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O mundo misterioso dos desejos da grávida

estela

GF Ouro
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Não há explicação científica, mas a verdade é que as grávidas têm desejos incríveis, às horas mais impróprias.
Quem nunca ouviu falar daquele marido acordado de madrugada e obrigado a ir comprar morangos frescos de inverno ou castanhas assadas em pleno verão?

A cena é clássica e retratada vezes sem conta em filmes e até na publicidade. É clássica também porque faz parte da história de muitos casais: ela assaltada por desejos verdadeiramente loucos, ele perseguido pelo receio de não conseguir satisfazê-los e, com isso, prejudicar a saúde do bebé.

São desejos misteriosos estes, que a medicina não consegue explicar mas que há muito conquistaram lugar ao sol nos mitos populares em torno da gravidez.

Cientificamente não há explicações, mas mesmo sem elas os médicos vão avançando algumas teorias, oscilando entre as razões orgânicas e as emocionais. Sem esquecer o peso da cultura, porque grávida que se preze tem direito a pelo menos um desejo extravagante.

A culpa é do corpo ou da cabeça?

Pensar que os desejos das grávidas estão ligados a insuficiências nutricionais e que é o organismo que as faz comer todos os alimentos, por mais esquisitos que sejam, é uma tentação fácil, mas não há qualquer prova que sustente esta teoria.

É que, embora haja alguns objectos de desejo que satisfazem as necessidades de nutrientes do organismo, outros há que não têm qualquer benefício. É o caso das batatas fritas ou do chocolate, ricos em gorduras, que o corpo das grávidas já possui em excesso.

Outras teorias encontram nas alterações do olfacto e do paladar durante os nove meses de gravidez a justificação para os súbitos desejos deste ou daquele alimento, mas a verdade é que a alteração de gostos nas gestantes não é assim tão radical.

As hormonas também parecem ter a sua quota parte de responsabilidade: a HCG (gonadotrofina coriónica humana) e a progesterona, que regulam as funções da gravidez, alteram o organismo, nomeadamente o apetite da mulher.

Mas são as explicações do foro emocional as que mais proliferam entre os especialistas, crendo-se que, principalmente na primeira gravidez, a mudança corporal e os ainda desconhecidos papéis social e afectivo que a mulher exerce como mãe contribuam para alterações no seu comportamento.

Daí que seja frequente atribuir-se às grávidas mau feitio, irritabilidade excessiva, gestos infantilizados, tornando assim plausível que também os seus hábitos alimentares possam ser transtornados.

É um facto que a gravidez provoca uma revolução na vida das mulheres (e dos maridos). O corpo muda muito rapidamente, a mulher fica ansiosa, quer saber se o filho vai nascer perfeito, interroga-se se ela própria vai ser boa mãe, se conseguirá estar à altura do seu novo papel.

Enquanto não possui uma resposta concreta, isto é, enquanto o bebé não nasce, ela sofre por antecipação. Este é um terreno propício para emergirem os desejos incontroláveis, apegando-se a grávida a um alimento específico em jeito de recompensa emocional.

Nem só de alimentos vivem os desejos

A verdade é que, apesar de a questão dos desejos incontroláveis das mulheres grávidas se perder no tempo, ainda estamos no campo das hipóteses.

Tanto mais que os alimentos não são o único objecto de desejo. Algumas grávidas anseiam por "saborear" coisas tão estranhas como terra, giz, tijolo, borracha, sabão azul e branco, carvão...

Como se tivessem perdido a razão, porque é sabido que a ingestão de qualquer uma destas substâncias faz tudo menos alimentar, podendo ser bastante danosa para o organismo da mãe e do bebé.

Quem não acha graça nenhuma a estes desejos são os maridos, obrigados às horas mais impróprias a saltar da cama e a correr todas as lojas de conveniência em busca das coisas mais absurdas.

A grávida limita-se a ter um desejo forte e incontrolável, exigindo ser satisfeita, sem ter qualquer noção das dificuldades que isso pode implicar. É habitual ouvirmos falar de grávidas que desejam um alimento quando não é a época do ano própria ou quando todas as lojas estão fechadas.

Mas, como - lá diz a cultura popular - desejo de mulher grávida não pode ser contrariado, os maridos movem montanhas para os satisfazer.

Chamar a atenção

Mas nisto de desejos de grávida o que é preciso é um pouco de bom senso. E bom senso para reconhecer que a mulher usa muitas vezes a gravidez para chamar a atenção, sabendo que todos farão o possível e o impossível para lhe agradar.
Muitas destas compulsões podem não ser mais do que uma forma de a mulher extravasar as suas necessidades emotivas, pedindo carinho.

O reverso da medalha

Se muitas mulheres grávidas são acometidas por desejos avassaladores, outras há que desenvolvem aversões, também elas sem grandes explicações científicas. As mais comuns são ao café, chá, álcool, fumo do tabaco e ao cheiro de certos alimentos.

Quase sempre nos primeiros meses de gravidez, a maioria destas aversões pode constituir uma reacção do organismo, para proteger o feto. Ainda assim, se a grávida rejeitar sistematicamente alimentos de elevado valor nutritivo, como o peixe ou legumes, então o médico dever ser alertado para evitar carências.

Mas o que dizer quando a grávida sente aversão... ao marido? Aqui e ali ouvem-se relatos de mulheres que obrigam os maridos a dormir no sofá, porque não suportam o cheiro deles. Não há muito a fazer, a não ser que passem os enjoos ou a gravidez. Afinal, são (só?) nove meses...
 

estela

GF Ouro
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:Espi06::

No meu caso nunca tive assim desejos de nada comestível só um, o de me apetecer meter esponja na boca,era um tormento ter que lavar a loiça,andei assim toda a gravidez depois de ter o bebé passou-me.Na altura até pensei que estava a ficar maluca :Espi06:

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