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Lampreia deixou de se reproduzir no rio Douro

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Lampreia deixou de se reproduzir no rio Douro

A lampreia não vai acabar no rio Douro, mas esta espécie já deixou de se reproduzir neste rio devido aos obstáculos que impedem a sua migração, revelou hoje à Lusa Carla Maia, da associação ambientalista Planeta Vivo.

«As lampreias não conseguem passar e deixaram de fazer a reprodução. Nos últimos três anos, não conseguimos encontrar juvenis», salientou a bióloga, que lidera o Plano de Recuperação dos Peixes Migradores do Rio Douro, iniciado em 2005.

Na primeira fase deste projecto, que está agora a terminar, os investigadores constataram que, «ao contrário do que se esperava, há um número razoável de lampreias que entram no Douro», mas também descobriram que «o espaço disponível para migração é muito limitado».

Em concreto, as lampreias que entram no rio Douro dispõem apenas de cerca de 20 quilómetros de extensão, a partir da foz, para a migração, o que não lhes permite chegar aos locais de reprodução.

«O principal obstáculo é a barragem de Crestuma/Lever», frisou a bióloga, acrescentando que o problema também se coloca nos afluentes do Douro, como o Sousa, onde uma antiga estação de captação de água também surge como obstáculo à migração.

Por outro lado, segundo Carla Maia, a qualidade da água também não é a mais adequada à reprodução desta espécie.

De qualquer forma, pelo menos, por agora, a lampreia «não vai acabar no Douro».

«A lampreia não é como o salmão, que regressa sempre ao local onde nasceu, por isso, as lampreias que entram no Douro não são as que aqui nasceram. Elas nasceram noutros locais e vêm para aqui como podiam ter ido para outro sítio», salientou a bióloga.

Em finais de Junho, no âmbito deste projecto, foram libertadas junto à foz do rio Sousa cerca de 50 mil larvas de lampreia marinha, que deverão atingir o estado adulto dentro de quatro ou cinco anos.

«A monitorização só deve começar ao fim do primeiro ano de vida, ou seja, em meados de 2009, mas para fazer essa monitorização são necessários apoios», afirmou Carla Maia.

Este é um dos motivos que levam a que o relatório final da primeira fase do Plano de Recuperação dos Peixes Migradores do Rio Douro defenda a necessidade de continuar os trabalhos já realizados, o que está dependente da obtenção de novos financiamentos.

Este projecto, que tem sido financiado desde o seu início pela EDP, já permitiu descobrir no rio Douro uma espécie de lampreia que consta da lista de espécies consideradas vulneráveis, a lampreia-de-riacho.

«Detectámos população de uma espécie de lampreia cuja presença era desconhecida no rio Douro», revelou a bióloga.

A Planeta Vivo, em parceria com várias instituições, está a desenvolver o Plano Nacional de Conservação da Lampreia-de-rio e da Lampreia-de-riacho, que venceu o Prémio EDP para a Biodiversidade.

O projecto, com a duração de dois anos, envolve também o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), o Instituto de Oceanografia, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, a Direcção Geral dos Recursos Florestais, a Universidade de Évora e o Fluviário de Mora.


Diário Digital / Lusa
 
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