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Marcha pela Igualdade: Cidadãos com deficiência marcharam ontem à tarde em Lisboa

B@eta

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Cidadãos com deficiência marcharam hoje à tarde em Lisboa, em defesa dos seus direitos, nomeadamente o cumprimento do previsto na legislação, mas também exigindo menos barreiras arquitectónicas e mais apoio para a integração no mercado de trabalho
Sob o lema "Caminhamos na Diferença por Direitos Iguais", os cerca de 150 participantes na marcha que desceu a avenida da Liberdade, exigiram "a revogação do decreto-lei 290/2009 que retira direitos e reduz os apoios sociais aos deficientes, nomeadamente nas comparticipações dos medicamentos", como disse Humberto Figueiredo, pai de um jovem deficiente.

"Vimos por um lado mostrar que existimos, por outro lado ao mostrarmos que existimos conseguimos manifestar-nos em prol dos nossos interesses", disse o cidadão deficiente Pedro Alexandre.

"Há muita coisa que está prevista na legislação que não é conseguida como a atribuição de ajudas técnicas, subsídios a pessoas com invalidez e que quando se obtêm são do valor que são...", acrescentou Pedro Alexandre.

"Preconizar a entrada da pessoa com deficiência no mercado no trabalho" é outra das exigências dos deficientes, defendeu Pedro Alexandre que lamentou terem sido retirados, em 2009, alguns benefícios para a entidade patronal que empregasse deficientes.

"O mercado de trabalho é muito importante", sublinhou e prosseguiu: "Quando a pessoa pensa, 'ai coitadinho' não (é isso), a pessoa precisa de rendimentos, precisa de produzir, de se encaixar numa equipa, de se sentir útil e mais um igual aos demais, apesar das deficiências".

Outra questão é a das barreiras arquitetónicas, Pedro Alexandre lamentou que o Estado tenha legislado de modo a que os edifícios sejam adaptados às pessoas com deficiência e quando "esse mesmo Estado constrói sem cumprir o que ele próprio legislou", disse.

Também Maria Dulce Silva, psicóloga voluntária no Centro Misericórdia de Recuperação de Alcoitão, que também participou na marcha apoiando os cinco deficientes daquela instituição, afirmou à Lusa que "o país não está habilitado, do ponto de vista arquitetónico, para ter deficientes, dadas as muitas barreiras existentes".

"Assim, nunca conseguem ser autónomos", frisou.

"Em termos de transportes - disse por seu turno Pedro Alexandre - não podemos viajar nem de autocarro nem de comboio".

"A sociedade não nos permite uma integração a 100 por cento", rematou Pedro Alexandre.

Fonte: Lusa
 
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Marcha pela Igualdade: Autarquias falham apoio

Autarquias Falham Apoio

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Eduardo Jorge, tetraplégico e um dos membros da organização da Marcha pela Igualdade, que ontem juntou cerca de 200 deficientes na avenida da Liberdade, em Lisboa, apontou duras críticas às autarquias, que "ignoraram os apelos" dos deficientes para a obtenção de transporte para a iniciativa.

Apenas Miranda do Douro, Abrantes e Lisboa foram referidas pela positiva, por terem cedido viaturas. A acção governativa de José Sócrates foi também contestada pelos manifestantes, que reclamaram do futuro primeiro-ministro, Passos Coelho, que reponha os benefícios extintos. Ana Gonçalves, 28 anos, portadora de uma doença neuro-muscular, dá o seu exemplo: após ter trabalhado num gabinete de acção social, foi-lhe retirada a prestação mensal de 170 euros.

A jovem explica que só pode estar na manifestação porque os amigos acederam a deslocar--se a Lisboa. Por sua vez, Felisbelo Correia, 43 anos, paraplégico desde os sete anos, devido a atropelamento, diz receber uma pensão de 290 euros, que considera "uma miséria". Rosário Morgado, 55 anos, paraplégica em consequência da poliomielite, critica a "falta de guias" no transporte por ambulância.

Fonte: CM
 
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