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Notícias MP moçambicano constitui arguidos 13 agentes em caso de morte de suspeito após detenção

Roter.Teufel

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MP moçambicano constitui arguidos 13 agentes em caso de morte de suspeito após detenção

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Polícia moçambicana disse à Lusa que o homem terá sido detido já com a saúde debilitada.

O Ministério Público na província de Sofala, centro de Moçambique, constituiu arguidos 13 agentes da polícia suspeitos de envolvimento em caso de morte de um suposto membro de uma organização criminosa poucos dias após a sua detenção.

"Este processo encontra-se neste momento na secção de instrução criminal do Ministério Público a correr os seus termos e ainda poderão vir a ser constituídos arguidos outros agentes (...) então o processo está ainda aberto", disse Joaquim Tomo, porta-voz da procuradoria provincial de Sofala, durante uma conferência de imprensa naquela província.

Em causa está a morte de um homem, suposto membro de uma organização criminosa que protagonizava roubos, extorsão, chantagem a empresários locais, furtos agravados e agressões físicas, poucos dias após a sua detenção na segunda esquadra da polícia no bairro Ponta Gêa, na cidade da Beira, capital provincial de Sofala.

A polícia moçambicana disse à Lusa, em 19 de setembro, que o caso estava a ser investigado e que o homem terá sido detido já com a saúde debilitada, apesar de um relatório médico, citado pela comunicação social local, apontar para queimaduras do segundo grau, múltiplos hematomas e traumas provocados por objetos contundentes e líquido fervente.

"Ainda na sua detenção, ele já apresentava sinais de debilidade e trazia consigo alguns ferimentos, razão pela qual foi levado ao hospital nos dias 11 e 12. No dia 13, porque não dava sinais de melhoria, prontamente foi acompanhado (...) ao Hospital Central da Beira, onde perdeu a vida", disse à Lusa Dércio Chacate, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Sofala.

O Ministério Público, entretanto, negou esta quinta-feira que o homem tenha chegado às celas debilitado, referindo que todos os elementos reunidos, fazendo também menção ao relatório médico, apontam para agressão sofrida na segunda esquadra da PRM na Ponta Gêa, tendo sido concluído que se tratou de um homicídio.

"A vítima perde a vida a caminho do hospital, mas o sofrimento foi-lhe infligido nas celas da segunda esquadra. Essas feridas mortais que ele sofreu foram infligidas na segunda esquadra", referiu Joaquim Tomo.

O porta-voz garantiu que o Ministério Público vai sempre responsabilizar os agentes do Estado que torturarem cidadãos, acrescentando que foi instaurado um processo-crime por "homicídio agravado", estando entre os indiciados o comandante da segunda esquadra.

"Não vamos tolerar e não é permitido que se torture um cidadão em virtude de ter cometido um crime, isso seria linchamento e a polícia não julga as pessoas, não aplica penas", frisou o Ministério

Sem avançar detalhes, Joaquim Tomo disse ainda que foram ouvidos os companheiros de cela da vítima, além de se ter recorrido aos resultados da autópsia para a instauração do processo-crime.

Correio da Manhã
 
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