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PARALISIA CEREBRAL - Roupa de astronauta é usado em terapia inovadora
Especialistas usam roupa de astronauta para tratar crianças com paralisia cerebral (em Portugal)
Especialistas usam roupa de astronauta para tratar crianças com paralisia cerebral (em Portugal)

Uma equipa de especialistas está até sexta-feira em Faro a ensinar técnicos de uma instituição algarvia a tratar crianças com paralisia cerebral através de um fato inspirado em tecnologia usada por astronautas da agência espacial americana NASA, avança a agência Lusa. A equipa, composta por especialistas do Brasil e Estados Unidos, está a treinar onze técnicos da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral (APPC) de Faro ao abrigo do projecto "Vamos ser astronautas", disse à agência Lusa Cristina Sobral, uma das terapeutas que está a receber formação. Destinado a pessoas com paralisia cerebral e outros distúrbios neurológicos, o tratamento consiste na utilização de um fato originalmente usado por astronautas em voos espaciais e posteriormente adaptado à reabilitação de pessoas com paralisia cerebral. Marta, de oito anos – que ficou com sequelas neurológicas depois de ter sido atropelada, aos seis –, é uma das crianças que frequentam a APPC/Faro e que está a ajudar os técnicos a testar o método de tratamento. Depois de ter o fato [Pediasuit] vestido e interligado por elásticos, a criança é colocada numa estrutura metálica de suporte específica, onde são feitas as actividades terapêuticas, assistiu a Lusa no local. "É como se o fisioterapeuta ganhasse várias mãos e com isso a criança tem um ganho muito mais rápido, fazendo exercícios que jamais poderia fazer", explicou à Lusa a instrutora internacional de "Pediasuit" e Terapia Intensiva, Lúcia Queiróz. De acordo com a especialista, o tratamento – feito durante quatro semanas, quatro horas por dia, período após o qual se faz um intervalo de um mês – representa um ganho de um ano relativamente à terapia convencional. "O ideal seria que a criança retomasse o tratamento no espaço de dois a três meses, mas não perde o que ganhou, desde que faça fisioterapia convencional regularmente", acrescentou. O método pode ser usado em crianças ou adultos que tenham todo o tipo de dificuldades motoras ou sensoriais, desde sequelas por traumatismos cranianos ou Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC), a síndrome de Down ou Autismo. O "Pediasuit" começou a ser usado na Florida, EUA, há nove anos, depois de o filho de Eileen de Oliveira, Lucas, ter nascido prematuro e com Paralisia Cerebral, o que a levou a procurar métodos de tratamento. A presidente e fundadora da clínica "Therapies4kids", que desenvolveu o método, explicou que, antes do tratamento, o filho não conseguia sentar-se, gatinhar ou andar. A utilização do fato em exercícios ajuda a normalizar o tónus muscular, diminuindo os movimentos descontrolados e melhorando a postura e simetria corporais, entre outros benefícios. "Os pais ficam emocionados, falam até em milagre. Mas não é um milagre, é um efeito fisiológico", explicou Lúcia Queiróz, admitindo que o tratamento é "relativamente caro", mas porque ainda não está suficientemente difundido. A concretização do projecto "Vamos ser Astronautas" só é possível graças a um prémio que a APPC/Faro recebeu de uma instituição bancária, no valor de 50 mil euros, que contempla a formação de técnicos e a aquisição do material necessário.
Fonte: DF