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Energia: Lula defende biocombustíveis e Merkel diz que Alemanha manterá estratégia da UE
A chanceler da Alemanha disse hoje, em Brasília, que o seu país manterá a estratégia da União Europeia de elevação do percentual da mistura do etanol à gasolina apenas em 2020 e não antecipará a medida, conforme previa um projecto recentemente arquivado.
Segundo Angela Merkel, ainda há um grande número de veículos antigos em circulação na Alemanha, que só funcionam com gasolina.
A chanceler assinalou também que "a sustentabilidade do processo é importante", numa referência à preocupação mundial quanto ao impacto dos biocombustíveis sobre a oferta de alimentos e a desflorestação.
Merkel admitiu que o uso do etanol é necessário e que o Brasil está numa posição de vanguarda mas revelou-se preocupada com a desflorestação da Amazónia e com o avanço das plantações de soja na região.
A líder alemã criticou igualmente os países industrializados por não cumprirem os compromissos assumidos para a redução das emissões de dióxido de carbono na atmosfera.
Ao seu lado, o Presidente Lula da Silva garantiu que a produção brasileira de biocombustíveis atenderá todos os requisitos de sustentabilidade e defendeu a realização de um debate internacional sobre o tema.
"Não podemos aceitar uma discussão truncada, com meias verdades por causa de interesses eminentemente comerciais. O mundo precisa desse debate", afirmou Lula da Silva, realcionando a subida dos preços dos alimentos ao aumento do preço do petróleo.
Lula da Silva destacou ainda que a sua posição em defesa dos biocombustíveis coincide com um momento em que o Brasil descobriu grandes reservas de petróleo no seu litoral.
"Se vocês vierem cá daqui a dez anos, vão tratar o Presidente do Brasil por xeque", disse o presidente, dirigindo-se aos jornalistas alemães.
O debate em torno dos biocombustíveis e da crise alimentar mundial deverá ocupar grande parte das discussões da V Cimeira América-Latina, Caraíbas e União Europeia, a 16 e 17 de Maio, em Lima, na qual participarão Lula da Silva e Angela Merkel.
Contrariamente à posição do Brasil, maior exportador de etanol do mundo, alguns líderes latino-americanos, entre os quais os Presidentes da Venezuela e do Peru, Hugo Chávez e Alan García, respectivamente, alegam que os biocombustíveis elevam os preços dos alimentos e podem prejudicar milhões de pessoas.
Além do tema dos biocombustíveis, Lula e Merkel discutiram o comércio internacional e defenderam a conclusão da Ronda de Doha, emperrada por impasses na área agrícola.
"Perderemos todos se não houver acordo na Ronda de Doha", advertiu o presidente brasileiro, instando mais uma vez os países ricos a eliminar os subsídios dados aos seus agricultores.
Lula e Merkel defenderam também a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
"A ONU está mal representada do ponto de vista geopolítico, geo-económico e militar. Está fragilizada, tem a cara dos anos 40 e não a do século XXI", comentou Lula da Silva.
A chanceler alemã defendeu uma maior representatividade do Conselho de Segurança e disse que esta questão é como "uma tábua muito grossa" que ainda será perfurada.
O Brasil e a Alemanha fazem parte, ao lado da Índia e do Japão, do chamado G-4, grupo de países que partilham um assento permanente no Conselho de Segurança.
Actualmente, os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU são a China, Estados Unidos, Reino Unido, França e Rússia.
CMC.
Lusa
A chanceler da Alemanha disse hoje, em Brasília, que o seu país manterá a estratégia da União Europeia de elevação do percentual da mistura do etanol à gasolina apenas em 2020 e não antecipará a medida, conforme previa um projecto recentemente arquivado.
Segundo Angela Merkel, ainda há um grande número de veículos antigos em circulação na Alemanha, que só funcionam com gasolina.
A chanceler assinalou também que "a sustentabilidade do processo é importante", numa referência à preocupação mundial quanto ao impacto dos biocombustíveis sobre a oferta de alimentos e a desflorestação.
Merkel admitiu que o uso do etanol é necessário e que o Brasil está numa posição de vanguarda mas revelou-se preocupada com a desflorestação da Amazónia e com o avanço das plantações de soja na região.
A líder alemã criticou igualmente os países industrializados por não cumprirem os compromissos assumidos para a redução das emissões de dióxido de carbono na atmosfera.
Ao seu lado, o Presidente Lula da Silva garantiu que a produção brasileira de biocombustíveis atenderá todos os requisitos de sustentabilidade e defendeu a realização de um debate internacional sobre o tema.
"Não podemos aceitar uma discussão truncada, com meias verdades por causa de interesses eminentemente comerciais. O mundo precisa desse debate", afirmou Lula da Silva, realcionando a subida dos preços dos alimentos ao aumento do preço do petróleo.
Lula da Silva destacou ainda que a sua posição em defesa dos biocombustíveis coincide com um momento em que o Brasil descobriu grandes reservas de petróleo no seu litoral.
"Se vocês vierem cá daqui a dez anos, vão tratar o Presidente do Brasil por xeque", disse o presidente, dirigindo-se aos jornalistas alemães.
O debate em torno dos biocombustíveis e da crise alimentar mundial deverá ocupar grande parte das discussões da V Cimeira América-Latina, Caraíbas e União Europeia, a 16 e 17 de Maio, em Lima, na qual participarão Lula da Silva e Angela Merkel.
Contrariamente à posição do Brasil, maior exportador de etanol do mundo, alguns líderes latino-americanos, entre os quais os Presidentes da Venezuela e do Peru, Hugo Chávez e Alan García, respectivamente, alegam que os biocombustíveis elevam os preços dos alimentos e podem prejudicar milhões de pessoas.
Além do tema dos biocombustíveis, Lula e Merkel discutiram o comércio internacional e defenderam a conclusão da Ronda de Doha, emperrada por impasses na área agrícola.
"Perderemos todos se não houver acordo na Ronda de Doha", advertiu o presidente brasileiro, instando mais uma vez os países ricos a eliminar os subsídios dados aos seus agricultores.
Lula e Merkel defenderam também a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
"A ONU está mal representada do ponto de vista geopolítico, geo-económico e militar. Está fragilizada, tem a cara dos anos 40 e não a do século XXI", comentou Lula da Silva.
A chanceler alemã defendeu uma maior representatividade do Conselho de Segurança e disse que esta questão é como "uma tábua muito grossa" que ainda será perfurada.
O Brasil e a Alemanha fazem parte, ao lado da Índia e do Japão, do chamado G-4, grupo de países que partilham um assento permanente no Conselho de Segurança.
Actualmente, os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU são a China, Estados Unidos, Reino Unido, França e Rússia.
CMC.
Lusa