Continuação
- Partidos querem ouvir responsáveis no parlamento
O Bloco de Esquerda anunciou, em 03 de janeiro, que ia avançar com uma proposta de comissão de inquérito parlamentar sobre o controlo público e político da gestão da TAP, que o PS disse, entretanto, que vai viabilizar.
No dia seguinte, o grupo parlamentar do PS 'chumbou' os requerimentos do PSD, PCP, BE e Chega para chamar a audições na Assembleia da República Pedro Nuno Santos, Fernando Medina, Alexandra Reis, o presidente do Conselho de Administração da TAP, Manuel Beja, e a presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener.
Consequentemente, o PSD apresentou um requerimento potestativo, para forçar a audição de Fernando Medina, que aconteceu logo no dia 06 de janeiro.
Na audição, o ministro das Finanças garantiu que Alexandra Reis não faz parte do seu grupo de amigos, depois de notícias que davam conta de uma alegada relação pessoal com a mulher de Fernando Medina, que foi diretora jurídica da TAP.
Adicionalmente, o governante disse que não foi "encontrado registo" no seu ministério sobre a indemnização recebida por Alexandra Reis, justificando a sua escolha para o Governo por ter um "currículo bem firmado na gestão pública portuguesa".
Por sua vez, o Chega apresentou um requerimento potestativo para audição da presidente executiva da TAP.
- Sucessão de polémicas na TAP
Além da indemnização a Alexandra Reis, a TAP tem feito manchetes nos jornais por outros motivos, entre os quais a contratação de uma amiga pessoal de Christine Ourmières-Widener para assumir a direção do departamento de melhoria contínua e sustentabilidade, ou a intenção de substituir a frota de carros da empresa para administradores e diretores.
O negócio não andou para a frente e a companhia decidiu, então, atribuir 450 euros aos diretores que não chegaram a receber carro, para usar numa plataforma eletrónica de transporte.
No que diz respeito a questões laborais, a TAP está em negociações com o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), para evitar uma nova greve de tripulantes no final do mês, depois de uma paralisação de dois dias, no início de dezembro, que teve um impacto de cerca de oito milhões de euros na empresa.
- O que diz o primeiro-ministro
Em 02 de janeiro, António Costa salientou, em conferência de imprensa, que a administração da TAP vai manter-se em funções.
"A TAP aí está a voar e brevemente vão dar boas notícias quando apresentar os resultados de 2022. Quanto à administração, está em funções e em funções se mantém", respondeu o líder do executivo, antes de se referir ao caso da indemnização.
Na semana seguinte, no debate sobre política geral, na Assembleia da República, o primeiro-ministro admitiu que a alienação do capital da TAP pode ser parcial ou total, um processo ainda em curso, mostrando-se seguro de que a bandeira portuguesa continuará a decorar os aviões da companhia aérea.
Na mesma ocasião, o primeiro-ministro considerou que Alexandra Reis violou o estatuto do gestor público quando foi nomeada para a NAV e não devolveu parte da indemnização que tinha recebido da TAP.
- À espera do relatório
Enquanto se aguarda pelo relatório da IGF, o Correio da Manhã avançou, em 14 de janeiro, que a Parpública e a Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) não foram informadas, nem autorizaram o pagamento da indemnização a Alexandra Reis.
By kok@s
nm