é nesta fase que ela tem o verdadeiro poder de ajudar o seu filho a nascer, através da força que faz em cada contracção. O parto aproxima-se cada vez mais da recta final e culmina com a saída do bebé.
A mãe
• Ao chegar aos dez centímetros de dilatação, o canal de parto fica totalmente aberto;
• Quando a dilatação está completa, em algumas mulheres pode observar-se a fase latente»: um período de pausa, com contracções mais suaves e distanciadas, que lhe permite descansar um pouco;
• Às contracções soma-se a força que a mulher exerce ao empurrar com a musculatura abdominal. É a pressão do bebé no canal de parto que causa a vontade de fazer força;
• A mulher pode experimentar um leque variado de sensações. Desde uma sensação de energia renovada pois sente que o pior já está para trás; alívio por poder finalmente fazer força sem constrangimentos; ou fadiga, frustração ou desalento nos casos em que os minutos passam sem que o bebé nasça;
• A duração desta fase é, mais uma vez, muito variável e depende de um bom número de condicionantes. O importante é que o bebé vá transitando pelo canal de parto a uma velocidade regular e vigiada;
• Quando o bebé nasce, não é incomum que a mulher se sinta, em primeiro lugar, aliviada com o fim do sofrimento físico. Esta reacção é natural e muito dificilmente vai interferir com o processo de vinculação entre a mãe e o filho.
O bebé
• Na apresentação de cabeça, o bebé flecte o pescoço, apoiando o queixo no peito e colocando a nuca na direcção da saída;
• No início do canal de parto, aproveita o espaço para poder avançar, adaptando-se ao diâmetro oblíquo da pélvis;
• Chegado ao meio do canal, dá uma pequena volta, para manter o caminho o mais amplo possível;
• A nuca do bebé encontra-se então por debaixo da púbis materna e começa a assomar pelos órgãos genitais da mãe.
• O bebé coroa, ou seja, é possível ver a cabeça à entrada da vulva da mãe;
• Com um rápido movimento de extensão, a cabeça ergue-se e sai, com a nuca dirigida para cima. Em seguida, o bebé efectua outra volta com o corpo para que os ombros passem. O resto do corpo sai depressa, sem encontrar mais resistência;
• O recém-nascido permanece ligado à mãe pelo cordão umbilical, que continua a pulsar, embora cada vez mais lentamente;
• O bebé inspira pela primeira vez.
Pós-parto
A mãe
• A mulher pode experimentar contracções que, habitualmente, não são dolorosas;
• A fricção da placenta nas paredes do útero leva a que se comece a desprender e acabe por ser expulsa, juntamente com as membranas que envolviam o bebé e uma pequena hemorragia. É a dequitadura ou alumbramento;
• Depois de vazio, o útero contrai-se rapidamente e trava a hemorragia. Chama-se a esta fase o miométrio;
• O útero contrai-se cada vez mais, até formar uma consistência dura e compacta e forma o «globo de segurança»;
• Todo este processo deve estar concluído entre 20 a 30 minutos depois do nascimento. É importante confirmar que a placenta saiu inteira e que não restam fragmentos dentro do útero.
• Se o períneo rasgou,este é o momento em que os tecidos são cosidos;
• Podem surgir contracções dolorosas aquando da amamentação. São um sinal de que o corpo está a começar a regressar ao normal;
O bebé
• É feito o corte do cordão umbilical, com duas pinças. Uma é colocada a poucos centímetros do corpo do bebé e outra um pouco mais afastada. O corte é feito entre as duas. Por norma, não se espera que o cordão deixe de pulsar para realizar o corte, mas a Organização Mundial de Saúde defende este compasso de espera, pelos benefícios a nível da oxigenação do sangue do bebé e o aumento das reservas de ferro;
• A circulação do bebé adapta-se ao novo sistema de respiração, a nível pulmonar;
• É realizado o teste de Apgar, após o nascimento. São avaliados os batimentos cardíacos, cor da pele, tonicidade muscular, respiração e intensidade do choro e respostas a estímulos. A cada um destes itens é dado uma nota de 0 a 2 e quanto maior for a soma dos valores, melhores são as condições físicas do bebé. Após cinco minutos o teste é repetido e o bebé deverá alcançar nota 7 para garantir que não necessita de cuidados mais aprofundados. Caso não atinja esse patamar, o teste é repetido passados dez minutos.