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Meningite: um dos perigos da primeira infância

Satpa

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Meningite: um dos perigos da primeira infância

Andreia Pereira

De um modo simples, podemos definir meningite como uma “inflamação das meninges”. Como explica a pediatra Graça Rocha, estas membranas, que envolvem o cérebro e a espinal-medula, inflamam por vários motivos. “Na criança, o mais frequente é a infecção. Esta inflamação, ao atingir o cérebro, pode deixar sequelas irreversíveis; na fase aguda, por aumento da pressão intra-craniana e lesão dos centros vitais, pode, ainda, causar a morte.”

Muitos pais ficam assustados na hipótese de poderem ter um caso de meningite entre os seus filhos. Mas, assegura a especialista, que, embora alguns sintomas e sinais (febre, dores de cabeça e vómitos) se confundam com outras doenças mais benignas, “habitualmente a criança fica prostrada e apática”. A pediatra apela para que os pais estejam atentos aos “estado geral da criança”. Mesmo quando a temperatura já baixou, é preciso ter um olhar vigilante e reparar, por exemplo, se “o lactente está sempre a dormir ou recusa totalmente a alimentação”.

Meningite ou meningites?

Qual a origem da meningite? Esta pergunta, tantas vezes levantada pelos pais, é respondida pela pediatra Graça Rocha. “Há muitos vírus e bactérias que podem provocar meningite. Existem, ainda, outras menos frequentes, nomeadamente as fúngicas ou parasitárias. Salienta-se, no entanto, que as meningites provocadas por vírus são geralmente mais benignas.”

No grupo das bacterianas, existem dois tipos: a meningocócica (mais comum) e a pneumocócica. Este cenário corresponde a uma mudança comparativamente aos anos 90, em que agente causal das meningites era frequentemente o Haemophilus influenzae tipo b. “Este tipo de meningite é hoje quase uma raridade nos países, caso do nosso, onde a vacina conjugada contra o Haemophilus influenzae tipo b foi introduzida nos calendários vacinais”, fundamenta.

Regra geral, a meningite meningocócica, pode afectar qualquer faixa etária, embora se registe o pico máximo nos primeiros dois anos de vida. Pode, ainda, ocorrer “um segundo pico menos acentuado na fase da adolescência”. A especialista adverte que, em qualquer um dos casos, a detecção precoce ajuda a minorar o impacto das sequelas no organismo. “Se existe meningococémia (infecção do sangue por esta bactéria), muitas vezes não existe meningite, embora “ocorram lesões de púrpura na pele e a mortalidade seja muito elevada”.

Já a infecção meníngea pneumócocica “geralmente é muito grave, essencialmente pelas sequelas que pode causar em termos cerebrais, auditivos ou outras”. A meningite pneumocócica “afecta a criança pequena particularmente nos dois primeiros anos de vida e ocorre mais frequentemente no período de Inverno, comparativamente à meningite meningocócica, que “predomina no final do Inverno ou início da Primavera”. Tratando-se de uma meningite de origem vírica, “a ocorrência não está restrita a nenhuma estação do ano, podendo surgir em qualquer época”.

Prevenir com a vacina

A vacinação, como explica a especialista, é, neste momento, a melhor arma preventiva, face a algumas causas de meningite. O entanto, não se deve falar em “vacina da meningite”. “O meningococo e o pneumococo apresentam vários variantes, “pelo que as vacinas comercializadas não protegem contra todas as infecções causadas por estes micróbios. A vacina conjugada anti-meningocócica ajuda a prevenir contra o serogrupo C e anti-pneumocócica conjugada contra sete variantes do pneumococo.” Estas vacinas conjugadas “têm uma eficácia elevada”. E, para isso, “será necessário administrar várias doses no primeiro ano de vida, sempre com um reforço no segundo ano de idade”.

Deve-se retirar as crianças da escola?

Quando um caso de meningite meningocócica (ou meningococémia, que consiste numa infecção grave e, por vezes, fulminante) surge numa escola ou infantário, há que tomar algumas medidas. “Tem de se fazer a chamada quimioprofilaxia: administração de um antibiótico durante dois dias, para prevenir a transmissão. Isto porque a bactéria – o meningococo – ainda está na rinofaringe dos portadores”, fundamenta Graça Rocha.

Perante a meningite pneumocócica, ou víricas “não há indicação para início de tratamento farmacológico” dos contactantes. Assim, adianta a pediatra, “as crianças que não estão doentes devem continuar a frequentar o infantário ou escola”.
 

migel

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Meningite: um dos perigos da primeira infância

Andreia Pereira

De um modo simples, podemos definir meningite como uma “inflamação das meninges”. Como explica a pediatra Graça Rocha, estas membranas, que envolvem o cérebro e a espinal-medula, inflamam por vários motivos. “Na criança, o mais frequente é a infecção. Esta inflamação, ao atingir o cérebro, pode deixar sequelas irreversíveis; na fase aguda, por aumento da pressão intra-craniana e lesão dos centros vitais, pode, ainda, causar a morte.”

Muitos pais ficam assustados na hipótese de poderem ter um caso de meningite entre os seus filhos. Mas, assegura a especialista, que, embora alguns sintomas e sinais (febre, dores de cabeça e vómitos) se confundam com outras doenças mais benignas, “habitualmente a criança fica prostrada e apática”. A pediatra apela para que os pais estejam atentos aos “estado geral da criança”. Mesmo quando a temperatura já baixou, é preciso ter um olhar vigilante e reparar, por exemplo, se “o lactente está sempre a dormir ou recusa totalmente a alimentação”.

Meningite ou meningites?

Qual a origem da meningite? Esta pergunta, tantas vezes levantada pelos pais, é respondida pela pediatra Graça Rocha. “Há muitos vírus e bactérias que podem provocar meningite. Existem, ainda, outras menos frequentes, nomeadamente as fúngicas ou parasitárias. Salienta-se, no entanto, que as meningites provocadas por vírus são geralmente mais benignas.”

No grupo das bacterianas, existem dois tipos: a meningocócica (mais comum) e a pneumocócica. Este cenário corresponde a uma mudança comparativamente aos anos 90, em que agente causal das meningites era frequentemente o Haemophilus influenzae tipo b. “Este tipo de meningite é hoje quase uma raridade nos países, caso do nosso, onde a vacina conjugada contra o Haemophilus influenzae tipo b foi introduzida nos calendários vacinais”, fundamenta.

Regra geral, a meningite meningocócica, pode afectar qualquer faixa etária, embora se registe o pico máximo nos primeiros dois anos de vida. Pode, ainda, ocorrer “um segundo pico menos acentuado na fase da adolescência”. A especialista adverte que, em qualquer um dos casos, a detecção precoce ajuda a minorar o impacto das sequelas no organismo. “Se existe meningococémia (infecção do sangue por esta bactéria), muitas vezes não existe meningite, embora “ocorram lesões de púrpura na pele e a mortalidade seja muito elevada”.

Já a infecção meníngea pneumócocica “geralmente é muito grave, essencialmente pelas sequelas que pode causar em termos cerebrais, auditivos ou outras”. A meningite pneumocócica “afecta a criança pequena particularmente nos dois primeiros anos de vida e ocorre mais frequentemente no período de Inverno, comparativamente à meningite meningocócica, que “predomina no final do Inverno ou início da Primavera”. Tratando-se de uma meningite de origem vírica, “a ocorrência não está restrita a nenhuma estação do ano, podendo surgir em qualquer época”.

Prevenir com a vacina

A vacinação, como explica a especialista, é, neste momento, a melhor arma preventiva, face a algumas causas de meningite. O entanto, não se deve falar em “vacina da meningite”. “O meningococo e o pneumococo apresentam vários variantes, “pelo que as vacinas comercializadas não protegem contra todas as infecções causadas por estes micróbios. A vacina conjugada anti-meningocócica ajuda a prevenir contra o serogrupo C e anti-pneumocócica conjugada contra sete variantes do pneumococo.” Estas vacinas conjugadas “têm uma eficácia elevada”. E, para isso, “será necessário administrar várias doses no primeiro ano de vida, sempre com um reforço no segundo ano de idade”.

Deve-se retirar as crianças da escola?

Quando um caso de meningite meningocócica (ou meningococémia, que consiste numa infecção grave e, por vezes, fulminante) surge numa escola ou infantário, há que tomar algumas medidas. “Tem de se fazer a chamada quimioprofilaxia: administração de um antibiótico durante dois dias, para prevenir a transmissão. Isto porque a bactéria – o meningococo – ainda está na rinofaringe dos portadores”, fundamenta Graça Rocha.

Perante a meningite pneumocócica, ou víricas “não há indicação para início de tratamento farmacológico” dos contactantes. Assim, adianta a pediatra, “as crianças que não estão doentes devem continuar a frequentar o infantário ou escola”.


Olá amiga Satpa,
Mais um excelente post á semelhança do que costumas fazer.
Só para dizer que eu próprio fui vitima desta doença, tinha 6 mesês, recuperei ainda bastante mas longe do totalmente, ainda não havia vacinas na altura e daì o me ter dado mais forte.
Bjs e parabéns :espi28:
 
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