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Maior achado da arquitectura náutica portuguesa

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Arqueologia: Navio português encontrado na Namíbia não vai voltar para Portugal

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O resgate dos destroços da nau portuguesa naufragada no século XVI ao largo da Namíbia foi considerado "o maior achado da arquitectura náutica" nacional, mas o espólio ficará na posse das autoridades namibianas, disse à Agência Lusa fonte do IGESPAR.

Segundo a porta-voz do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, Maria Resende, a permanência do espólio na Namíbia deve-se ao facto de este país não ter ainda ratificado a Convenção da UNESCO sobre a Protecção do Património Cultural Subaquático, de 2 de Novembro de 2001, o que já foi feito por Portugal.

Nesse sentido, acrescentou, o valioso espólio encontrado em Abril deste ano permanecerá na Namíbia - a convenção protege o património arqueológico e define a partilha do achado -, e Portugal nada pode reivindicar.

As operações de salvamento dos destroços, lembrou, estão a cargo de uma equipa de arqueólogos subaquáticos, em que participam dois portugueses, a convite das autoridades de Windhoek, cujas boas relações com Portugal permitiram uma cooperação "frutuosa".

Segundo a porta-voz do IGESPAR, as operações, que envolvem também especialistas namibianos e zimbabueanos, vão ficar concluídas na data prevista, isto é, na próxima sexta-feira, estando já em curso o desmantelamento das barreiras/cais montadas ao largo de Oranjemud, no sul da Namíbia.

Maria Resende adiantou que foram já recuperados todos os "vestígios possíveis" do navio, pouco restando no fundo da "cratera" entretanto criada a seis metros de profundidade para as operações desencadeadas na sequência da descoberta durante uma prospecção de diamantes em Abril último pelo consórcio NAMDEB, formado pelo governo namibiano e pela diamantífera sul-africana De Beers.

Questionada sobre a origem da nau, a responsável do IGESPAR confirmou ser portuguesa e, alegando ser ainda cedo para se ter certezas, afirmou desconhecer se se trata de um navio que integrava a frota da Rota das Índias.

A Lusa tentou chegar à fala com um dos membros da equipa de arqueólogos subaquáticos presente nas operações, mas Francisco Alves tem estado incontactável.

No entanto, Maria Resende adiantou que os dois membros portugueses da expedição, que inclui também Miguel Aleluia, devem regressar a Portugal a 14 deste mês, estando prevista uma conferência de imprensa três dias mais tarde em Lisboa.

O vasto espólio, "um tesouro de 70 milhões (de euros) em peças de valor inestimável", segundo disse Francisco Alves ao PÚBLICO de 29 de Setembro último, inclui objectos de ouro, prata, cobre e marfim, além de astrolábios e instrumentos de navegação quinhentistas, canhões e respectivas balas.

Nas declarações à Lusa, Maria Resende sublinhou que a participação nas operações constitui uma "mais valia" para Portugal, que conta com especialistas de renome mundial neste domínio, como são os casos de Francisco Alves e Miguel Aleluia.

A próxima fase será a do inventário do achado, com a presença de uma delegação portuguesa, que continuará a acompanhar os trabalhos, graças às boas relações entretanto aprofundadas, concluiu a porta-voz do IGESPAR.





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