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Guggenheim de Nova Iorque completa amanhã 50 anos
Museu é uma peça de grande modernidade
Siza Vieira, Souto Moura e Ana Vaz Milheiro definem Guggenheim de Nova Iorque como um ícone e uma peça de grande modernidade.
Ícone, revolucionário, uma peça de grande modernidade. É desta forma que os arquitectos Siza Vieira, Souto Moura e a crítica de arquitectura Ana Vaz Milheiro definem o Museu Guggenheim de Nova Iorque, que completa amanhã 50 anos.
Projectado pelo arquitecto norte-americano Frank Lloyd Wright, o Museu Solomon Robert Guggenheim de Nova Iorque, em homenagem ao criador da fundação homónima e do museu, foi inaugurado a 21 de Outubro de 1959, escassos meses depois da morte de quem o desenhara.
O edifício, que demorou algum tempo a ser construído, não está realizado exactamente como o arquitecto o desenhou, causou resistências na época, o que, para Siza Vieira, se deveu à 'singularidade', e 'novidade', da obra.
Para o arquitecto português mais premiado no estrangeiro, o Guggenheim é uma 'máquina de expor extraordinária', e 'hoje é impossível pensar em museus sem vir à mente a referência', aquele museu nova-iorquino.
O facto de estar construído em rampa – apesar deste conceito já ter sido utilizado em museus pensados por Le Corbusier –, permitindo uma visão global das exposições, de estar pensado sobretudo para exposição em parede, de pintura, mas também ter espaço para a escultura e constituir um desafio para os artistas são particularidades do museu, observa.
Para Siza Vieira, o Guggenheim, tal como museus mais tradicionais como o do Louvre (França), ou o de Basileia (Suíça), 'sobressai, mas não é agressivo em relação ao entorno e, no entanto, é singular em relação à envolvência',
Também o arquitecto Eduardo Souto Moura considera aquele espaço 'revolucionário', devido a três factores: estabelece o conceito de museu/percurso, institui um novo conceito de monumento objecto de ruptura em relação às residências pré-existentes e cria uma linguagem nova, depurada, em que a forma segue a função e a função segue a forma, sustenta.
'A grande inovação deste museu é definir um percurso, é existir uma intencionalidade do arquitecto para que o público ou utente faça aquilo que ele quer', diz Souto Moura.
Até essa altura, os museus 'eram uma espécie de armazéns de obras depositadas em que as pessoas iam fruindo o que lhes apetecesse', enquanto o Guggenheim não tem alternativas, 'as pessoas têm que fazer a rampa', sublinha.
O segundo factor prende-se com o facto de o Guggenheim ser uma obra com que Frank Lloyd Wright se 'confronta com a cidade de uma maneira completamente diferente e dissonante',
Para Souto Moura, 'Frank Lloyd Wright era considerado 'um «expert» em arquitectura doméstica, por fazer muitas casas', mas com este museu 'fez um objecto estranho inserido numa morfologia urbana que não tem nada a ver com o edifício que propõe',
A terceira inovação dá-se ao nível da linguagem, já que o Guggenheim é a obra 'mais depurada', do arquitecto, que 'usava muito a decoração', e que era 'muito formal', e na qual a 'forma segue a função', sublinha.
Daí que Souto Moura defina Frank Lloyd Wright 'um arquitecto do século XIX que preparou o século XX', e o Guggenheim o 'objecto ou proposta em que faz o manifesto a dizer o que deve ser o século XX, o futuro',
Também para a crítica de arquitectura Ana Vaz Milheiro, o Guggenheim é uma 'peça de grande modernidade', e 'sem dúvida uma das obras-primas da arquitectura do século XX, que vai marcar o entendimento da grelha de Nova Iorque',
'Não podemos imaginar a Fundação Iberê Camargo, no Brasil, de Siza Vieira, sem o Guggenheim, porque este projecto de Siza é talvez o que mais explora as potencialidades utilizadas pelo Wright no Guggenheim', conclui.
Guggenheim. Museu de Nova Iorque, projectado por Frank Lloyd Wright, completa amanhã 50 anos
Arquivo
Museu é uma peça de grande modernidade
Siza Vieira, Souto Moura e Ana Vaz Milheiro definem Guggenheim de Nova Iorque como um ícone e uma peça de grande modernidade.
Ícone, revolucionário, uma peça de grande modernidade. É desta forma que os arquitectos Siza Vieira, Souto Moura e a crítica de arquitectura Ana Vaz Milheiro definem o Museu Guggenheim de Nova Iorque, que completa amanhã 50 anos.
Projectado pelo arquitecto norte-americano Frank Lloyd Wright, o Museu Solomon Robert Guggenheim de Nova Iorque, em homenagem ao criador da fundação homónima e do museu, foi inaugurado a 21 de Outubro de 1959, escassos meses depois da morte de quem o desenhara.
O edifício, que demorou algum tempo a ser construído, não está realizado exactamente como o arquitecto o desenhou, causou resistências na época, o que, para Siza Vieira, se deveu à 'singularidade', e 'novidade', da obra.
Para o arquitecto português mais premiado no estrangeiro, o Guggenheim é uma 'máquina de expor extraordinária', e 'hoje é impossível pensar em museus sem vir à mente a referência', aquele museu nova-iorquino.
O facto de estar construído em rampa – apesar deste conceito já ter sido utilizado em museus pensados por Le Corbusier –, permitindo uma visão global das exposições, de estar pensado sobretudo para exposição em parede, de pintura, mas também ter espaço para a escultura e constituir um desafio para os artistas são particularidades do museu, observa.
Para Siza Vieira, o Guggenheim, tal como museus mais tradicionais como o do Louvre (França), ou o de Basileia (Suíça), 'sobressai, mas não é agressivo em relação ao entorno e, no entanto, é singular em relação à envolvência',
Também o arquitecto Eduardo Souto Moura considera aquele espaço 'revolucionário', devido a três factores: estabelece o conceito de museu/percurso, institui um novo conceito de monumento objecto de ruptura em relação às residências pré-existentes e cria uma linguagem nova, depurada, em que a forma segue a função e a função segue a forma, sustenta.
'A grande inovação deste museu é definir um percurso, é existir uma intencionalidade do arquitecto para que o público ou utente faça aquilo que ele quer', diz Souto Moura.
Até essa altura, os museus 'eram uma espécie de armazéns de obras depositadas em que as pessoas iam fruindo o que lhes apetecesse', enquanto o Guggenheim não tem alternativas, 'as pessoas têm que fazer a rampa', sublinha.
O segundo factor prende-se com o facto de o Guggenheim ser uma obra com que Frank Lloyd Wright se 'confronta com a cidade de uma maneira completamente diferente e dissonante',
Para Souto Moura, 'Frank Lloyd Wright era considerado 'um «expert» em arquitectura doméstica, por fazer muitas casas', mas com este museu 'fez um objecto estranho inserido numa morfologia urbana que não tem nada a ver com o edifício que propõe',
A terceira inovação dá-se ao nível da linguagem, já que o Guggenheim é a obra 'mais depurada', do arquitecto, que 'usava muito a decoração', e que era 'muito formal', e na qual a 'forma segue a função', sublinha.
Daí que Souto Moura defina Frank Lloyd Wright 'um arquitecto do século XIX que preparou o século XX', e o Guggenheim o 'objecto ou proposta em que faz o manifesto a dizer o que deve ser o século XX, o futuro',
Também para a crítica de arquitectura Ana Vaz Milheiro, o Guggenheim é uma 'peça de grande modernidade', e 'sem dúvida uma das obras-primas da arquitectura do século XX, que vai marcar o entendimento da grelha de Nova Iorque',
'Não podemos imaginar a Fundação Iberê Camargo, no Brasil, de Siza Vieira, sem o Guggenheim, porque este projecto de Siza é talvez o que mais explora as potencialidades utilizadas pelo Wright no Guggenheim', conclui.
Guggenheim. Museu de Nova Iorque, projectado por Frank Lloyd Wright, completa amanhã 50 anos
Arquivo
o primeiro de janeiro