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Novo mirante do Tramagal sem acessibilidades para pessoas de mobilidade reduzida
Vítor Ferreira, 26 anos, paraplégico, mora no Tramagal, concelho de Abrantes, e desloca-se em cadeira de rodas. O tramagalense ficou indignado pelo facto da obra que está, neste momento, a decorrer no Mirante da localidade, também conhecida como Miradouro da Penha, não contemplar acessos para deficientes motores. O jovem não se cansa de reclamar contra os atropelos arquitectónicos que impossibilitam uma vida normal. “Estão a gastar dinheiro numa obra de raiz e não respeitam o que está na lei. Sinto-me revoltado porque gostava de ir ao mirante e não posso descer porque a rampa tem escadas pelo meio. Ou faziam rampa ou faziam escadas. As duas coisas juntas não”, reclama.
O projecto da Câmara Municipal de Abrantes, adjudicado ao AtelierMob - Arquitectura Design e Urbanismo está concluído e quem faz uma visita ao local facilmente constata que o acesso ao cruzeiro é só para quem pode. No local também não está nenhuma placa com pormenores sobre a empreitada, parte de um investimento de cerca 82 mil euros. A obra do mirante tem provocado alguma celeuma desde que se soube que não contemplava rampas, sendo amplamente debatida na página do facebook do Tramagal.
“Para já, o acesso a pessoas com mobilidade condicionada não está previsto e não há acessos alternativos mas a situação preexistente foi substancialmente melhorada”, refere o vereador da Câmara de Abrantes, Rui Serrano, em resposta ao nosso pedido de esclarecimentos, não explicando, no entanto, porque é que estes acessos não foram acautelados.
O mesmo responsável avança que a empreitada faz parte do projecto “Centro de Interpretação do Tejo Ibérico- Miradouro e Cais da Barca no Tramagal” que procura valorizar zonas de estadia ao público em geral, designadamente o parque de merendas e o miradouro confinante com o monumento ao Comendador Eduardo Duarte Ferreira e o parque de merendas localizado no Porto das Barcas.
Sobre esta matéria, o PSD de Abrantes emitiu um comunicado, após a apresentação das obras públicas que estão a decorrer na freguesia do Tramagal, sessão que teve lugar na sexta-feira, 9 de Março. Segundo afirmam, na sessão foi dito que no mirante “não era possível, necessário, nem obrigatório concretizar o acesso a pessoas de mobilidade reduzida. “Na inauguração haverá palavras bonitas para branquear a tristeza da intervenção”, criticam os sociais-democratas.
Fonte: O Mirante