brunocardoso
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Lisboa: Cinco degraus impedem que cidadãos com mobilidade reduzida façam ligação comboio-metro
Lisboa, 17 Set (Lusa) - Cinco degraus impedem que os cidadãos com mobilidade reduzida utilizem o interface de transportes públicos de Entrecampos para fazerem a ligação entre o comboio que apanharam na margem sul do Tejo e o metropolitano.
Após percorrer uma centena de metros num corredor, um grupo de cidadãos com mobilidade reduzida deparou-se com os cinco degraus que os impedem de seguir caminho. As alternativas, autocarro e táxi, não são melhores.
Já fora da estação de Entrecampos, de onde saíram por uma rampa, e chegados à paragem de autocarro aguardam por um veículo adaptado.
"Há adaptados e não adaptados, mas os adaptados não funcionam por quezílias entre a administração e os motoristas, que não podem abandonar a frente do veículo para colocarem a rampa de acesso", explicou à Lusa Franco Carretas, responsável pelo Gabinete Técnico de Barreiras Arquitectónicas e Transportes da Associação Portuguesa de Deficientes, que promoveu hoje uma acção de consciencialização no interface de Entrecampos, em Lisboa.
O táxi também não é hipótese porque "em Lisboa os motoristas não querem perder tempo a colocar as cadeiras na bagageira, tanto que a maioria das vezes nem param".
"Estamos num interface, onde é preciso garantir a ligação entre transportes. A Refer fez um edifício sem barreiras, mas é impossível para alguém em cadeira de rodas ultrapassar a fronteira para aceder ao metropolitano", alertou Franco Carretas.
Marta, de 27 anos desloca-se em cadeira de rodas desde sempre, nunca andou sozinha de autocarro mas de metro "graças aos elevadores" que há cinco anos "as coisas tornaram-se mais fáceis" porque passou a fazer viagens em automóvel próprio.
"Às vezes preferia deixar o carro em casa, até porque muitas vezes é difícil estacionar perto dos locais onde preciso de ir", confidenciou à Lusa.
Carlos Dias, de 45 anos, sente-se "mais independente" ao deslocar-se em viatura própria, "desde que haja estacionamento - os que há são poucos e estão ocupados por outras viaturas".
Um acidente de trabalho tornou-o dependente da cadeira de rodas aos 26 anos.
"Sei que não vão modificar o país todo, mas há locais onde temos mesmo de ir que deviam estar adaptados, como estações dos correios, repartições de finanças, bancos e esquadras.
Outro sítio que para ele deveria garantir acessibilidade a todos é a praia.
"Não posso escolher a praia onde quero ir porque são raras as que têm acesso", disse.
JRS.
Fonte:Lusa/fim.
Lisboa, 17 Set (Lusa) - Cinco degraus impedem que os cidadãos com mobilidade reduzida utilizem o interface de transportes públicos de Entrecampos para fazerem a ligação entre o comboio que apanharam na margem sul do Tejo e o metropolitano.
Após percorrer uma centena de metros num corredor, um grupo de cidadãos com mobilidade reduzida deparou-se com os cinco degraus que os impedem de seguir caminho. As alternativas, autocarro e táxi, não são melhores.
Já fora da estação de Entrecampos, de onde saíram por uma rampa, e chegados à paragem de autocarro aguardam por um veículo adaptado.
"Há adaptados e não adaptados, mas os adaptados não funcionam por quezílias entre a administração e os motoristas, que não podem abandonar a frente do veículo para colocarem a rampa de acesso", explicou à Lusa Franco Carretas, responsável pelo Gabinete Técnico de Barreiras Arquitectónicas e Transportes da Associação Portuguesa de Deficientes, que promoveu hoje uma acção de consciencialização no interface de Entrecampos, em Lisboa.
O táxi também não é hipótese porque "em Lisboa os motoristas não querem perder tempo a colocar as cadeiras na bagageira, tanto que a maioria das vezes nem param".
"Estamos num interface, onde é preciso garantir a ligação entre transportes. A Refer fez um edifício sem barreiras, mas é impossível para alguém em cadeira de rodas ultrapassar a fronteira para aceder ao metropolitano", alertou Franco Carretas.
Marta, de 27 anos desloca-se em cadeira de rodas desde sempre, nunca andou sozinha de autocarro mas de metro "graças aos elevadores" que há cinco anos "as coisas tornaram-se mais fáceis" porque passou a fazer viagens em automóvel próprio.
"Às vezes preferia deixar o carro em casa, até porque muitas vezes é difícil estacionar perto dos locais onde preciso de ir", confidenciou à Lusa.
Carlos Dias, de 45 anos, sente-se "mais independente" ao deslocar-se em viatura própria, "desde que haja estacionamento - os que há são poucos e estão ocupados por outras viaturas".
Um acidente de trabalho tornou-o dependente da cadeira de rodas aos 26 anos.
"Sei que não vão modificar o país todo, mas há locais onde temos mesmo de ir que deviam estar adaptados, como estações dos correios, repartições de finanças, bancos e esquadras.
Outro sítio que para ele deveria garantir acessibilidade a todos é a praia.
"Não posso escolher a praia onde quero ir porque são raras as que têm acesso", disse.
JRS.
Fonte:Lusa/fim.