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"Há poucas horas que sou papá. Fui assistir ao parto e a sensação e a expectativa de conhecermos o nosso primeiro filho é fantástica. Juntar essas sensações à de ver acontecer o milagre da vida deixa-nos completamente eufóricos."
Basta uma rápida pesquisa no Google para encontrar comentários de pais que não só não se arrependem como recomendam a outros pais que assistam ao nascimento dos filhos. Mas Michel Odent, um reconhecido obstetra francês, vem agora quebrar a euforia em torno da humanização dos partos. "O ambiente ideal de um nascimento não envolve homens", disse numa conferência anual do Royal College of Midwives (faculdade britânica que forma parteiras).
O especialista defende que as mulheres terão mais problemas se os homens estiverem presentes naquele momento: o parto pode ser mais longo e doloroso porque a mãe sente a ansiedade do pai e fica mais nervosa.
A presença dos homens também "produz adrenalina, o que diminui a produção de uma hormona vital para o parto; se a mulher não consegue produzi--la, não consegue ter contracções e tudo se torna mais difícil". Em última instância, Odent acredita que a presença masculina pode levar a uma cesariana, ao fim do casamento devido à perda de atracção sexual e até a perturbações mentais.
No entanto, os especialistas portugueses discordam. Pela humanização do parto, o pai deve estar presente. "Ninguém mais deve estar ali - nem a mãe, nem a irmã, nem a madrinha -, apenas o marido, que, no fundo, é cúmplice naquela situação. Um filho é sempre de duas pessoas", defende Luís Graça, presidente do Colégio de Obstetrícia e Ginecologia da Ordem dos Médicos.
Para justificar a sua posição polémica, Michel Odent relembra a sua experiência: 50 anos de envolvimento em nascimentos de crianças em casas e hospitais em França, Inglaterra e África. "O melhor ambiente que conheço para um nascimento fácil ninguém rodear a mulher em trabalho de parto para além de uma parteira silenciosa e experiente", disse Odent ao "Observer". "O nascimento é mais fácil e rápido que quando estão outras pessoas à volta, especialmente figuras masculinas - maridos e médicos."
As excepções Luís Graça considera esta opinião extremista e usa os seus 30 anos de experiência como argumento para defender um parto aberto aos pais. "No caso de um parto vaginal, ter alguém ao lado durante aquelas horas é uma segurança. Desde que o pai queira e a mulher o deseje, não vejo qualquer obstáculo." Mas há excepções: cesarianas - em que só entram pessoas com experiência de bloco operatório; e partos por ventosa - "agressivos para quem não está habituado".
"Não há razões para traumas quando a perspectiva que o pai vai ter, ao lado da cabeceira da mulher, é a que a mãe tem do bebé", argumenta Fernando Cirurgião, director do serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de São Francisco Xavier.
Recordando que só o período da dilatação pode demorar horas, o especialista diz encontrar apenas vantagens em alguém dar apoio emocional à mulher. "O que acontece muitas vezes é que acabam por sair na altura exacta do parto porque não se sentem preparados. Antes disso, é melhor que o pai acompanhe a mãe naquelas horas de dilatação e contracções, que sem ninguém ao lado seriam mais dolorosas." Deve apenas ser evitado que o pai "demasiado curioso" assista "ao período expulsivo do lado do obstetra" ou assista sem estar emocionalmente preparado.
In:mundodacriança
Basta uma rápida pesquisa no Google para encontrar comentários de pais que não só não se arrependem como recomendam a outros pais que assistam ao nascimento dos filhos. Mas Michel Odent, um reconhecido obstetra francês, vem agora quebrar a euforia em torno da humanização dos partos. "O ambiente ideal de um nascimento não envolve homens", disse numa conferência anual do Royal College of Midwives (faculdade britânica que forma parteiras).
O especialista defende que as mulheres terão mais problemas se os homens estiverem presentes naquele momento: o parto pode ser mais longo e doloroso porque a mãe sente a ansiedade do pai e fica mais nervosa.
A presença dos homens também "produz adrenalina, o que diminui a produção de uma hormona vital para o parto; se a mulher não consegue produzi--la, não consegue ter contracções e tudo se torna mais difícil". Em última instância, Odent acredita que a presença masculina pode levar a uma cesariana, ao fim do casamento devido à perda de atracção sexual e até a perturbações mentais.
No entanto, os especialistas portugueses discordam. Pela humanização do parto, o pai deve estar presente. "Ninguém mais deve estar ali - nem a mãe, nem a irmã, nem a madrinha -, apenas o marido, que, no fundo, é cúmplice naquela situação. Um filho é sempre de duas pessoas", defende Luís Graça, presidente do Colégio de Obstetrícia e Ginecologia da Ordem dos Médicos.
Para justificar a sua posição polémica, Michel Odent relembra a sua experiência: 50 anos de envolvimento em nascimentos de crianças em casas e hospitais em França, Inglaterra e África. "O melhor ambiente que conheço para um nascimento fácil ninguém rodear a mulher em trabalho de parto para além de uma parteira silenciosa e experiente", disse Odent ao "Observer". "O nascimento é mais fácil e rápido que quando estão outras pessoas à volta, especialmente figuras masculinas - maridos e médicos."
As excepções Luís Graça considera esta opinião extremista e usa os seus 30 anos de experiência como argumento para defender um parto aberto aos pais. "No caso de um parto vaginal, ter alguém ao lado durante aquelas horas é uma segurança. Desde que o pai queira e a mulher o deseje, não vejo qualquer obstáculo." Mas há excepções: cesarianas - em que só entram pessoas com experiência de bloco operatório; e partos por ventosa - "agressivos para quem não está habituado".
"Não há razões para traumas quando a perspectiva que o pai vai ter, ao lado da cabeceira da mulher, é a que a mãe tem do bebé", argumenta Fernando Cirurgião, director do serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de São Francisco Xavier.
Recordando que só o período da dilatação pode demorar horas, o especialista diz encontrar apenas vantagens em alguém dar apoio emocional à mulher. "O que acontece muitas vezes é que acabam por sair na altura exacta do parto porque não se sentem preparados. Antes disso, é melhor que o pai acompanhe a mãe naquelas horas de dilatação e contracções, que sem ninguém ao lado seriam mais dolorosas." Deve apenas ser evitado que o pai "demasiado curioso" assista "ao período expulsivo do lado do obstetra" ou assista sem estar emocionalmente preparado.
In:mundodacriança