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Um grupo de especialistas do consórcio Covid-19 International Research Team (que reúne peritos dos Estados Unidos, Coreia do Sul, Dinamarca, Paraguai e Brasil) acredita que há mais um problema provocado pela Covid-19 longa. Ao que parece, segundo um artigo publicado na revista Science Translational Medicine, esta condição provoca danos duradouros às mitocôndrias, peças que existem no interior de todas as células do corpo humano e que funcionam como uma espécie de 'pilhas' que permitem gerar energia para todo o organismo.
Para perceberem como a infeção por SARS-CoV-2 afeta as mitocôndrias, os cientistas realizaram alguns testes em animais e humanos. Foi assim que descobriram que a Covid-19 elimina determinados genes mitocondriais.
Numa primeira fase, o vírus altera a produção de energia dentro da célula e desorganiza a ativação do sistema imunitário. Para continuar a funcionar, a célula passa a produzir energia por uma via alternativa, a glicólise. Porém, essas novas moléculas são 'roubadas' e usadas pelo patógeno da Covid-19 como fonte de energia. Depois, com mais vírus, a resposta inflamatória celular aumenta e a tendência é que o doente desenvolva formas graves da doença.
"A disfunção mitocondrial provocada pelo SARS-CoV-2 mantém-se conservada, mesmo quando o vírus é eliminado" do organismo, afirma Pedro Moraes Vieira, professor do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas, no Brasil, e um dos autores do estudo, em declarações à Agência Fapesp.
Quando a inibição do gene mitocondrial parou de ocorrer nos pulmões, o primeiro alvo da doença, os cientistas constataram que as mitocôndrias ainda funcionavam de forma irregular noutras partes do corpo, como coração, rim, fígado e gânglios linfáticos.
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