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O papel do pai na gravidez e no pós-natal

Luana

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A presença do Pai reflecte-se de extrema importância ao longo da gravidez e no pós-natal, apesar do seu papel ser por vezes desvalorizado, no que diz respeito ao "cuidar" da companheira, quando este sente precisamente as mesmas emoções e exigências do período que acompanha.



A Depressão Pós-Parto é um fenómeno ainda pouco estudado na população masculina, mas alguns estudos internacionais mostram que esta apresenta uma incidência significativa no sexo masculino e que a probabilidade de vir a suceder é praticamente a mesma do que no sexo feminino, principalmente pelas dificuldades de adaptação necessárias.



É evidente que a presença do Pai nas consultas e exames da mãe e do bebé, bem como nos cursos de preparação para o nascimento é fundamental, não só pelo apoio que presta, mas também pela sua satisfação pessoal. Por vezes é difícil de gerir a sua presença continuada, mas outras situações alternativas serão sempre compensatórias, como por exemplo, o tocar e falar para o bebé ainda in utero, sempre que está com a Mãe no seu ambiente.



Aquando os primeiros sinais de parto, é importante, quando possível, que a mãe seja acompanhada pelo Pai para o local do nascimento, proporcionando um momento de partilha apenas entre o casal. Também a notícia do nascimento poderá ser dada depois de já se encontrarem no local ou mesmo depois do nascimento, evitando desta forma a interferência de outras pessoas e o aumento de situações ansiogénicas.



O momento do parto é sempre um acontecimento que exige bastante comunicação e compreensão, principalmente no que diz respeito à decisão da sua presença. Independentemente dos acontecimentos imprevisíveis que possam suceder nesta fase, deverão tomar uma decisão a priori, sendo esta de comum acordo e evitando assim resoluções imediatas associadas sempre ao aumento dos níveis de ansiedade. Também o corte do cordão umbilical pode ser feito pelo Pai, deste que este assim o entenda e comunique a sua pretensão à equipa médica com antecedência.



Após o nascimento chega a primeira noite, onde, sempre que possível, o Pai deverá estar presente. O primeiro banho do recém-nascido pode ser dado pelo pai, mas poderá optar por acompanhar a mãe, devendo ser, mais uma vez, uma decisão conjunta.



O regresso a casa exige então alguma flexibilidade perante novas situações, mas é sobretudo na limitação das visitas, principalmente na primeira semana, que este deverá incidir, pois o casal e o recém-nascido necessitam de tranquilidade para melhor se adaptarem.
Existem alguns factores que poderão aumentar a vulnerabilidade paterna, para além da instabilidade emocional gerada principalmente no pós-natal, exigindo mais investimento aquando a sensibilidade da mãe se torna mais intensa. Será então fundamental que através da comunicação no casal estes expressem as suas emoções e compreendam a importância que tem a troca equilibrada de manifestações de afecto.



Ao longo do tempo, a adaptação do casal vai sendo cada vez mais simples e encarada de forma mais optimista, mas claro que cuidar de um ser humano será sempre uma dia-a-dia de dedicação pelo outro, sem ter nunca de deixar de existir um casal. O casal terá sempre a mesma vivência, desde que encare o nascimento como uma nova etapa e um novo acontecimento inerente à sua vivência.



Colaboração:
Dra. Cláudia Madeira
Psicóloga Clínica
 
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