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A população francesa mobilizou-se esta quarta-feira por todo o país para tentar bloquear pontos estratégicos de acesso e circulação em protesto contra as políticas do Governo e do presidente, Emmanuel Macron.
A mobilização foi anunciada e ganhou força nas redes sociais com o movimento "Vamos Bloquear Tudo", que não identifica um líder, e é equiparado ao anterior "Coletes Amarelos", que quase parou França há já sete anos, e exigia a supressão de um imposto sobre um combustível.
Segundo o Le Monde, que cita uma pesquisa da Fundação Jean Jaurès, o movimento que saiu às ruas esta quarta-feira reúne mais jovens e pessoas mais politizadas.
O movimento afirma que quer lutar contra as medidas de austeridade contempladas no plano orçamental para 2026 de Bayrou, que incluía o congelamento de certas prestações, cortes nos programas sociais e a eliminação de dois feriados.
Para tentar controlar os protestos, o ministro demissionário do interior francês afirmou que estão mais de 80 mil polícias no terreno para responder às manifestações e que "nenhum bloqueio" será tolerado.
Já o chefe da polícia de Paris, Laurent Nuñez, disse que esperava "ações de choque", dado que o movimento tinha sido "adotado pela ultraesquerda". Apesar disso, admitiu que não acreditava que o movimento mobilizasse a "sociedade civil" .
As previsões das autoridades vieram a confirmar-se.
Conta o Le Monde que, em Caen, os manifestantes atearam incêndios a objetos no viaduto Calix, bloqueando o trânsito.
Em Bordeaux, algumas dezenas de pessoas encapuzadas (alegadamente jovens e sindicalistas liberais) bloquearam uma das estações da rede de elétricos da cidade durante a noite com uma barricada de paletes e latas de lixo.
Em Nantes, manifestantes também tentaram bloquear rotundas perto do viaduto Cheviré, que atravessa o Loire. Segundo a AFP, a polícia foi forçada a usar gás lacrimogéneo para dispersar o protesto.
As manifestações e tentativas de bloqueios já geraram alguns confrontos.
À volta há pequenos focos de incêndio, provavelmente causados pelo lançamento de engenhos pirotécnicos. No vídeo em questão, é possível ver-se o que aparenta ser um objeto em fogo a ser atirado aos polícias.
Num outro vídeo, a situação é mais violenta e mostra as autoridades a agredirem os manifestantes com recurso a catetes numa zona em que, aparentemente, estariam a tentar colocar um novo bloqueio.
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