LA Times elogia o 'estranho caso' de Manoel de Oliveira

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Set 22, 2006
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Por ocasião da edição em DVD nos Estados Unidos do filme O estranho caso de Angélica, o jornal norte-americano LA Times elogiou a vitalidade e a singularidade da obra do realizador Manoel de Oliveira, ele próprio «um caso estranho». A três meses de completar 103 anos, Manoel de Oliveira «começou ainda no tempo do cinema mudo e tem uma trajectória incomparável». «O mais notável» não é tanto a produtividade, mas sobretudo o facto de grande parte da sua obra «continuar viva e singular», escreveu o diário de Los Angeles na edição de domingo.
Como realizador, Manoel de Oliveira demonstra uma liberdade de quem existe quase há tanto tempo como o próprio cinema: «É a encarnação de um século de cinema», sublinha o diário, recordando o enredo de O estranho caso de Angélica e a história por detrás da produção.
O filme, protagonizado por Ricardo Trêpa e que teve estreia comercial este ano em Portugal, é o retomar de um projecto antigo de Manoel de Oliveira, com mais de 50 anos.
O realizador tinha o projecto pronto, mas não chegou a concretizá-lo na altura do Estado Novo.
Depois da revolução de Abril de 1974, Manoel de Oliveira recuperou o tempo perdido, de vários anos sem filmar, escreveu o jornal, e desde então tem produzido com bastante regularidade, sobretudo a partir dos anos 1990.
A crítica do LA Times, a propósito da edição de O estranho caso de Angélica em DVD, surge numa altura em que Manoel de Oliveira se prepara para rodar em Paris um novo filme, O Gebo e a Sombra, a partir de uma peça de teatro de Raúl Brandão, e com os actores Ricardo Trêpa, Michel Piccoli e Ludivine Clerc.
Hoje, 19 de Setembro, assinalam-se os 80 anos da estreia no cinema, em Lisboa, do primeiro filme de Manoel de Oliveira, Douro, Faina Fluvial.


Lusa/SOL
 
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