edu_fmc
GForum VIP
- Entrou
- Fev 29, 2008
- Mensagens
- 21,260
- Gostos Recebidos
- 20
O Caso Guarapiranga
Em setembro de 1993, a Revista UFO nº 25, com chamada de capa, publicou um artigo de autoria de Encarnación Zapata Garcia, com o título: "Será Essa a Temida Seqüência das Mutilações de Animais?", envolvendo a pesquisa sobre o corpo de um homem que foi achado morto, às margens da Represa Guarapiranga, em 29.09.1988. Um ano depois, a Revista UFO nº 32, de setembro de 1994, voltava a publicar um novo artigo, de autoria da mesma pesquisadora, com o título: "Caso Guarapiranga – Continuam as Discussões".

Esse artigo descreve o corpo de um homem com muitas mutilações. Estava sem os olhos, sem as orelhas, sem os lábios, sem o saco escrotal, sem o ânus e sem as vísceras internas. O corpo apresentava algumas perfurações no ombro direito, no ombro esquerdo, na coxa esquerda, no abdômen e nos pés. Encarnación, após examinar atentamente as fotos com uma lupa, conseguiu ter acesso ao Processo e entrevistou várias pessoas, principalmente o médico legista que fez um laudo extremamente detalhado.
Depois de um longo tempo de pesquisa, e após comparar com os casos de mutilações de animais na Ufologia, ela chegou à conclusão de que aquele homem foi mutilado e morto por tripulantes de discos voadores. O primeiro e único caso nessas circunstâncias.
Em pouco tempo esse caso já estava em muitos "sites" da Internet. Quando apareceu a onda do "chupacabras", novamente o caso voltou à baila, agora como sendo um ataque desse "terrível" predador, que do ponto de vista do INFA e do INPU, são só ataques dos nossos animais predadores, muito bem conhecidos, tais como cachorros domésticos, cachorros do mato, jaguatirica, onça suçuarana, etc.. . Assim, como ataque de tripulantes de discos voadores ou como ataque de chupacabras, o Caso Guarapiranga também foi publicado no jornal Notícias Populares (27.04.97), na revista Extra (agosto/97) e na Revista JÁ, encarte do jornal Diário Popular (20.07.97).
Outras estranhas ocorrências também foram levadas para a casuística ufológica, sem uma pesquisa mais aprofundada. Um dos casos envolveu o agricultor Olívio Correia, de Estância Velha, no Rio Grande do Sul, em julho/1995. Esse agricultor tinha problemas mentais. Antes de retornar para casa, Olívio passou várias horas bebendo cachaça. Completamente "mamado", ele foi para casa e deve ter desmaiado no meio da mata. Talvez tenha entrado em coma alcoólica. Quando acordou, estava sem os dois globos oculares. A própria Polícia verificou a hipótese de ataques por urubus. Depois verificou a hipótese de ter ocorrido roubo de órgãos. A polêmica ficou maior ainda quando o Instituto Médico Legal de Porto Alegre concluiu o laudo, informando que os olhos foram retirados cirurgicamente. Também foi cogitada a possibilidade de magia negra. Posteriormente, o Dr. Marco Aurélio Becker, presidente do Conselho Regional de Medicina, afirmou que não foi utilizada uma técnica médica. Assim, algumas pessoas acabaram publicando que ETs haviam roubado os globos oculares do Olívio. Um ano depois, o Inquérito Policial concluiu que os olhos do agricultor realmente haviam sido arrancados por predadores naturais.
Um outro caso que também foi parar no meio ufológico, sem uma pesquisa mais detalhada, como sendo um ataque de tripulantes de discos voadores, envolveu a vítima Alzira Maria de Jesus, que em 24.06.1999, na cidade de Santa Izabel, relativamente próxima de São Paulo, foi encontrada morta na cama, sem o rosto. Algumas autoridades disseram que a pele, a carne, o nariz, a língua, os olhos e a orelha esquerda tinham sido retirados com precisão cirúrgica. Os dois médicos legistas do Instituto Médico Legal, que assinaram o Laudo no 473/99, afirmaram que a senhora morreu de pneumonia bilateral e um choque séptico e que sua face foi roída por roedores.
FOTOS DA VÍTIMA DO CASO GUARAPIRANGA








Sempre que ocorre um apagão (black out), como o recente em 21.01.2002, sempre recebemos dezenas de telefonemas perguntando se pode ser interferência de algum disco voador. Não temos dúvidas que o fenômeno ufológico é real e compete também aos cientistas pesquisarem os fatos. Agora, achar que tudo que acontece é culpa dos tripulantes de discos voadores é um enorme exagero. Em outras palavras, têm pessoas que vêem disco voador em tudo e a realidade não é bem assim. Todo os seres humanos têm as suas limitações, mas dentro dessas limitações, é muito importante pesquisar um caso profundamente, sem se envolver emocionalmente. Muitos casos ufológicos do passado, hoje, sabemos que foram mal pesquisados, ou que o pesquisador "forçou a barra" ou ainda deram um "jeitinho" de transformar em casos ufológicos autênticos. Muitos pesquisadores dos Estados Unidos já declararam que diversos casos de abduções de lá, nunca ocorreram e sim que o hipnólogo induziu a testemunha de que ela foi abduzida. É lamentável, mas é verdade.
No Caso Guarapiranga em específico, a Imprensa divulgou muitas coisas distorcidas. Devido às essas distorções, bem como os casos resumidos acima, resolvemos reabrir este caso para tirarmos algumas dúvidas. Cansaram de publicar que o processo ficou escondido por muito tempo do público. Cansaram de publicar que as fotografias eram secretas. E muitas outras distorções. Não aconteceu absolutamente nada disso. O Processo é público e correu como tantos outros nos trâmites da Lei. Como envolveu uma pessoa desconhecida, a Imprensa não deu importância. É a mesma coisa com os recentes seqüestros relâmpagos. Foram centenas nos dois últimos anos, mas a Imprensa só deu destaque para aqueles que envolveram pessoas famosas.
Logo que o artigo foi publicado na Revista UFO, em setembro/1993, tomamos conhecimento que a 25ª Delegacia de Polícia (DP) tinha concluído que o corpo de tal pessoa havia sido mutilado por urubus e ratos. Ficou a dúvida. Tripulantes de discos voadores? Ritual satânico? Auto mutilação (insano)? Ratos e urubus? Só uma investigação mais detalhada poderia dar as respostas corretas.
Fonte1: INFA :: Casos Ufológicos :: O Caso Guarapiranga 01
Devido ter passado muitos anos, foi muito difícil localizar as pessoas envolvidas e os documentos que envolveram o Processo, e que foram publicados, foram totalmente "censurados". Se o Processo é público, porque os documentos foram censurados? Foram censurados o endereço, os números do Boletim de Ocorrência (BO) e dos Laudos, o nome correto da Represa (Billings), os nomes dos Delegados de Polícia, dos Peritos Criminais, etc. Veja foto do laudo abaixo.
Na realidade, a primeira surpresa surgiu em 15.10.1997, no Programa do Ratinho, quando o pesquisador e jornalista Saulo Gomes, que também investigou o Caso Guarapiranga, anunciava em primeira mão, para todo o Brasil, que o caso ocorreu na Represa Billings e não na Represa Guarapiranga.
Porque não houve pesquisa exatamente no local onde foi encontrado o cadáver? Quem encontrou o corpo e em que circunstâncias? O que as testemunhas, a Polícia e os Bombeiros encontraram no local?
LAUDOS CENSURADOS SEM NECESSIDADE:

LOCAL EXATO ONDE OCORREU O CASO
(A seta indica onde o corpo foi exatamente achado)

Assim, iniciamos a nossa pesquisa. A vítima, o Sr. Joaquim Sebastião Gonçalves, era chagástico (Mal de Chagas) e epilético. Tomava Gardenal, um remédio muito forte. Lamentavelmente, bebia muito. Quando morreu, tinha 53 anos de idade. Ele não morava próximo do local onde foi encontrado morto, mas sempre ia lá pescar. Estava desaparecido há três dias. Quando chegou no local, no Jardim Recanto do Sol, no Bairro Bororó (ou Bororé), região do Grajaú, São Paulo, SP, em um dos braços da Represa Billings, o Joaquim tirou a roupa, ficando só de cueca. Colocou a roupa em uma maleta e escondeu no meio da mata. Atravessou um braço da Represa Billings, uns 80 metros, e foi pescar do outro lado. Contornando o braço da represa, é possível chegar ao outro lado por terra. Com a mistura do remédio com álcool, ele deve ter desmaiado no meio da mata. Provavelmente teve um mal súbito. Sem ninguém para socorrer, o corpo lá ficou à mercê dos ratos e dos urubus, em um período aproximado de 24 horas. Como ele ficou "apagado", sem apresentar reações, conseqüentemente, ele foi atacado vivo e devorado parcialmente pelos animais predadores.
Durante o dia, um garoto que estava caminhando na mata, caçando passarinhos com um estilingue, deu de cara com o corpo coberto de urubus. Saiu de lá rapidamente, contornou o braço da represa e avisou os moradores que tinha um homem morto do outro lado, sendo devorado pelos urubus. Um dos moradores ligou para a Polícia e a 25a DP, de Santo Amaro, compareceu no local, requisitando o Corpo de Bombeiros. Sob o comando do bombeiro Sargento Guedes, os bombeiros Sargento Elifas e o Sargento Urban chegaram no local e atravessaram o braço da represa com o auxílio de um barco. Como haviam vários curiosos, o Sr. Antônio Gomes Filho, morador no local e que vive de aluguel de barcos para pescadores, emprestou um barco para aquelas pessoas. Com uma lona e dois caibros, os bombeiros trouxeram o corpo de Joaquim para o lado de cá, onde a Polícia fez diversas fotos. A Dna. Ana Joaquim Bevilaqua Rosa, também moradora do local, acompanhou tudo de perto. Seu irmão, o Sr. Alcides Bevilaqua Joaquim, também acompanhou tudo, mas de longe.

Essa ocorrência foi registrada no BO nº 2.429/88, pelo Delegado de Polícia Dr. Oswaldo Borges Profeta. O Inquérito Policial (IP) recebeu o no 381/88. À pedido do 25º DP, o Instituto de Criminalística (IC) foi acionado. O Dr. Édson de Carvalho R. Viegas, Delegado de Polícia Titular do IC, designou o Perito Criminal Dr. Arlindo de Camargo, o qual compareceu no local e emitiu o Laudo no 01.072/88. Esse Laudo apenas descreve o local e resumidamente os ferimentos no corpo de Joaquim, mencionando que a "causa-mortis" seria definida pelo Instituto Médico Legal do Estado (IML). Nesse Laudo foram anexadas sete fotos do corpo da vítima.
O Laudo de Exame de Corpo de Delito (Exame Necroscópico), de nº 645/88, assinados pelos médicos legistas Dr. Jorge Pereira de Oliveira e Dr. Cláudio Roberto Zabeu, onde concluiu que a "causa-mortis" foi hemorragia aguda e múltiplos traumatismos. Descreve também que há componentes de "causa-mortis" por estímulo vagal (nervo vago ou nervo pneumogástrico). Descreve também que foi usado um instrumento cortante. Esclarece que a vítima apresenta lesões com características de reação vital, ou seja, há componente tortura. É sugestiva de "modus-operandi" a incisão em partes moles e em orifícios naturais mediante aspiração. Tal quadro deve ser manifestação comportamental de insano ou outra hipótese: ritual macabro. No final, os médicos legistas responderam quatro perguntas:
PERGUNTA 01 – Houve morte?
RESPOSTA – Sim.
PERGUNTA 02 – Qual a causa?
RESPOSTA – Politraumatismos e inibição vagal.
PERGUNTA 03 – Qual a natureza do agente, instrumento ou meio que a produziu?
RESPOSTA – Agente mecânico.
PERGUNTA 04 – Foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura, ou por outro meio insidioso ou cruel?
RESPOSTA – Sim, quanto ao meio empregado.
O Laudo nº 10.456/88, do Exame Químico Toxicológico, analisou vinte mililitros de sangue e teve o resultado negativo.
Dr. Marco Antônio Desgualdo, da Equipe "F" da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), após receber o Laudo nº 645/88, do IML, redigiu um documento ao IML, para esclarecer algumas dúvidas, no que diz respeito ao instrumento utilizado, manchas e reações vitais, e se existiam casos semelhantes. Foram feitas quatro perguntas. Na terceira, foi perguntado se poderia ter ocorrido a ação de animais junto ao corpo? A resposta nunca foi publicada. Assim, o Dr. Desgualdo novamente pediu ao IC um laudo complementar. O Dr. Edson de Carvalho Ribeiro Viegas designou o Perito Criminal Dr. Eduardo Roberto Alcântara Del-Campo, o qual fez um levantamento detalhado do local onde foi encontrada a vítima. Foi junto com o Dr. Del-Campo o Sargento Guedes, do Corpo de Bombeiros, que comandou a equipe que retirou o corpo do local.
PARTE DO LAUDO DO DR. DEL-CAMPO
(Informações que foram omitidas do público)
(Informações que foram omitidas do público)


Em seu Laudo, o Dr. Del-Campo é taxativo quando narra o depoimento do Sargento Guedes. "Disse que, ao chegar para resgatar o corpo, este estava desnudo, apenas trajando cuecas de malha, e que, sobre o corpo, havia cerca de vinte urubus, aves reconhecidamente necrófagas". Aqui é muito importante ressaltar que os urubus estavam sobre o corpo, ou seja, em contato físico. Os urubus espetam as unhas na carne do corpo e vão comendo as partes moles. O Dr. Del-Campo requisitou o corpo de um cachorro à Prefeitura e levou para o local. Durante três dias acompanhou o que estava acontecendo. Os urubus e os ratos atacaram. Em apenas dois dias não mais havia nada. Até mesmo os ossos desapareceram. Uma das fotos do corpo desse cachorro fez parte do Processo.
O Dr. Del-Campo, em seu Laudo, também afirma que observou um número acentuado de animais e insetos necrófagos no local, principalmente pequenos roedores (ratos) e aves (urubus). Afirma também que os ratos e os urubus atacam primeiramente as partes moles e pregas naturais, pela facilidade de ataque, ou aqueles onde o odor é mais evidente, pela atração que exercem nesses animais, v. g., pálpebras, olhos, orelhas, nariz, lábios, bolsa escrotal, ânus, cicatriz umbilical, pregas interdigitais e axilas.
Fonte2: INFA :: Casos Ufológicos :: O Caso Guarapiranga 02
O Sr. Antônio Gomes Filho, que mora no local há mais de quinze anos, hoje com 83 anos de idade, que tem a mente ainda bem lúcida, se recorda com detalhes daquele dia que acharam o corpo. Disse que viu os urubus e também carcarás comendo o corpo daquele coitado. Disse que se alguém morre na mata é atacado por urubus e se morre na água, é atacado pelos peixes. Disse que é normal aparecer algum corpo morto na região. Se lembra com detalhes quando emprestou o barco. Sobre ratos, o Sr. Antônio disse que tem de todo tamanho na região.

A Dna. Ana Joaquim Bevilaqua Rosa, hoje com 53 anos de idade, também moradora do local há mais de vinte anos, vizinha do Sr. Antônio, acompanhou tudo de perto. Também viu os urubus atacando o pobre coitado. Contou que há menos de um ano, viu um cachorro com problemas em uma das patas, do outro lado da represa, que estava sendo atacado vivo pelos urubus. Como tinha dificuldades em andar, os urubus aproveitaram e atacaram. A Dna. Ana disse também que há uns seis meses, morreu um cavalo lá perto, também às margens da represa. Curiosa, ela foi lá perto dar uma olhada. Ficou assustada em ver a barriga do cavalo se mexendo. Em um certo instante, começaram a sair por um buraco na barriga do cavalo vários urubus. Ela nunca tinha visto nada igual. Disse também que a quantidade de ratos, de diversos tipos, é assustadora.
O Sr. Alcides Bevilaqua Joaquim, hoje com 55 anos, irmão da Dna. Ana, mora no local há mais de trinta anos, também acompanhou tudo, mas de longe. Disse que nunca viu nada de estranho pela região, nem chupacabras e muito menos disco voador.

O Dr. Eduardo Roberto Alcântara Del-Campo, que hoje ocupa o cargo de Promotor de Justiça da Infância e Juventude e que na época foi o Perito Criminal, do Instituto de Criminalística do Departamento Estadual de Polícia, nos recebeu gentilmente. Ficou surpreso e indignado quando contamos que tal caso foi divulgado como ataque de tripulantes de discos voadores. Disse que quando foi designado para fazer um Laudo Complementar, fez várias diligências ao local. Conversou com testemunhas e verificou que realmente a região é cheia de urubus e ratos. Também pudemos constatar isso nas três vezes que estivemos lá. O Dr. Del-Campo nos mostrou vários álbuns com fotos de diversos casos semelhantes. Disse também que o Sr. Joaquim Sebastião Gonçalves pode ter desmaiado por estar na região da fulminação de um raio e pode ter sido atingido parcialmente. Disse ainda que as informações dos bombeiros que retiraram o corpo do local e dos moradores, bem como a simulação com um cachorro morto não deixaram dúvidas que aquele pobre homem foi atacado por ratos e urubus. Disse que é relativamente comum, em corpos encontrados nesse estado, na hora que o médico legista está abrindo a vítima, encontram ratos vivos dentro da barriga do morto, comendo as vísceras. O Dr. Del-Campo disse que foi entrevistado pela pesquisadora Encarnación, mas ela nada divulgou sobre o Laudo dele e as respectivas conclusões.

O bombeiro e Sargento Guedes (Milton de Souza Guedes) também nos recebeu gentilmente em sua casa. Nos confirmou que quando chegou no local, havia uma grande quantidade de urubus comendo o corpo da vítima. Disse que isso acontece com freqüência. Disse que uns dez dias depois, ele atendeu uma ocorrência exatamente igual, porém agora sim na Represa Guarapiranga. Disse que narrou com detalhes ao Dr. Del-Campo o que ele viu no local quando lá chegou com a equipe. Pelos diversos buracos no corpo, a vítima perdeu muito sangue. Tentamos localizar o bombeiro Sargento Urban, que também fez parte da equipe que retirou o corpo do local. Infelizmente, devido a uma doença, ele veio a falecer há uns três anos.

O bombeiro e Sargento Elifas (Elifas Morais Alves), atualmente Segundo Tenente, declarou que realmente o corpo da vítima foi atacado por urubus. Também ficou surpreso e indignado quando contamos que tal caso foi divulgado como ataque de tripulantes de discos voadores. Disse que naquela época era comum a desova de cadáveres na beira das represas Billings e Guarapiranga. Disse que era rotina por parte do Cabo Bruno (Florisvaldo de Oliveira) fazer isso. Investigando as publicações do passado, verificamos que haviam muitos outros justiceiros, além do Cabo Bruno. Entre 1970 e 1998, foram mais de mil cadáveres nessas condições só na Grande São Paulo, sendo que uma boa parte na beira das represas já citadas.
Isso explica claramente a resposta dada pelo IML, quando o Delegado de Polícia da 25ª DP, o Dr. Marco Antônio Desgualdo enviou um documento perguntando se: "Existem nos registros da Medicina Legal ocorrências semelhantes?". A resposta foi: "Sim, existem vários casos semelhantes". Quando este caso foi divulgado, em 1993, essa resposta foi publicada com ênfase, dando a entender que existem muitos casos de humanos mutilados por tripulantes de discos voadores, o que não é verdade.

Quando o jornal Notícias Populares (NP), que publicou este caso, em 27.04.1997, o jornalista responsável pela matéria foi até a UNICAMP (Universidade de Campinas) e mostrou as sete fotos ao Dr. Fortunato Badan Palhares. Com o título "FOTOGRAFIAS SÃO SECRETAS", a matéria saiu assim: "As fotografias do Caso Guarapiranga, sete no total, estão escondidas em arquivos secretos da polícia de São Paulo. O NP teve acesso às fotos e aos documentos do caso através de pessoas não ligadas ao IML nem ao Instituto de Criminalística. Após recusa de chefes do IML em falar sobre o assunto, o NP pediu uma análise do caso ao médico legista Fortunato Badan Palhares. Para ele, trata-se de animais predadores, como roedores, formigas, siris, caranguejos e urubus. Todas as lesões ou ferimentos encontrados na superfície corporal são compatíveis com lesões produzidas por pequenos roedores, escreveu Badan Palhares. Segundo ele, até os sinais de reações vitais no corpo (vítima estava viva quando foi mutilada) podem ser explicados: ele pode ter tido um infarto e caído em agonia por horas, sem se mexer. Os bichos começariam a atacá-lo ainda vivo".
Na Revista UFO n} 25, a pesquisadora Encarnación afirma: "Tudo indica que os urubus mencionados pelo delegado de plantão apenas sobrevoaram o corpo sem atacá-lo". Afirma ainda: "Por outro lado, se o homem tivesse sido vítima de assassinato comum, seus restos com certeza estariam destroçados pela ação de urubus e outros carniceiros, que neste caso, permaneceram à distância". Em todos os Laudos que examinamos, não existe nenhum componente que possa se afirmar algo desse tipo, muito pelo contrário.
A conclusão do Dr. Del-Campo é que realmente esse homem foi vítima de ataques de predadores. Existe uma diferença muito grande em afirmar que os urubus estavam lá em cima, no céu, à distância, sobrevoando o cadáver, em relação em afirmar que os urubus estavam grudados no corpo da vítima, comendo as partes moles. As testemunhas viram isso.
Quando estávamos fechando este relatório, nós ligamos para a pesquisadora Encarnación Zapata Garcia. Tínhamos preparado algumas perguntas para ela responder. Iríamos mostrar a ela detalhes do exposto acima. Ela disse que não iria mais falar sobre esse assunto e desligou o telefone.
Existe uma quantidade muito grande de animais necrófagos na natureza. Pesquisando sobre esse assunto, verificamos que tais animais têm atração pelo cheiro dos órgãos sexuais. Os animais pequenos, tais como os roedores, entram pelos orifícios naturais do corpo, o ânus, a boca, por exemplo, e comem os órgãos internos. Já os urubus, com o auxílio do bico, bicam seguidamente em uma parte mole, a barriga, por exemplo. Após perfurar, eles entram com a cabeça e vão comendo tudo por dentro. Tempos atrás, a TV Cultura apresentou um documentário sobre roedores. Tinha um pequeno roedor, o Microsorex Hoyi, com o nome popular de Musuranho ou Mussurano ou ainda Musaranho, que girando a cabeça como se fosse uma broca, com os dentes incisivos, vão cortando sempre na mesma linha, fazendo um buraco totalmente circular e assim tem acesso às vísceras. Existem tipos de roedores nos desertos que mantém a cabeça fixa e giram o corpo também como uma broca, fazendo um furo totalmente circular. Se um cadáver que foi atacado por predadores estiver no estado de lise, ou seja, bem conservado, é possível identificar que tipo de animal o atacou. Os roedores têm um par de incisivos grandes nas mandíbulas superiores e inferiores, que cortam como faca.
O médico legista disse que a vítima teria morrido há aproximadamente 24 horas. Os Laudos descrevem que o cadáver já estava iniciando a decomposição. Não sabemos se isso possa ter interferido nas conclusões dos dois médicos legistas que assinaram o Laudo. Mas, pelo exposto acima, o INFA e o INPU não tem dúvidas que o Sr. Joaquim Sebastião Gonçalves foi morto por animais necrófagos.

As mutilações de animais por tripulantes de discos voadores são fatos reais na Ufologia Mundial, mas com certeza, muitos casos de ataques de animais necrófagos foram confundidos como sendo ataque por parte de tripulantes de discos voadores. Assim, para cada caso novo que surgir, temos que analisar detalhadamente, para poder separar o joio do trigo.
Nesta pesquisa, é fundamental o agradecimento ao Primeiro Tenente Humberto Cesar Leão (foto ao lado), do Corpo de Bombeiros, que não mediu esforços para nos ajudar a localizar os bombeiros que fizeram parte da equipe que retiraram o corpo do local.
Assim, é fundamental também saber que a Ufologia se baseia em fatos, no plural e não em fato, no singular. Se fosse verdade que tripulantes de discos voadores mutilam seres humanos, com certeza teríamos milhares de casos, em todos os países, e isso não acontece.
Houveram casos onde aconteceu morte ou cura. Nos casos de mortes, sempre aconteceu antes algum tipo de reação por parte dos seres humanos, por exemplo, o Caso Crixás, em 13.08.67. Inácio disparou um tiro na testa de uma estranha criatura e em seguida recebeu um "tiro" de luz verde, de dentro de um disco voador, que o atingiu no ombro e caiu desfalecido. Morreu em 11.10.67 com leucemia.
Assim, fica aqui este caso, bem como os outros dois citados no início, como exemplos para os jovens ufólogos que estão iniciando agora, para não cometerem os mesmos erros cometidos por terceiros no passado.
Fonte3: INFA :: Casos Ufológicos :: O Caso Guarapiranga 03