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Empoleirados em móveis e com os braços dentro das camisolas, vários jovens chineses têm partilhado vídeos em que se mostram a imitar pássaros. O motivo é relativamente simples: pretendem manifestar-se contra a cultura laboral do horário ‘996’, que obriga os funcionários a trabalhar desde as 9 da manhã às 9 da noite, seis dias por semana, apesar da ilegalidade no âmbito das leis do país.
“Não trabalhem, sejam pássaros”, lê-se na descrição de um dos vídeos, segundo a Dazed.
Estas condições laborais na China pós-pandemia – que até são praticadas na própria ByteDance, empresa dona do TikTok – já tinham levado os jovens chineses a mostrar a sua apatia e ceticismo perante o mercado de trabalho, particularmente entre aqueles nascidos entre 1995 e 2010.
Em 2022, o termo bai lan, que significa ‘deixar apodrecer’, em tradução livre, ficou cimentado no discurso online, após ter surgido na comunidade de videojogos da NBA.
De acordo com a revista, o termo inicialmente referia-se à decisão de perder um jogo propositadamente quando as hipóteses de vencer eram poucas, mas adaptou-se para retratar a realidade pessimista da cultura de trabalho na China.
No mesmo ano, os jovens estiveram na linha da frente dos protestos contra o governo chinês, face ao declínio das perspetivas de aquisição de casa própria e à objeção no que diz respeito a algumas medidas adotadas contra a Covid-19.
Imitar pássaros é, assim, o seu novo escape.
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