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Músicas do período de Dom João VI são atracção no Brasil

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Músicas do período de Dom João VI são atracção no Brasil


O Rio de Janeiro será palco, nos próximos dois meses, de concertos de câmara itinerantes que apresentam ao público carioca músicas do período de Dom João VI, como parte das comemorações do bicentenário da chegada da Corte Portuguesa ao Brasil.

Segundo o maestro Edino Krieger, que assina a direcção geral dos concertos dedicados à música sacra e à música profana, o objectivo é resgatar a memória musical e as identidades culturais do Rio de Janeiro durante os 13 anos de permanência da Família Real na cidade.

«A programação dos 30 concertos itinerantes sintetiza a produção da música clássica da época, não só a religiosa mas a popular também, como as modinhas e os lundus», disse o maestro à Agência Lusa.

O director geral do evento afirma que a itinerância dos concertos vai mostrar à população «o embrião da música popular brasileira».

De acordo com Krieger, «a ideia é levar a informação sobre o que foi o passado e a produção musical no período que Dom João chegou ao Brasil para a população da periferia, um público que tem pouco contacto com esta informação musical».

Quatro grupos vocais e instrumentais - o Coro de Câmara Pro-Arte, o Quarteto Colonial, o Quadro Cervantes e o Grupo Re-Toques - apresentarão músicas religiosas, modinhas e lundus dos mais importantes compositores da época, como o Padre José Maurício, Marcos Portugal, Sigismund Neukomm, Henrique Alves de Mesquita, António José da Silva, Xisto Bahia e Domingos Caldas Barbosa.

Krieger realça que a música no período joanino era predominantemente religiosa, mas explica que os estilos musicais profanos também eram bastante reconhecidos na época, como a modinha e o lundu.

«A modinha brasileira teve origem na moda portuguesa que estava em vigor em Portugal no século XVIII. Ela nasceu dos salões e seus primeiros compositores eram clássicos», indicou Edino Krieger.

A modinha popularizou-se no Brasil quando o compositor brasileiro Domingos Caldas Barbosa substituiu o cravo pela viola de arame.

«E assim, a modinha saiu dos salões da nobreza de uma origem erudita e foi levada pelos cantadores para as ruas», explicou o maestro.

O lundu, por sua vez, era uma dança de origem africana que os escravos trouxeram para o Brasil e Portugal.

«No começo foi mal recebido pela sociedade. Os dançarinos dançavam juntos, a chamada umbigada, eram danças pitorescas e irreverentes», avançou.

Assim, Krieger destaca que o estilo musical no período joanino foi «um casamento da melodia portuguesa com a rítmica africana».


Diário Digital / Lusa
 
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