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Nove rainhas vistas por Helena Sacadura Cabral além do seu papel de esposas e mães

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História: Nove rainhas vistas por Helena Sacadura Cabral além do seu papel de esposas e mães

Lisboa, 11 Out (Lusa) - Helena Sacadura Cabral pretende com o seu novo livro "As nove magníficas - O fascínio pelo poder", mostrar "o outro lado das mulheres para além do de mães e esposas", disse à Lusa.

Assumindo-se como "escrevinhadora", Helena Sacadura Cabral escolheu nove rainhas, desde a fundação de Portugal até ao século XIX, que biografou em curtos ensaios.

"Esta foi a minha escolha e nem quer dizer que seja uma história de Portugal no feminino, qualquer outra pessoa escolheria outras mulheres se a quisesse fazer", disse à Lusa Helena Sacadura Cabral.

A autora reconhece "estar a meter a foice em seara alheia" mas justifica esta intervenção "enquanto mulher e cidadã atenta num terreno que é de todos nós, o da história deste Portugal que se fez".

"Essas mulheres são sempre lembradas como esposas e mães e, quando muito, por aqueles interregnos em que, não por direito mas por inerência do cargo, assumem determinadas funções políticas".

De todas as rainhas escolhidas a única que o foi por direito próprio, é D. Maria II, filha de D. Pedro IV e Maria Leopoldina, a quem deu o cognome de "a Restauradora".

"As noves magníficas" são D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, D. Isabel de Aragão, D. Leonor Teles, mulher de D. Fernando, D. Filipa de Lencastre, D. Catarina, avó de D. Sebastião, D. Luísa de Gusmão, D. Carlota Joaquina, D. Maria II e D. Amélia.

Helena Sacadura afirma: "Fiz a história, construí pontes onde encontrei vazios, mas o trabalho historiográfico foi feito pela investigadora Maria José La Fuente".

Trabalhar com a historiadora espanhola "foi muito interessante", disse Sacadura Cabral que acrescentou: "Somos ambas mulheres e em muitos pontos estamos de acordo, noutros divergimos absolutamente, até porque somos de gerações muito diferentes".

"Procurei sempre conciliar a visão de historiadora e mulher com a minha, mas em certos pontos assumi a divergência e foi a minha ideia que prevaleceu", sublinhou.

A autora explicou à Lusa uma das divergências: "no caso da Carlota Joaquina, a Maria José opinava que a Corte tinha ido para o Brasil; quanto a mim não era uma `ida` mas sim uma `fuga` e foi assim que escrevi".

Todavia, Sacadura Cabral salientou que "sem a sua visão histórica o trabalho sairia imperfeito".

"Aprendi imenso com este livro e os métodos de análise de um historiador não são os do cronista e eu nem me atrevo a chamar-me de alguma coisa mais que observadora da realidade. Se me chamasse alguma coisa seria escrevinhadora, nunca escritora".

Das nove mulheres escolhidas a eleita da autora é D. Teresa que apelida de "a autonomista". A mãe de D. Afonso Henriques foi quem mais a impressionou porque "sintetiza tudo aquilo que foi pensar Portugal, a percursora da autonomia que tinha uma visão política e estratégica".

Reconhece, todavia, e afirma-se "emocionada", pela "coragem e a ousadia que todas estas mulheres tiveram em determinados momentos".

"As nove magníficas - O fascínio do poder", com a chancela da Esfera dos Livros é apresentado pela deputada Teresa Caeiro na próxima terça-feira à tarde, em Lisboa.

Relativamente aos objectivos do livro, Helena Sacadura Cabral afirmou: "O que eu gostaria é que houvesse uma campainha na cabeça das pessoas, homens e mulheres, que dissesse: curioso, estudámos isto, mas esquecemos que esta mulher fez isto e isto", sublinhou.


NL.
Lusa/Fim
 
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