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Em alto mar
Mapa gerado por satélite da Nasa poderá ajudar a produzir energia a partir de ventos no oceano
O Globo Online
RIO - Os esforços para aproveitar o potencial dos ventos oceânicos para a geração de energia elétrica vão ganhar em breve um novo aliado: a Nasa (agência espacial americana) está produzindo mapas globais a partir de imagens de satélite. Armazenadas há cerca de dez anos, as informações registradas pelo satélite QuickSCAT revelam as áreas dos oceanos onde os ventos podem produzir energia.
A pesquisa foi publicada esta semana na revista "Geophysical Research Letters". Segundo a agência especial, os novos mapas poderão ser usados para diversas atividades, entre elas o planejamento da localização de "fazendas de vento" em alto mar, onde a energia eólica poderia ser transformada em energia elétrica de forma pouco poluente e com um impacto menor se comparada à mesma produção em terra firme.
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Após o investimento inicial para construir e instalar turbinas de vento, você não queima mais combustível fóssil, que emite carbono
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- A energia eólica é bem-vinda para o meio ambiente. Após o investimento inicial para construir e instalar turbinas de vento, você não queima mais combustível fóssil, que emite carbono - ressaltou em entrevista divulgada pela Nasa o principal autor do estudo, Tim Liu, pesquisador do laboratório da agência espacial americana em Pasadena, na Califórnia. - Como a energia solar, a energia eólica é uma energia verde.
Além de evitar o ruído que pode alterar os ecossistemas em terra, as fazendas de vento oceânicas também são mais eficientes, já que a energia eólica em alto mar tende a ser maior por não haver montanhas ou outras barreiras artificiais. Segundo Liu, as novas tecnologias tornaram esse novo método de produção de energia possível e já fazendas de vento oceânicas em todo o mundo.
Nova Zelândia, Califórnia e Terra do Fogo entre as áreas com potencial
Os dados dos mapas da Nasa vão, agora, ajudar a localizar as melhores áreas e oferecer informações que auxiliarão no desenvolvimento de mecanismos para aproveitar os ventos. Entre as áreas apontadas como ideais pelos cientistas estão a costa da Califórnia, da Nova Zelândia e da Terra do Fogo, na América do Sul.
Segundo o chefe do laboratório, Paul Dimotakis, a energia eólica pode oferecer até 15% da futura demanda mundial por energia. O pesquisador reconhece que outras formas de energia limpa, como a solar, são mais eficientes - ou seja, em um espaço menor, são capazes de produzir mais. Dimotakis diz, entretanto, que essa desvantagem só é notada quando as condições para obtenção de energia solar são ideais, o que não é verificado em todo o mundo. Além disso, ele afirma que a energia eólica pode ser convertida em energia elétrica a um custo mais baixo.
Lançado em 1999, o QuikSCAT rastreia a velocidade, a direção e o poder dos ventos próximos à superfície oceânica. Captadas por um radar de microondas especial, chamado SeaWinds, as informações do satélite também são usadas para prever tempestades e aprimorar previsões climáticas.