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Mais cara obra de arte contemporânea em retrospectiva de Francis Bacon em Londres

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Pintura: Mais cara obra de arte contemporânea em retrospectiva de Francis Bacon em Londres

Londres, 10 Set (Lusa) - A mais cara pintura moderna do mundo vai estar em exibição a partir de quinta-feira em Londres, na primeira exposição retrospectiva do trabalho do pintor britânico Francis Bacon no seu país em mais de 20 anos.

"Tríptico", datado de 1976, foi comprado em Maio deste ano em Nova Iorque em leilão por cerca de 53 milhões de euros por um coleccionador privado - alegadamente Roman Abramovich, o ex-patrão de José Mourinho no Chelsea, segundo o jornal Art Newspaper.

Os próximos quatro meses serão, por isso, uma boa oportunidade para os comuns mortais poderem ver de perto o quadro, que mantém o título da obra de arte contemporânea mais valiosa de sempre.

Além de se realizar numa altura em que os seus quadros são vendidos por valores recorde, a exposição coincide com a celebração do centenário do nascimento de Bacon, que se comemora em 2009.

Uma das novidades está no facto de esta ser a primeira grande mostra da obra do artista desde a sua morte, em 1992, sendo por isso considerada mais "independente", pois não sofreu a sua intervenção, lê-se no texto de apresentação do Tate Britain, museu que recebe a exposição até 04 de Janeiro de 2009.

Os curadores, Chris Stephens e Mathew Gale, consideram também que a exibição beneficia de uma "reavaliação da sua obra à luz de novas pesquisas" sobre o seu método de trabalho, nomeadamente depois de conhecido o conteúdo do seu atelier.

A exposição vai reunir algumas das telas emblemáticas dos diferentes momentos da sua carreira, como os "Três Estudos para Figuras na Base de uma Crucificação" (1944) ou "Estudo do Retrato do Papa Inocêncio X de Velazquez (1953).

Entre as cerca de 60 obras em exibição vai também estar "Em memória de George Dyer", 1971, em que Bacon tenta reproduzir o momento do suicídio do seu companheiro em Paris, horas antes da inauguração de uma retrospectiva do pintor britânico no Grand Palais.

Ausente vai estar "Édipo e a Esfinge segundo Ingres", de 1983, propriedade da colecção Berardo e que se encontra actualmente numa outra exposição em Milão, disse à agência Lusa fonte da administração.

Apesar de o estilo de vida excessivo, o abuso do álcool e a homossexualidade serem traços recorrentes na sua biografia, Francis Bacon é hoje sobretudo admirado pelo seu retrato da condição humana, do desespero e da solidão que reflecte nas suas reproduções do corpo humano.

"A exposição vai explorar a filosofia de Bacon de que o homem é apenas outro animal neste mundo sem deus, sujeito às mesmas necessidades de violência, luxúria e medo que são evidentes fisicamente no corpo", refere ainda a Tate na apresentação da exposição.

Francis Bacon nasceu em 1909 de pais ingleses e viveu em Londres, Berlim e Paris, tendo começado a trabalhar como decorador de interiores.

A dedicação à pintura deu-se aos 19 anos, mas a maioria dos seus primeiros trabalhos foi destruída pelo próprio, que começou a vingar no mundo da arte no fim da II Guerra Mundial, em 1945, aos 36 anos.

Hoje o seu talento é reconhecido como um dos maiores do século XX. Entre os seus admiradores encontram-se muitos artistas, como a portuguesa Paula Rego, que o conheceu pessoalmente através do marido, Victor Willing.

"Trouxe a pintura inglesa para o século XX, fê-la contemporânea", afirmou a pintura em 2004 numa entrevista à Grande Reportagem.

Depois da capital britânica, a exposição segue em 2009 para o Museu do Prado, em Madrid, cidade onde o pintor morreu, e depois para o Museu de Arte Metropolitana de Nova Iorque.

BM.

Lusa/fim
 
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