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Leilões: Colecção completa da revista KWY vai pela primeira vez a praça, entre manuscritos régios e fotografias de Hemergildo Capelo
Lisboa, 27 Set (Lusa) - A colecção completa da revista KWY (1958-1968) vai pela primeira vez a leilão em Outubro, juntamente com outras raridades bibliófilas como manuscritos régios e primeiras edições de Fernando Pessoa e Cesário Verde.
O leilão, organizado por Nuno Gonçalves, realiza-se dia 25 de Outubro no Hotel Fénix, em Lisboa, e à praça vão espécimes de uma colecção particular centrada em documentos do século XIX, mas que inclui, entre outros, manuscritos dos séculos XV, XVI e XVII.
Em declarações à Lusa, Nuno Gonçalves sublinhou a originalidade do leilão "porque tem várias coisas, quer livros, quer manuscritos, quer fotografias. Junta vários tipos de coleccionáveis de uma forma transversal, todos os temas que estão incluídos no leilão estão incluídos nos livros, na fotografia e nos manuscritos".
"Do ponto de vista do coleccionismo - disse - é muitíssimo homogéneo e com coisas muito diferentes do que normalmente se faz. Nos livros o que normalmente aparece é livros e de quando em vez manuscritos, mas depois falta-lhe outras coisas, alguns papéis".
"O que este leilão tem de muito interessante - prosseguiu - é que vai buscar outro tipo de coleccionáveis que junta à colecção, e trata esse tipo de pequenas coisas que não estão incluídas propriamente na bibliofilia".
O valor de licitação do lote da revista KWY que inclui serigrafias e alguns programas é de 25.000 euros, mas Nuno Gonçalves prevê que atingirá "seguramente mais, e, nas piores perspectivas, os 30.000 euros".
Na sua avaliação, o lote talvez mais importante do catálogo que vai à praça é o da revista KWY, que tem "uma importância extraordinária na arte portuguesa e de alguma forma na literatura".
"O grupo formou-se em Paris e publicou esta revista cheia de serigrafias, até a Vieira da Silva colaborou, o Arpad Szènes, toda essa gente, o Bertholo, enfim, uma série importante de artistas portugueses. A revista tem uma tiragem pequeníssima e nunca foi leiloada em Portugal", disse.
Outra revista que vai à praça completa, com excepção de um número da quarta série destruído pela Polícia política de então, é a Águia, "a revista onde Fernando Pessoa se deu a conhecer ao público".
Serão também leiloados manuscritos de monarcas portugueses, designadamente D. Manuel I, D. Pedro II e D. Pedro III, além dos Filipes, e um álbum pessoal de fotografias da Expedição a África de Hermenegildo Capelo.
Este álbum inclui várias fotografias tiradas durante a expedição, surgindo, entre outras, "uma muito curiosa em que Capelo e Roberto Ivens estão em cima de uma elefante, ou uma outra em que posam com várias individualidades da elite africana e também negra".
A leilão vão também as fotos da recepção oferecida aos exploradores no Funchal e "uma interessante colecção de cartões de visita que deram a Capelo várias personalidades durante a sua viagem da costa à contracosta".
À praça irão igualmente primeiras edições raras da "Mensagem", de Fernando Pessoa, e do "O Livro de Cesário Verde", bem como de obras de Miguel Torga, "algumas ainda assinadas com o seu verdadeiro nome, Adolfo Coelho".
Entre outros lotes, "um muito interessante" é constituído por colecções de fotografias de António Passaporte e Emílio Biel, dois dos mais importantes fotógrafos portugueses, segundo Nuno Gonçalves.
Além de fotografias da Família Real e postais do Porto, numa caixa específica, há ainda para leiloar os vidros de revelação.
"No caso das fotografais de Passaporte, são na sua maioria ao ar livre e mostram a Família Real de um forma mais informal, em piqueniques ou cenas de caça", referiu Nuno Gonçalves.
"Há também deste fotógrafo, que foi para Espanha após a proclamação da República, fotos do final da guerra civil naquele país", acrescentou.
Da República, entre outros lotes, o leiloeiro destacou um conjunto de cartas "de cariz político" que Ana de Castro Osório trocou com Teófilo Braga e Manuel Arriaga.
Outra curiosidade em leilão é um livro-quadro, peça única, da "Cartilha Maternal", de João de Deus, que os regentes escolares usavam para ensinar nas salas de aula.
Segundo o leiloeiro, no total, pela base de licitação, os lotes a leilão atingem 100.000 euros.
Na véspera do leilão, dia 24 de Outubro, todos os lotes estarão em exposição, também no Hotel Fénix.
Lisboa, 27 Set (Lusa) - A colecção completa da revista KWY (1958-1968) vai pela primeira vez a leilão em Outubro, juntamente com outras raridades bibliófilas como manuscritos régios e primeiras edições de Fernando Pessoa e Cesário Verde.
O leilão, organizado por Nuno Gonçalves, realiza-se dia 25 de Outubro no Hotel Fénix, em Lisboa, e à praça vão espécimes de uma colecção particular centrada em documentos do século XIX, mas que inclui, entre outros, manuscritos dos séculos XV, XVI e XVII.
Em declarações à Lusa, Nuno Gonçalves sublinhou a originalidade do leilão "porque tem várias coisas, quer livros, quer manuscritos, quer fotografias. Junta vários tipos de coleccionáveis de uma forma transversal, todos os temas que estão incluídos no leilão estão incluídos nos livros, na fotografia e nos manuscritos".
"Do ponto de vista do coleccionismo - disse - é muitíssimo homogéneo e com coisas muito diferentes do que normalmente se faz. Nos livros o que normalmente aparece é livros e de quando em vez manuscritos, mas depois falta-lhe outras coisas, alguns papéis".
"O que este leilão tem de muito interessante - prosseguiu - é que vai buscar outro tipo de coleccionáveis que junta à colecção, e trata esse tipo de pequenas coisas que não estão incluídas propriamente na bibliofilia".
O valor de licitação do lote da revista KWY que inclui serigrafias e alguns programas é de 25.000 euros, mas Nuno Gonçalves prevê que atingirá "seguramente mais, e, nas piores perspectivas, os 30.000 euros".
Na sua avaliação, o lote talvez mais importante do catálogo que vai à praça é o da revista KWY, que tem "uma importância extraordinária na arte portuguesa e de alguma forma na literatura".
"O grupo formou-se em Paris e publicou esta revista cheia de serigrafias, até a Vieira da Silva colaborou, o Arpad Szènes, toda essa gente, o Bertholo, enfim, uma série importante de artistas portugueses. A revista tem uma tiragem pequeníssima e nunca foi leiloada em Portugal", disse.
Outra revista que vai à praça completa, com excepção de um número da quarta série destruído pela Polícia política de então, é a Águia, "a revista onde Fernando Pessoa se deu a conhecer ao público".
Serão também leiloados manuscritos de monarcas portugueses, designadamente D. Manuel I, D. Pedro II e D. Pedro III, além dos Filipes, e um álbum pessoal de fotografias da Expedição a África de Hermenegildo Capelo.
Este álbum inclui várias fotografias tiradas durante a expedição, surgindo, entre outras, "uma muito curiosa em que Capelo e Roberto Ivens estão em cima de uma elefante, ou uma outra em que posam com várias individualidades da elite africana e também negra".
A leilão vão também as fotos da recepção oferecida aos exploradores no Funchal e "uma interessante colecção de cartões de visita que deram a Capelo várias personalidades durante a sua viagem da costa à contracosta".
À praça irão igualmente primeiras edições raras da "Mensagem", de Fernando Pessoa, e do "O Livro de Cesário Verde", bem como de obras de Miguel Torga, "algumas ainda assinadas com o seu verdadeiro nome, Adolfo Coelho".
Entre outros lotes, "um muito interessante" é constituído por colecções de fotografias de António Passaporte e Emílio Biel, dois dos mais importantes fotógrafos portugueses, segundo Nuno Gonçalves.
Além de fotografias da Família Real e postais do Porto, numa caixa específica, há ainda para leiloar os vidros de revelação.
"No caso das fotografais de Passaporte, são na sua maioria ao ar livre e mostram a Família Real de um forma mais informal, em piqueniques ou cenas de caça", referiu Nuno Gonçalves.
"Há também deste fotógrafo, que foi para Espanha após a proclamação da República, fotos do final da guerra civil naquele país", acrescentou.
Da República, entre outros lotes, o leiloeiro destacou um conjunto de cartas "de cariz político" que Ana de Castro Osório trocou com Teófilo Braga e Manuel Arriaga.
Outra curiosidade em leilão é um livro-quadro, peça única, da "Cartilha Maternal", de João de Deus, que os regentes escolares usavam para ensinar nas salas de aula.
Segundo o leiloeiro, no total, pela base de licitação, os lotes a leilão atingem 100.000 euros.
Na véspera do leilão, dia 24 de Outubro, todos os lotes estarão em exposição, também no Hotel Fénix.
NL.
Lusa/Fim
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