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Novas visões do jazz passam pela Gulbenkian em Agosto
LUÍS FILIPE RODRIGUES
Música. 25.ª edição do festival de jazz que tem marcado o Verão lisboeta começa hoje na Gulbenkian.
A abertura do certame estará a cargo da Otomo Yoshihide New Jazz Orchestra. O regresso do músico japonês a Portugal, passados quatro anos, é um dos principais destaques do cartaz desta edição
O concerto de John Zorn é um dos mais aguardados
Apesar de ser um festival, o Jazz em Agosto possui um conjunto de características que o distinguem de outros encontros dedicados ao mesmo género musical. A mais sonante das quais é, certamente, a aposta feita pela organização nalguns projectos que, apesar de se destacarem no panorama do jazz contemporâneo, ainda não se estrearam em Portugal.
Rui Neves, o director artístico do festival que arranca hoje e só termina a 9 de Agosto, lembrou ao DN que ao longo das suas 25 edições, "o Jazz em Agosto sempre pretendeu dar a conhecer grupos que nunca tinham actuado no nosso país, e é isso que volta a acontecer este ano". A longevidade do festival merece de facto ser sublinhada, uma vez que desde a sua primeira edição, realizada em 1984, o festival já apresentou "perto de 300 concertos".
E se é verdade que no ano de estreia o cartaz foi composto exclusivamente por músicos portugueses, a aposta em artistas inéditos fez-se sentir logo na segunda edição, em 1985, que trouxe o compositor norte-americano Sun Ra, acompanhado pela sua Arkestra, a Portugal, para duas actuações no Anfiteatro ao ar livre da Gulbenkian. O festival continuou porém a apostar em artistas portugueses, como por exemplo António Pinho Vargas, que também actuou no mesmo ano.
A fraca representação portuguesa é porém algo que salta a vista nesta edição. Rui Neves admite que o cartaz esquece os músicos nacionais, mas isso não constitui um problema. "Preocupamo-nos em escolher portugueses que estejam ao nível dos músicos internacionais", defende. "Não me interessa estar a apresentar músicos portugueses só por uma questão de nacionalismo". O programador compreende porém a importância da produção nacional, e espera poder colmatar esta falha já na próxima edição.
Outra das novidades desta edição reside no conceito de "extensões". Esta ideia é o grande tema do Jazz em Agosto 2008, que traz a Lisboa os novos projectos de músicos que já actuaram noutras edições do festival, celebrando assim o seu legado. Estas "extensões" podem também ser entendidas como um fenómeno temporal, uma vez que o cartaz deste ano presta homenagem a alguns dos nomes mais influentes do jazz contemporâneo, como Anthony Braxton ou Eric Dolphy. Geograficamente, o festival estende-se ainda ao Japão, apresentando alguns dos maiores nomes da actual cena jazz japonesa.
Um dos grandes destaques desta edição é, no entanto, o concerto da dupla John Zorn & Fred Smith, o único projecto que sobe ao palco na primeira semana do festival e não é originário do Japão. Não se pense porém que não há qualquer coerência nesta escolha, uma vez que John Zorn, um entusiasta do hardcore japonês, chegou a apadrinhar vá- rias bandas locais e lançou alguns discos através de uma editora japonesa.
DN
LUÍS FILIPE RODRIGUES
Música. 25.ª edição do festival de jazz que tem marcado o Verão lisboeta começa hoje na Gulbenkian.
A abertura do certame estará a cargo da Otomo Yoshihide New Jazz Orchestra. O regresso do músico japonês a Portugal, passados quatro anos, é um dos principais destaques do cartaz desta edição
O concerto de John Zorn é um dos mais aguardados
Apesar de ser um festival, o Jazz em Agosto possui um conjunto de características que o distinguem de outros encontros dedicados ao mesmo género musical. A mais sonante das quais é, certamente, a aposta feita pela organização nalguns projectos que, apesar de se destacarem no panorama do jazz contemporâneo, ainda não se estrearam em Portugal.
Rui Neves, o director artístico do festival que arranca hoje e só termina a 9 de Agosto, lembrou ao DN que ao longo das suas 25 edições, "o Jazz em Agosto sempre pretendeu dar a conhecer grupos que nunca tinham actuado no nosso país, e é isso que volta a acontecer este ano". A longevidade do festival merece de facto ser sublinhada, uma vez que desde a sua primeira edição, realizada em 1984, o festival já apresentou "perto de 300 concertos".
E se é verdade que no ano de estreia o cartaz foi composto exclusivamente por músicos portugueses, a aposta em artistas inéditos fez-se sentir logo na segunda edição, em 1985, que trouxe o compositor norte-americano Sun Ra, acompanhado pela sua Arkestra, a Portugal, para duas actuações no Anfiteatro ao ar livre da Gulbenkian. O festival continuou porém a apostar em artistas portugueses, como por exemplo António Pinho Vargas, que também actuou no mesmo ano.
A fraca representação portuguesa é porém algo que salta a vista nesta edição. Rui Neves admite que o cartaz esquece os músicos nacionais, mas isso não constitui um problema. "Preocupamo-nos em escolher portugueses que estejam ao nível dos músicos internacionais", defende. "Não me interessa estar a apresentar músicos portugueses só por uma questão de nacionalismo". O programador compreende porém a importância da produção nacional, e espera poder colmatar esta falha já na próxima edição.
Outra das novidades desta edição reside no conceito de "extensões". Esta ideia é o grande tema do Jazz em Agosto 2008, que traz a Lisboa os novos projectos de músicos que já actuaram noutras edições do festival, celebrando assim o seu legado. Estas "extensões" podem também ser entendidas como um fenómeno temporal, uma vez que o cartaz deste ano presta homenagem a alguns dos nomes mais influentes do jazz contemporâneo, como Anthony Braxton ou Eric Dolphy. Geograficamente, o festival estende-se ainda ao Japão, apresentando alguns dos maiores nomes da actual cena jazz japonesa.
Um dos grandes destaques desta edição é, no entanto, o concerto da dupla John Zorn & Fred Smith, o único projecto que sobe ao palco na primeira semana do festival e não é originário do Japão. Não se pense porém que não há qualquer coerência nesta escolha, uma vez que John Zorn, um entusiasta do hardcore japonês, chegou a apadrinhar vá- rias bandas locais e lançou alguns discos através de uma editora japonesa.
DN