Naomi Watts treinou num campo da CIA

florindo

Administrator
Team GForum
Entrou
Out 11, 2006
Mensagens
38,997
Gostos Recebidos
358
Naomi Watts nasceu em Inglaterra, há 42 anos, mas foi quando a mãe se mudou para a Austrália que começou a sonhar ser actriz. Para fazer "Jogo Limpo", treinou-se num campo da CIA.

ng1398113.JPG

Naomi Watts regressa ao grande ecrã no pape de Valerie Plame, em "Jogo limpo"

Colega de curso e amiga de Nicole Kidman, tem também já uma carreira para se orgulhar, onde se incluem filmes como "Mulholland Dr.", de David Lynch, "King Kong", de Peter Jackson ou "21 Gramas", de Alejandro Gonzalez Iñarritu.

Em "Jogo limpo", já em cartaz, interpreta o papel verídico de Valerie Plame, uma mulher que era agente da CIA sem ninguém saber, nem sequer o marido. O filme foi a única entrada americana em competição em Cannes, onde falámos com a actriz.

Já conhecia a história que iam contar no filme?
Passou-se tudo muito depressa, entre a altura em que li o guião e quando começámos a filmar. Já conhecia a história, embora não soubesse tudo em pormenor. Por isso tive de ler muita coisa e de consultar toda a informação disponível. Foi realmente muita informação para ser digerida em tão pouco espaço de tempo.

Chegou a conhecer a verdadeira Valeria Plame?
Sim, falei com ela. Mas o Sean Penn, com quem contraceno, teve mais sorte, porque teve a possibilidade de ir a casa dela em Santa Fé e passar alguns dias a falar com ela. Mas eu tinha tido um bebé há pouco tempo e tínhamos de avançar rapidamente, porque era necessário filmar no Inverno, para ser mais autêntico.

Então que contactos teve com ela?
Falámos algumas vezes ao telefone e trocámos emails. Estávamos a 12 horas de distância. Mas fizemos uma coisa que até parecia saída de uma história de espiões. Combinámos encontrar-nos no aeroporto de Chicago. E jantámos uma vez...

É verdade que esteve dois dias num campo de treino da CIA?
Sim, foi uma experiência assustadora, excitante e pessoalmente muito gratificante. Saí de lá uma pessoa completamente diferente. Mandaram-me para esse campo porque tinham receio, como tinha tido uma criança há pouco tempo, que não fosse capaz de representar bem as cenas de acção. E a Valerie era uma mulher muito treinada, com uma força extraordinária, apesar do aspecto feminino e delicado.

O que teve de fazer nesse campo?
Entre outras coisas, tive de armar explosivos, disparar armas, tive lições de karaté, de auto-defesa, fui fechada numa caixa muito pequena... E de três em três horas tinha de dar de mamar à minha filha... com uma arma carregada no bolso! Mas foi divertido.

A Naomi é normalmente associada a uma facção mais liberal da sociedade americana...
Mas aceitei fazer este filme não para interpretar uma determinada opinião ou posição política, mas para representar uma personagem, uma mulher. É assim que escolho todos os papéis. As minhas posições sobre a guerra ou sobre a política norte-americana não têm nada a ver com a minha carreira.

Depois de ler o guião não ficou assustada por viver num país onde algum dos seus amigos pode ser agente da CIA sem que o saiba?
É isso que torna a história dela tão interessante. Nem no círculo mais restrito de amigos podia revelar exactamente o que fazia na vida. Lutou tanto para que a sua actividade não fosse conhecida e de repente torna-se um facto público. E ver a forma digna como ela lidou com tudo isso. Mas acho que nunca conheci nenhum agente da CIA.

Alguma vez pensou o que seria viver uma vida dupla?
Tem piada, falámos muito sobre isso, e sobre o quase paralelo que existe com a profissão de actor, que toma tantas identidades, acabando sempre por esconder a sua. A Valerie também tinha de estar sempre a criar novas identidades. Com uma pequena diferença. Se falhar, sou destroçada pelos críticos. Se ela falhar, pode ser morta!

E agora vai fazer de Marilyn...
Quando lá chegar, logo se vê. Ainda não tenho qualquer plano definido. Sei que vai ser uma empreitada muito difícil, porque toda a gente acha que a conhece bem ou tem uma ideia sobre quem ela era. Mas a história que vamos contar é diferente, vamos falar de aspectos da vida dela que não se conhecem tão bem.

O que faria se tivesse de escolher entre a sua profissão e o amor?
Entre a carreira e o amor escolhia o amor. É de amor que necessitamos mais, afinal de contas. Nunca seria uma decisão fácil, como não foi para a Valerie.

JN
 
Topo