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Mulheres: Investigadores portugueses e internacionais lançam livro que pretende devolver às mulheres o seu lugar na História
Porto, 18 Set (Lusa) - Um livro sobre a "Condição Feminina no Império Colonial Português", que a investigadora Clara Sarmento apresenta sexta-feira, no Porto, pretende "devolver" às mulheres o seu lugar na História.
Em declarações hoje à Lusa, a coordenadora do projecto, afirmou que mais do que um relato sobre vivências e práticas culturais "profundamente chocantes", esta obra científica apresenta também uma outra perspectiva da História.
É apresentada, segundo Clara Sarmento, "uma visão muito positiva, com exemplos de mulheres de coragem que lutaram com rebeldia pela sua emancipação, exemplos de grande força, não conhecidos do público em geral, e que, nesta compilação, se constituem como belíssimos relatos de todo um colectivo de mulheres".
"Temos muitos exemplos de mulheres, no individual e no colectivo, que fizeram da fraqueza força, revoltaram-se, organizaram-se e conseguiram desenvolver tácticas de sobrevivência e de aquisição de poder", referiu Clara Sarmento.
Contudo, acusa a investigadora, apesar dos factos, "a história foi ideologicamente orientada para silenciar esses feitos, ou seja, factualmente elas existem, mas a nível teórico assistimos a um sistemático silenciamento".
"Muitas vezes incógnitas, estas mulheres contribuíram definitivamente, ao longo dos tempos, para uma condição diferente", considerou.
O ponto de partida para "uma discussão crítica sobre a condição e evolução da mulher" é a história desde o início dos descobrimentos, no século XVI, até 1974, altura da desagregação das colónias.
A escravatura feminina, a subalternidade cultural das mulheres, a existência de uma literatura e uma linguística feminina, o processo de emancipação das mulheres, o feminismo e o pré-feminismo são algumas das abordagens feitas na obra.
O livro "Condição Feminina no Império Colonial Português" foi desenvolvido na sequência dos congressos sobre "Escravatura, Orfandade e Pobreza Femininas no Império Colonial Português", o último realizado, em 2006, no Porto.
Foi feita uma compilação de trabalhos de vários investigadores internacionais que participaram nesses encontros, num projecto coordenado pela investigadora Clara Sarmento.
Na apresentação do livro, sexta-feira, na Livraria Bertrand, Porto, participam a historiadora Irene Pimentel - Prémio Pessoa 2007 - e Elza Pais, presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género.
Clara Sarmento, docente do Politécnico do Porto, é doutorada em Cultura Portuguesa pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
É professora adjunta da área científica de Línguas e Culturas do Instituto Superior de Contabilidade e Administração, do Instituto Politécnico do Porto, cujo Centro de Estudos Interculturais dirige.
Desenvolve investigação na área das representações interculturais de género e é autora de diversos livros, artigos e conferências sobre Literatura e Cultura Portuguesa e Anglo-Americana, Etnografia e Estudos Culturais e de Género.PM.
Lusa/fim
Porto, 18 Set (Lusa) - Um livro sobre a "Condição Feminina no Império Colonial Português", que a investigadora Clara Sarmento apresenta sexta-feira, no Porto, pretende "devolver" às mulheres o seu lugar na História.
Em declarações hoje à Lusa, a coordenadora do projecto, afirmou que mais do que um relato sobre vivências e práticas culturais "profundamente chocantes", esta obra científica apresenta também uma outra perspectiva da História.
É apresentada, segundo Clara Sarmento, "uma visão muito positiva, com exemplos de mulheres de coragem que lutaram com rebeldia pela sua emancipação, exemplos de grande força, não conhecidos do público em geral, e que, nesta compilação, se constituem como belíssimos relatos de todo um colectivo de mulheres".
"Temos muitos exemplos de mulheres, no individual e no colectivo, que fizeram da fraqueza força, revoltaram-se, organizaram-se e conseguiram desenvolver tácticas de sobrevivência e de aquisição de poder", referiu Clara Sarmento.
Contudo, acusa a investigadora, apesar dos factos, "a história foi ideologicamente orientada para silenciar esses feitos, ou seja, factualmente elas existem, mas a nível teórico assistimos a um sistemático silenciamento".
"Muitas vezes incógnitas, estas mulheres contribuíram definitivamente, ao longo dos tempos, para uma condição diferente", considerou.
O ponto de partida para "uma discussão crítica sobre a condição e evolução da mulher" é a história desde o início dos descobrimentos, no século XVI, até 1974, altura da desagregação das colónias.
A escravatura feminina, a subalternidade cultural das mulheres, a existência de uma literatura e uma linguística feminina, o processo de emancipação das mulheres, o feminismo e o pré-feminismo são algumas das abordagens feitas na obra.
O livro "Condição Feminina no Império Colonial Português" foi desenvolvido na sequência dos congressos sobre "Escravatura, Orfandade e Pobreza Femininas no Império Colonial Português", o último realizado, em 2006, no Porto.
Foi feita uma compilação de trabalhos de vários investigadores internacionais que participaram nesses encontros, num projecto coordenado pela investigadora Clara Sarmento.
Na apresentação do livro, sexta-feira, na Livraria Bertrand, Porto, participam a historiadora Irene Pimentel - Prémio Pessoa 2007 - e Elza Pais, presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género.
Clara Sarmento, docente do Politécnico do Porto, é doutorada em Cultura Portuguesa pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
É professora adjunta da área científica de Línguas e Culturas do Instituto Superior de Contabilidade e Administração, do Instituto Politécnico do Porto, cujo Centro de Estudos Interculturais dirige.
Desenvolve investigação na área das representações interculturais de género e é autora de diversos livros, artigos e conferências sobre Literatura e Cultura Portuguesa e Anglo-Americana, Etnografia e Estudos Culturais e de Género.PM.
Lusa/fim