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Cientistas descobriram uma técnica que deverá criar um novo campo de estudos: a meteorologia espacial. Utilizando o observatório SOHO, a equipe do Dr. Arik Posner descobriu como prever as verdadeiras "ondas de choque" de radiação que se originam nas erupções solares.
Meteorologia espacial
A meteorologia espacial deverá prever essas ondas de radiação solar com até uma hora de antecedência, dando tempo para que os astronautas procurem abrigo em ambientes especiais no interior das espaçonaves e para que os controladores em terra protejam os satélites artificiais de comunicação quando uma tempestade se aproximar.
"As tempestades de radiação solar são incrivelmente difíceis de se prever - elas freqüentemente nos pegam de surpresa," diz o Dr. Posner. "Mas agora nós descobrimos uma forma de antecipar esses eventos."
Tempestades solares
As tempestades de radiação solar são formadas por nuvens de elétrons, prótons e íons pesados, acelerados até altíssimas velocidades por explosões na superfície do Sol. Aqui na Terra nós estamos bem protegidos dessas partículas, graças à atmosfera e ao campo magnético do nosso planeta.
Os astronautas em órbita da Terra, como os que trabalham na Estação Espacial Internacional ou que voam a bordo dos ônibus espaciais, também estão bem seguros, porque o campo magnético terrestre se estende a uma distância mais do que suficiente para protegê-los. Mas o problema será muito sério para os astronautas que viajarem para a Lua ou para Marte.
Uma proteção completa para toda uma espaçonave poderia inviabilizar a missão. Mas os astronautas poderão contar com pequenos compartimentos totalmente blindados. E, com a previsão da tempestade sendo feita com até uma hora de antecedência, eles terão tempo de sobra para se proteger.
Os satélites de comunicação e as outras sondas de pesquisas, inclusive os telescópios espaciais, também se beneficiarão. Como as tempestades de radiação solar podem danificar seus computadores, os controladores em terra poderão colocá-los em modo de segurança - uma espécie de "stand-by" - até que o perigo passe.
Íons e elétrons
As partículas mais perigosas são os íons - átomos que perderam um ou mais de seus elétrons. Íons de alta energia podem danificar os tecidos e quebrar as cadeias de DNA, causando problemas de saúde que vão dos enjôos até a catarata e o câncer.
Por sorte, os íons são mais lentos dos que os elétrons. O que os cientistas descobriram agora foi como utilizar a detecção antecipada dos elétrons para prever a carga de íons que virá em seguida. A descoberta foi feita graças a um equipamento a bordo do SOHO, chamado COSTEP ("Comprehensive Suprathermal and Energetic Particle Analyzer"), que é capaz de contar as partículas que vêem do Sol e medir sua energia.
Como em toda previsão do tempo, o índice de acerto ainda não atinge 100%. Analisando os dados de uma tempestade que ocorreu em 2003, os cientistas viram que a nova técnica teria previsto a tempestade solar com apenas sete minutos de antecedência. Menos arriscado, mas um pouco incômodo, é o fato de que a técnica também dá alguns falsos alarmes.