Galp repudia declarações do presidente da Iberol
A Galp Energia repudiou as declarações de João Rodrigues, presidente da Iberol, que acusou hoje a Galp de estar a boicotar a introdução de biocombustíveis em Portugal. Segundo João Rodrigues, as metas decretadas pelo Governo nunca se vão concretizar, porque não há interesse da petrolífera nacional.
«Quem manda neste país é a Galp», disse o presidente da Iberol à TSF, acrescentando que «eles [Galp] compram-me o biodiesel ao preço que comprariam gasóleo, mas é uma chatice porque têm que ter depósitos e têm que fazer misturas. A Galp de maneira nenhuma quer utilizar isto». João Rodrigues afirmou ainda que os projectos de fábricas de biocombustíveis anunciados pela petrolífera servem apenas para desviar as atenções.
A Galp considera as declarações ofensivas, «por faltarem aos mais elementares princípios da verdade e do rigor que devem pautar o comportamento de qualquer cidadão». A petrolífera afirma, em comunicado, que «sempre cumpriu, cumpre e cumprirá as suas obrigações, continuando a promover a introdução de biodiesel no mercado nacional, de acordo com a legislação aprovada e com regras de mercado transparentes, eficientes e competitivas e incorporando biocombustíveis em todo o gasóleo que comercializa».
A petrolífera afirma ainda que não concorreu ao actual sistema de subsídios, nem solicitou qualquer subsídio para a execução da sua estratégia, pelo que «as afirmações de João Rodrigues, em que acusa a Galp Energia de ter influenciado o concurso, não fazem qualquer sentido, uma vez que o resultado do mesmo é completamente alheio à GalpEnergia, pois esta limita-se a cumprir os contratos que as partes estabeleceram livremente».
Meta nacional ameaçada
Nos primeiros quatro meses do ano, a Galp Energia não adquiriu quaisquer quantidades à Iberol, uma vez que esta empresa não forneceu o produto, devido ao atraso na atribuição da isenção.
Desde Maio, a Iberol retomou o fornecimento, pelo que a Galp Energia continua a adquirir o produto, mediante entregas regulares, de modo a cumprir o limite máximo de 5 por cento de incorporação no gasóleo comercializado, de acordo com a Norma Europeia EN 590 em vigor.
De qualquer modo, o presidente da Iberol acusa a Galp de estar a boicotar a introdução de biocombustíveis em Portugal. Para João Rodrigues, as metas decretadas pelo Governo nunca se vão concretizar, porque não há interesse da petrolífera nacional.
O Governo estipulou que, em 2010, o gasóleo e a gasolina deveriam conter uma mistura de dez por cento de biocombustíveis e anunciou até incentivos para os produtores nacionais. Mas João Rodrigues garante que isso nunca vai acontecer «porque a Galp não quer».
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