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Medicamentos falsificados: Há portugueses a correr sérios riscos de saúde - Infarmed

Matapitosboss

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A Autoridade que regula o sector de medicamento alertou hoje que há cidadãos em Portugal "a correr sérios riscos de saúde" por consumirem medicamentos contrafeitos, que já invadiram áreas como a oncologia e a cardiologia.

O alerta do INFARMED foi hoje feito durante a apresentação de resultados preliminares de uma investigação a medicamentos falsificados, a qual revelou "dados preocupantes".

Das 85 amostras de medicamentos provenientes de encomendas postais que o Infarmed está a investigar desde Junho, 79 (93 por cento) são medicamentos contrafeitos, oriundos da Índia e da China.

Os medicamentos contrafeitos - que durante algum tempo incidiam mais em áreas como a impotência sexual e o emagrecimento - estão a abranger especialidades como a oncologia, a cardiologia e a neurologia.

SMM.

Fonte Inf.- Lusa/fim


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xicca

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Remédios comprados 'online' podem ser fatais



Contrafacção. Infarmed detectou remédios contrafeitos encomendados 'online' e dirigidos a portugueses. Tinham doses erradas, substâncias activas ilegais ou desconhecidas, colocando em risco a saúde de quem os consome. Este negócio ilegal é cada vez maior e mais rentável em todo o mundo

Infarmed diz que o risco para a saúde é enorme

Os portugueses estão a comprar medicamentos em circuitos ilegais na Internet, correndo sérios riscos de saúde. Apesar de serem mais baratos e de a compra ser mais cómoda, muitos são contrafeitos, apresentando dosagens inadequadas e substâncias activas diferentes das referenciadas nas embalagens. O doente pode estar a usar uma medicação que não produz efeito, ou, em última instância, morrer intoxicado por ter consumido uma dose excessiva.

O alerta para um problema que tem vindo a crescer exponencialmente nos últimos dois anos e que representa já 1% do mercado nos países de-senvolvidos, foi feito ontem pelo Infarmed. A autoridade que regula o sector do medicamento em Portugal fez uma investigação a algumas encomendas postais enviadas pelo correio para território nacional e os resultados preliminares são preocupantes. Das 85 amostras já analisadas, 79 (ou seja, 93%) eram contrafeitas. Provinham da China e da Índia e uma análise superficial não permitia ao consumidor detectar anormalidades e distingui--los dos medicamentos legais.

A análise laboratorial de 34 destas amostras comprovou que a substância activa era diferente, a dosagem inferior e o nível de impurezas era diferente ou acima do limite legal. Apenas cinco cumpriam os parâmetros, embora continue a ser desconhecido o local e a forma como foram produzidos.

Comprimidos para combater a impotência sexual ou a obesidade são os principais medicamentos encomendados pela Internet, o que tem uma explicação social, avança Vasco de Jesus Maria, presidente do Infarmed, sublinhando que as pessoas ainda têm vergonha de reconhecer estes problemas. Na Internet, a confidencialidade dos dados é garantida, e há dicas até para os consumidores receberem as encomendas em casa, em segurança e sob anonimato.

O consumo de medicamentos fora dos circuitos legais chega agora a novas especialidades, como a oncologia, a cardiologia e a neurologia, o que suscita ainda mais preocupações aos responsáveis pela regulação do sector.

O Infarmed diz ser, para já, impossível estimar o número de consumidores deste tipo de fármacos em Portugal. E muito menos conhecer os eventuais efeitos adversos provocados pelos mesmos. "Não temos conhecimento de nenhuma notificação que esteja relacionada com medicamentos comprados na Internet. Mas não ficamos descansados com isso, pois sabemos que não é por não termos conhecimento que estes casos não existem", diz Vasco Maria. Aliás, o Infarmed reconhece que as pessoas que consomem produtos através de redes ilegais nunca apresentam queixas.

Por isso, apesar de as embalagens serem em muitos casos idênticas às dos produtos legais e de a contrafacção atingir grande sofisticação, o Infarmed pede cautela aos consumidores. Comprar apenas em locais certificados em Portugal é a única forma segura de adquirir medicamentos, explica Vasco Maria. Para isso, basta consultar a página da Internet onde está a listagem das 12 farmácias certificadas pela autoridade. "Todos os que não constam nesta lista não são legais e o risco de serem contrafeito é enorme", conclui o Infarmed.

Falsificação de medicamentos já rende mais que o tráfico de droga

Alerta. OMS diz que 50% dos fármacos adquiridos na Internet são contrafeitos

O negócio da contrafacção afecta já 1% do mercado dos medicamentos nos países desenvolvidos. Mas nos países africanos, asiáticos ou da América Latina, a fatia do mercado pode chegar aos 30%. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 50% dos medicamentos adquiridos pela Internet, e fora dos circuitos legais, são contrafeitos.

Em 2006, e só nas fronteiras da União Europeia (UE), foram detectados 2,7 milhões de unidades de medicamentos contrafeitos, o que representa um aumento de 380% em relação ao ano anterior.

Um negócio de tal forma rentável que já há redes de tráfico de droga a deixarem de traficar para se dedicarem à contrafacção de medicamentos. Esta falsificação poderá movimentar mais de 50 mil milhões de euros em todo o mundo.

O Infarmed esclarece ainda que, ao contrário do que se possa pensar, estas fábricas ilegais não estão apenas no terceiro mundo mas também em países desenvolvidos. Ainda recentemente foi detectada uma fábrica ilegal a operar no Reino Unido.

As organizações internacionais e as autoridades nacionais dos países da União Europeia e dos Estados Unidos estão atentas e a trabalhar em conjunto com as entidades policiais, até porque um problema global requer uma resposta global, considera o Infarmed. A nível da UE, esta informação é partilhada dentro de um grupo de trabalho criado para o efeito.

O combate exige mais regulamentação, legislação e a colaboração de todas as entidades, desde as forças policiais e alfandegárias, às reguladoras, passando pelos fabricantes e os profissionais de saúde. Contudo, sublinha o responsável pela autoridade nacional, "enquanto houver doentes a adquirir estes produtos, é difícil acabar com a contrafacção".

A principal forma de combater este problema passa por esclarecer o consumidor final, ajudando-o a comprar produtos em segurança, ou seja, apenas nos sites certificados pelas entidades oficiais. Em Junho deste ano, o Infarmed lançou uma campanha nacional nos meios de comunicação social destinada a sensibilizar a população para o risco que as compras on-line representam.

"Não confie na sorte, confie no Infarmed", foi o lema da campanha que durou até ao final do Verão.

O alvo foram os actuais consumidores de medicamentos, mas também os potenciais compradores de remédios pela Internet.




DN
 
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