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Lesões cerebrais: Células estaminais são esperança para criança portuguesa

B@eta

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Lesões cerebrais: Células estaminais são esperança para criança portuguesa
Um estudo pioneiro nos Estados Unidos está a dar esperança na recuperação de lesões cerebrais com o recurso a células estaminais do sangue do cordão umbilical. O Falar Global dá-lhe a conhecer Inês, 2 anos, uma das crianças portuguesas que participa nesse estudo.
Inês nasceu no dia em que lhe foi detectada paralisia cerebral. Uma perturbação do controlo da postura e movimento, consequente de uma lesão no cérebro em período de desenvolvimento que se estima afectar 2 em cada 1000 bebés.

Acreditar tem mais força

Não se conhecem as causas nem a cura para os danos cerebrais, mas a esperança da recuperação da Inês nasceu no mesmo dia que ela, no dia em que os pais decidiram preservar as células estaminais do cordão umbilical.
Um vídeo do YouTube que mostra um bebé com paralisia cerebral dos Estados Unidos, que se baseia na infusão de células estaminais do cordão umbilical na própria criança. Passados alguns dias, o bebé que não falava e que nem tinha controlo sobre o seu corpo, passou apenas a ser uma sombra do que era. Foi esse o vídeo que deu esperança a Cristina Godinho, mãe da pequena Inês.


Infusão de células, método experimental

Este método faz parte apenas de um estudo experimental onde é testada a segurança do procedimento, não se podendo atribuir a evolução da criança às células estaminais.
"Quando estamos a falar de testes de fase 1 é isso que interessa. É saber se o procedimento é seguro ou se há algum risco. Depois, posteriormente, será avaliada a sua eficácia. Há neste momento um estudo já com esse objectivo, de começar a testar a eficácia da infusão do cordão nesses doentes específicos com paralisia cerebral", refere David Ferreira, director médico da Crioestaminal.

Resultados à vista

A Inês foi aceite no estudo e em Abril de 2009 viajou até aos Estados Unidos para receber a primeira dose das suas células estaminais. Os resultados, que poderiam manifestar-se entre 6 meses a um ano, começaram a surgir mais cedo.

"Dois meses depois de termos regressado dos Estados Unidos, notámos que ela de facto começou a olhar, começou a interagir, a fazer coisas que não fazia, a ter mais mobilidade com as mãos. Acima de tudo, notámos que ela melhorou a parte do tronco, obviamente que toda a parte de fisioterapia completa e é um factor muito importante", relata o pai da criança, Paulo Pinho.
Uma segunda infusão está marcada para breve, numa fase do estudo em que realmente se vai testar a eficácia do procedimento, mas este é um processo limitado.
"sabemos que a infusão de células estaminais está limitada à dosagem que existe de células. Portanto, a partir do momento em que gastarmos a última dose, provavelmente não teremos mais essa possibilidade", acrescenta Paulo Pinho.

40 mil amostras criopreservadas

Todo o processo de recolha de células estaminais após o parto, obedece a vários espaços para garantir a sua congelação. Além de ser preciso obter um número específico de células, também é necessário evitar problemas que inviabilizam o processo. Na Crioestaminal, a empresa pioneira na criopreservação em Portugal, e onde a Inês tem as suas células estaminais guardadas, existem ao todo, desde 2006, cerca de 40 000 amostras criopreservadas. Mas das mais de 600 amostras recolhidas por mês, 5% são rejeitadas.

Fonte:
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