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Papa acusado de perdoar padre pedófilo americano

ze.gaspar

GF Prata
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Jun 7, 2009
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Sacerdote terá abusado de 200 alunos deficientes numa escola para surdos no Wisconsin.

Uma semana após a sua carta aos católicos irlandeses, na qual condenava a pedofilia por parte de elementos do clero, Bento XVI viu--se, ontem, no centro de novo escândalo. Desta vez, está em causa a sua eventual decisão de impedir o julgamento canónico de um padre americano que abusou sexualmente de 200 crianças de uma escola para surdos no Wisconsin. O silêncio do então cardeal Joseph Ratzinger possibilitou que o padre Lawrence C. Murphy morresse sem ser objecto de sanção maior e sem pedir perdão às suas vítimas

O diário The New York Times publicou ontem documentos que lhe foram cedidos pelos advogados das vítimas no mesmo dia em que quatro activistas americanos denunciavam, em conferência de imprensa junto ao Vaticano, a forma como Ratzinger lidou com o caso do padre Murphy.

Em viagem por países europeus, estes quatro membros de uma associação de defesa das vítimas de abuso sexual por elementos do clero, sediada em Chicago, foram detidos pela polícia de Roma por fazerem uma manifestação "não autorizada". Pelo menos, um deles foi vítima de pedofilia.

Entretanto, e confrontado com os documentos revelados pelo NYT, o Vaticano assumiu a defesa do Papa, afirmando que este soube "pela primeira vez" do caso "no fim dos anos 90, mais de duas décadas" após a ocorrência dos factos. Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, reconheceu o carácter "trágico" do caso tendo em conta as crianças "particularmente vulneráveis", mas não se coibiu de recordar que as próprias autoridades civis americanas abandonaram, nos anos 70, uma investigação sobre o padre Murphy.

E Lombardi justifica que quando o Vaticano foi informado do caso, "o padre Murphy estava velho, doente, vivia em reclusão e não havia informações sobre eventuais abusos nos últimos 20 anos".

De acordo com os documentos revelados pelo NYT, o padre Murphy terá abusado de 200 crianças durante os 25 anos (1950--1975) que trabalhou na Escola de S. João para Surdos. Segundo os advogados das vítimas, que estão a processar a arquidiocese de Milwaukee, Murphy até no confessionário molestou as crianças.

Em Julho de 1996, o então arcebispo de Milwaukee, Rembert G. Weakland, pediu conselho por escrito a Ratzinger sobre como agir face a Murphy. Face ao silêncio do cardeal alemão e presidente da Congregação para a Doutrina da Fé, Weakland convocou um tribunal canónico para ouvir o caso. No início de 1997 e perante uma segunda carta de Weakland, o cardeal Tarcisio Bertone, então adjunto de Ratzinger e hoje secretário de Estado do Vaticano, aconselha os bispos do Wisconsin a iniciar um processo disciplinar secreto contra Murphy. Mas, pouco depois, o mesmo Bertone ordenava o congelamento do processo contra Murphy. Uma decisão tomada após este ter enviado uma carta a Ratzinger onde se dizia arrependido, doente e desejando "morrer como padre". Weakland não gostou, mas aceitou e Murphy morreu em 1998 sem ter pedido perdão às suas vítimas


in Diário de Noticias
 
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