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Jovem quis perder peso e morre após cirurgia estética

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Jovem quis perder peso e morre após cirurgia estética

Fonte da IGS diz que é a primeira queixa recebida contra a clínica Estéticalgarve

Uma jovem de 24 anos quis perder sem esforço os quilos que dizia ter a mais. Morreu vítima de uma trombo-embolia pulmonar três dias depois de ter sido submetida a uma lipoaspiração numa clínica estética, em Faro. Familiares de Fátima Cristina Viegas Santos apontam o dedo ao médico que a operou e falam em negligência, mas sobretudo em falta de assistência. Oito queixas foram apresentadas ao Ministério Público e a várias entidades de saúde.

A Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGS) considera este caso "prioritário" e já abriu um inquérito, ainda em curso, tendo inquirido o irmão da vítima e o médico em causa, que o JN não conseguiu contactar. Os inspectores também visitaram a clínica em causa, que funcionava sem antes ter sido fiscalizada.

Fátima Santos foi sujeita a uma lipoaspiração na zona da cintura no passado dia 12 de Janeiro. As complicações surgiram logo após a cirurgia, feita com recurso a uma anestesia local. Para além de vómitos, queixava-se de tonturas e dores na zona intervencionada. Segundo familiares, contactou por diversas vezes o médico, que lhe prescreveu um complexo vitamínico e uma mão-cheia de medicamentos, entre analgésicos, antibióticos e anti-inflamatórios. Sem melhorias, a jovem insistia nas queixas e nos telefonemas para a clínica até que, na madrugada de 15 de Janeiro, foi encontrada morta pelo namorado, com quem vivia. Estava caída no chão da casa-de-banho de sua casa, na Fuzeta (Olhão). A autópsia, realizada no Gabinete Médico Legal do Hospital de Faro, revelou que morreu vítima de um trombo-embolismo pulmonar (obstrução da artéria). Além disso, o corpo de Fátima Santos apresentava queimaduras de segundo grau na zona da cintura e do abdómen.

Os familiares preferem não dar a cara nem falar sobre o caso. No entanto, o JN sabe que as críticas à actuação do médico não se ficam pela alegada negligência durante a cirurgia. "As operações podem não correr bem, mas é dever de qualquer médico atender os doentes e dar-lhes assistência quando o procuram", referiu um familiar.

A família já obteve respostas de quase todas as oito entidades às quais foram apresentadas queixas, incluindo a nova ministra da Saúde. Falta o Ministério Público e a Ordem dos Médicos. O presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve confirma ter recebido a denúncia. No entanto, Rui Lourenço preferiu não comentar o caso uma vez que a ARS "só tem uma função de acompanhamento e não de licenciamento ou fiscalização da clínica ou do trabalho do médico". Por não conhecer o processo, o responsável da Ordem na região, Martins dos Santo, também não se quis pronunciar. Uma fonte da IGS garantiu tratar-se da primeira queixa contra a clínica.


Vírgilio rodrigues
Marisa Rodrigues
Jornal de Notícias
 
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